sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | Katy Perry está de volta com a explosiva infusão synth-pop de “Woman’s World”

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Na década passada, Katy Perry foi sagrada um dos pilares do pop contemporâneo ao aliar-se a produtores e compositores de alto escalão para faixas memoráveis e atemporais e que a firmariam como uma das maiores hitmakers de todos os tempos. Afinal, quando pensamos no nome da performer, automaticamente nos lembramos das dançantes faixas “Roar”“Dark Horse”“Last Friday Night”“Teenage Dream” e tantas outras que, até hoje, permanecem nas nossas playlists e na memória da cultura pop.

Todavia, é inegável que Perry passou por uma dura fase com o lançamento de ‘Witness’, seu quinto álbum de estúdio, apostando fichas no deep-house e no synth-pop para um subestimado compilado que, à parte de algumas tracks descartáveis, é sólido e apresenta uma faceta muito interessante e mais amadurecida de sua identidade sonora e visual. O fracasso crítico e comercial, entretanto, foi seguido de Smile, que mal conseguiu emplacar nas paradas norte-americanas e a trouxe de volta para sua estética circense e despreocupada – e muitos encararam essa como a última “pá de cal” na carreira de Perry.



Eventualmente, é notável como a fanbase da artista permanece fiel a suas incursões – e, quatro anos depois de seu último compilado de originais, ela está pronta para abrir um novo capítulo. E a primeira incursão vem com a aguardada “Woman’s World”, que a reúne com seu colaborador de longa data, o controverso Dr. Luke, para uma infusão reverberante de puro escapismo musical.

A faixa é permeada pelas conhecidas progressões do synth-pop, nutrindo de similaridades com as demarcações pungentes de faixas como “Stupid Love” “Enigma”, presentes no álbum ‘Chromatica’, de Lady Gaga, pinceladas com versos antêmicos que prezam pela força e pelo empoderamento femininos em um convite às pistas de dança e à uma saudosita jornada por aquilo que Perry já nos entregou em sua carreira. Enquanto as estrofes que precedem o refrão partem de construções mais óbvias, o chorus explode em um frenético up-tempo que nos rememora do motivo de conseguirmos nos conectar com tanta força com as músicas da performer.

É claro que, considerando o escopo fonográfixo dos últimos anos, não há muito de novo a ser visto por aqui – mas isso não importa: Katy sabe que não irá reinventar a roda, e sim promover um discurso testamentário a si própria e às influências oitentistas que traz para a faixa, à medida que aposta em uma fórmula familiar e narcótica do início ao fim (e, como destaque, temos o mimético verso “é um mundo de mulheres, e você tem sorte de viver nele).

Abrindo espaço para uma celebração de artistas como Diana RossGloria Gaynor em uma revitalização atemporal e contínua de uma das melhores épocas da música, “Woman’s World” cumpre com o que promete e reflete um sólido início para o que pode ser uma das eras mais bem-sucedidas de Katy Perry.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Todavia, é inegável que Perry passou por uma dura fase com o lançamento de ‘Witness’, seu quinto álbum de estúdio, apostando fichas no deep-house e no synth-pop para um subestimado compilado que, à parte de algumas tracks descartáveis, é sólido e apresenta uma faceta muito interessante e mais amadurecida de sua identidade sonora e visual. O fracasso crítico e comercial, entretanto, foi seguido de Smile, que mal conseguiu emplacar nas paradas norte-americanas e a trouxe de volta para sua estética circense e despreocupada – e muitos encararam essa como a última “pá de cal” na carreira de Perry.

Eventualmente, é notável como a fanbase da artista permanece fiel a suas incursões – e, quatro anos depois de seu último compilado de originais, ela está pronta para abrir um novo capítulo. E a primeira incursão vem com a aguardada “Woman’s World”, que a reúne com seu colaborador de longa data, o controverso Dr. Luke, para uma infusão reverberante de puro escapismo musical.

A faixa é permeada pelas conhecidas progressões do synth-pop, nutrindo de similaridades com as demarcações pungentes de faixas como “Stupid Love” “Enigma”, presentes no álbum ‘Chromatica’, de Lady Gaga, pinceladas com versos antêmicos que prezam pela força e pelo empoderamento femininos em um convite às pistas de dança e à uma saudosita jornada por aquilo que Perry já nos entregou em sua carreira. Enquanto as estrofes que precedem o refrão partem de construções mais óbvias, o chorus explode em um frenético up-tempo que nos rememora do motivo de conseguirmos nos conectar com tanta força com as músicas da performer.

É claro que, considerando o escopo fonográfixo dos últimos anos, não há muito de novo a ser visto por aqui – mas isso não importa: Katy sabe que não irá reinventar a roda, e sim promover um discurso testamentário a si própria e às influências oitentistas que traz para a faixa, à medida que aposta em uma fórmula familiar e narcótica do início ao fim (e, como destaque, temos o mimético verso “é um mundo de mulheres, e você tem sorte de viver nele).

Abrindo espaço para uma celebração de artistas como Diana RossGloria Gaynor em uma revitalização atemporal e contínua de uma das melhores épocas da música, “Woman’s World” cumpre com o que promete e reflete um sólido início para o que pode ser uma das eras mais bem-sucedidas de Katy Perry.

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