domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | ‘Jurassic World: Acampamento Jurássico’ – Série Chega ao Fim Repetindo e Forçando a Própria História

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Durante a pandemia, uma das produções que estrearam nos streamings e que fez muito, muito sucesso foi a série animada ‘Jurassic World: Acampamento Jurássico’, inspirada no fenômeno da cultura pop ‘Jurassic Park’, cuja franquia também se estendeu em uma nova trilogia nos cinemas nesta década. Em pouco mais de dois anos foram cinco temporadas que chegaram à Netflix trazendo personagens novos e uma aventura diferente, ainda que baseada no sucesso original, de modo que nessas férias de meio de ano a quinta e última temporada finalmente estreou na plataforma, encerrando o ciclo para quem veio acompanhando-a desde 2020.



Após descobrirem os planos malignos do Sr. Kon (Andrew Kishino) para os dinossauros, Darius (Paul-Mikél Williams), Yasmina (Kausar Mohammed), Brooklyn (Jenna Ortega), Sammy (Raini Rodriguez), Ben (Sean Giambrone) e Kenji (Ryan Potter) ainda acreditam que o pai de Kenji os ajudará a escapar da ilha. Porém, aos poucos, vai ficando cada vez mais evidente que tudo com que Sr. Kon se importa é o lucro e a reputação, e o grupo de jovens começa a traçar um plano para impedir que a Mantha Corp atinja seus objetivos. O problema é que Kenji parece inclinado a fazer de tudo para agradar ao pai, e isso significará um profundo racha no grupo.

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Retomando o formato com mais episódios – dessa vez são 12, com cerca de vinte e cinco minutos cada – a temporada final de ‘Jurassic World: Acampamento Jurássico’ chega desequilibrada ao seu final. A primeira metade da última parte repete a história já apresentada na temporada anterior, colocando os dinos para brigar e serem controlados por joystick administrados pelo Sr. Kon e sua equipe – o que pode deixar os espectadores desconfortáveis, tal como na parte anterior, pois são muitas as cenas em que vemos os dinossauros sofrerem por estarem sendo controlados e fazerem coisas contra seus instintos naturais; a metade final dá uma acelerada no enredo, jogando os personagens de uma ilha para a outra, lembrando que Brandon (Benjamin Flores Jr.) apareceu por lá e precisa ser desenvolvido e finalizando tudo com a maior simplicidade do mundo, sem sequer mostrar a saída da ilha.

Isso demonstra a instabilidade do roteiro de Sheela Shrinivas e Rick Williams, que, após cinco partes, poderia ter dado um final mais épico à aventura. A resolução de tudo se dá, literalmente, em menos de dez minutos. Além disso, há a criação de um casal na trama que, em quatro temporadas, só deu indício de uma mera amizade, mas, do nada, neste final vira um casal, focando quase metade da temporada nisso e deixando os dinos em segundo plano.

Repetindo a própria história e forçando a barra em muitos pontos, a temporada final de ‘Jurassic World: Acampamento Jurássico’ traz aquele sabor arenoso de quando alguém insiste demais num produto de sucesso e acaba perdendo a atenção do espectador. A série de Zesung Kang é bem legal, mas deveria ter parado na terceira temporada. De lá para cá, é só mais do mesmo, inventando trama onde não existe e se valendo de argumentos já apresentados nos live-actions. Saber quando parar é bom para todo mundo, inclusive para Hollywood.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Durante a pandemia, uma das produções que estrearam nos streamings e que fez muito, muito sucesso foi a série animada ‘Jurassic World: Acampamento Jurássico’, inspirada no fenômeno da cultura pop ‘Jurassic Park’, cuja franquia também se estendeu em uma nova trilogia nos cinemas nesta década. Em pouco mais de dois anos foram cinco temporadas que chegaram à Netflix trazendo personagens novos e uma aventura diferente, ainda que baseada no sucesso original, de modo que nessas férias de meio de ano a quinta e última temporada finalmente estreou na plataforma, encerrando o ciclo para quem veio acompanhando-a desde 2020.

Após descobrirem os planos malignos do Sr. Kon (Andrew Kishino) para os dinossauros, Darius (Paul-Mikél Williams), Yasmina (Kausar Mohammed), Brooklyn (Jenna Ortega), Sammy (Raini Rodriguez), Ben (Sean Giambrone) e Kenji (Ryan Potter) ainda acreditam que o pai de Kenji os ajudará a escapar da ilha. Porém, aos poucos, vai ficando cada vez mais evidente que tudo com que Sr. Kon se importa é o lucro e a reputação, e o grupo de jovens começa a traçar um plano para impedir que a Mantha Corp atinja seus objetivos. O problema é que Kenji parece inclinado a fazer de tudo para agradar ao pai, e isso significará um profundo racha no grupo.

Retomando o formato com mais episódios – dessa vez são 12, com cerca de vinte e cinco minutos cada – a temporada final de ‘Jurassic World: Acampamento Jurássico’ chega desequilibrada ao seu final. A primeira metade da última parte repete a história já apresentada na temporada anterior, colocando os dinos para brigar e serem controlados por joystick administrados pelo Sr. Kon e sua equipe – o que pode deixar os espectadores desconfortáveis, tal como na parte anterior, pois são muitas as cenas em que vemos os dinossauros sofrerem por estarem sendo controlados e fazerem coisas contra seus instintos naturais; a metade final dá uma acelerada no enredo, jogando os personagens de uma ilha para a outra, lembrando que Brandon (Benjamin Flores Jr.) apareceu por lá e precisa ser desenvolvido e finalizando tudo com a maior simplicidade do mundo, sem sequer mostrar a saída da ilha.

Isso demonstra a instabilidade do roteiro de Sheela Shrinivas e Rick Williams, que, após cinco partes, poderia ter dado um final mais épico à aventura. A resolução de tudo se dá, literalmente, em menos de dez minutos. Além disso, há a criação de um casal na trama que, em quatro temporadas, só deu indício de uma mera amizade, mas, do nada, neste final vira um casal, focando quase metade da temporada nisso e deixando os dinos em segundo plano.

Repetindo a própria história e forçando a barra em muitos pontos, a temporada final de ‘Jurassic World: Acampamento Jurássico’ traz aquele sabor arenoso de quando alguém insiste demais num produto de sucesso e acaba perdendo a atenção do espectador. A série de Zesung Kang é bem legal, mas deveria ter parado na terceira temporada. De lá para cá, é só mais do mesmo, inventando trama onde não existe e se valendo de argumentos já apresentados nos live-actions. Saber quando parar é bom para todo mundo, inclusive para Hollywood.

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