sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | Killing Eve – Temp. 2: Estilosa, sangrenta e com aroma tarantinesco

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O mal de toda grandiosa série é ter que enfrentar a si mesma, após entregar uma primeira temporada de respeito. Natural de todo fã é que a evolução seja crescente, progressiva, surpreendente. E são essas expectativas nutridas que também se tornam o algoz daquelas produções que mais amamos. Até Game of Thrones, que julgávamos ser improvável de cair na malha fina, pereceu. Ela seguiu os terríveis passos de outros sucessos de público, como How I Met Your Mother, Lost, etc., etc. E em se tratando de Killing Eve, existia uma certa angústia, misturada com uma salivação constante pela mesma adrenalina vivida em seu primeiro ano. Mas como se o tempo não tivesse passado, a original da BBC America retorna escandalosa, sangrenta e com um cheirinho tarantinesco, para o deleite dos bons e velhos fãs da sanguinolência.



Seguindo a narrativa de maneira linear e ininterrupta, a segunda temporada retoma de onde paramos, a partir da facada recebida por Villanelle. Sob uma descarga de adrenalina profunda, reflexo de uma grande ferida aberta, a personagem vivida por Jodie Comer cambaleia por sua vida e gradativamente recupera seu fôlego, sempre à sua maneira. Nos lembrando que seu caráter doentio e psicopata é imutável, ela logo de cara nos apresenta o selo manchado de sangue que fez Killing Eve um deleite e faz de seu primeiro episódio – aparentemente lento – uma surpresa diante dos nossos olhos, com uma morte unapologetic, que chega sem cerimônias, sem sutileza e sem qualquer distinção.

E evoluindo a disputa entre gato e rato criada entre Eve e Villanelle, a produção desafia nossos conceitos sobre mocinhos e vilões, fazendo uma improvável união de dois lados que jamais deveriam se aliar. E à medida que novos personagens emergem na trama, pequenos arcos nascem, sempre se mantendo interligados às protagonistas. E enquanto o primeiro ciclo trata o complexo fascínio da agente do MI6, vivida brilhantemente por Sandra Oh, pela assassina de aluguel, a nova temporada explora uma certa sexualidade sombria que norteia essa confusa dinâmica. Trabalhando a psicose de Villanelle de maneira mais emocional, o perfil da antagonista se desabrocha de maneira hipnotizante e conflitante no novo ano. Enquanto o roteiro revela a sagacidade salivante de uma jovem que sente prazer no caos, no sangue e nas mortes, ele também traz uma afeição sentimental pela oponente. Mas como dizia o Molejo, embora parecesse, não era amor, era cilada.

Com uma trilha sonora europeia que inspira um requinte único que só as séries britânicas conseguem trazer, Killing Eve é um prato cheio para os amantes de um thriller de respeito. Com episódios que passam em um piscar de olhos, a produção sabe construir a tensão adequada do começo ao fim, traz novas figuras que só agregam ao seu nível de qualidade e mantém sua estética impecável e gráfica, não poupando os olhos da audiência das cenas mais agressivas, fazendo questão de relatar as mortes com a maior veracidade possível. Com um figurino que transcende em peças de alta costura que passeiam entre os corte de alfaiataria e a pura seda, a produção faz da moda a cereja do suspense, se tornando um elemento único que coroa a peculiaridade das nossas protagonistas.

Divertida e intrigante, Killing Eve segue com sua maestria na segunda temporada, fortalecendo personagens femininas que sabem se posicionar por conta própria diante das telas, executando um ótimo trabalho com seus coadjuvantes – na maioria homens. Trazendo pitadas ácidas de um humor negro encharcado pela violência e por um thriller com pegada investigativa, a produção está mais vigorosa do que nunca e não tem medo de queimar cartuchos. Com a certeza de quem sua história é boa o bastante para ser contada por si própria, ela dispara o tiro a queima roupa – não poupando seus personagens – e garante que ele não vai sair pela culatra.

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O mal de toda grandiosa série é ter que enfrentar a si mesma, após entregar uma primeira temporada de respeito. Natural de todo fã é que a evolução seja crescente, progressiva, surpreendente. E são essas expectativas nutridas que também se tornam o algoz daquelas produções que mais amamos. Até Game of Thrones, que julgávamos ser improvável de cair na malha fina, pereceu. Ela seguiu os terríveis passos de outros sucessos de público, como How I Met Your Mother, Lost, etc., etc. E em se tratando de Killing Eve, existia uma certa angústia, misturada com uma salivação constante pela mesma adrenalina vivida em seu primeiro ano. Mas como se o tempo não tivesse passado, a original da BBC America retorna escandalosa, sangrenta e com um cheirinho tarantinesco, para o deleite dos bons e velhos fãs da sanguinolência.

Seguindo a narrativa de maneira linear e ininterrupta, a segunda temporada retoma de onde paramos, a partir da facada recebida por Villanelle. Sob uma descarga de adrenalina profunda, reflexo de uma grande ferida aberta, a personagem vivida por Jodie Comer cambaleia por sua vida e gradativamente recupera seu fôlego, sempre à sua maneira. Nos lembrando que seu caráter doentio e psicopata é imutável, ela logo de cara nos apresenta o selo manchado de sangue que fez Killing Eve um deleite e faz de seu primeiro episódio – aparentemente lento – uma surpresa diante dos nossos olhos, com uma morte unapologetic, que chega sem cerimônias, sem sutileza e sem qualquer distinção.

E evoluindo a disputa entre gato e rato criada entre Eve e Villanelle, a produção desafia nossos conceitos sobre mocinhos e vilões, fazendo uma improvável união de dois lados que jamais deveriam se aliar. E à medida que novos personagens emergem na trama, pequenos arcos nascem, sempre se mantendo interligados às protagonistas. E enquanto o primeiro ciclo trata o complexo fascínio da agente do MI6, vivida brilhantemente por Sandra Oh, pela assassina de aluguel, a nova temporada explora uma certa sexualidade sombria que norteia essa confusa dinâmica. Trabalhando a psicose de Villanelle de maneira mais emocional, o perfil da antagonista se desabrocha de maneira hipnotizante e conflitante no novo ano. Enquanto o roteiro revela a sagacidade salivante de uma jovem que sente prazer no caos, no sangue e nas mortes, ele também traz uma afeição sentimental pela oponente. Mas como dizia o Molejo, embora parecesse, não era amor, era cilada.

Com uma trilha sonora europeia que inspira um requinte único que só as séries britânicas conseguem trazer, Killing Eve é um prato cheio para os amantes de um thriller de respeito. Com episódios que passam em um piscar de olhos, a produção sabe construir a tensão adequada do começo ao fim, traz novas figuras que só agregam ao seu nível de qualidade e mantém sua estética impecável e gráfica, não poupando os olhos da audiência das cenas mais agressivas, fazendo questão de relatar as mortes com a maior veracidade possível. Com um figurino que transcende em peças de alta costura que passeiam entre os corte de alfaiataria e a pura seda, a produção faz da moda a cereja do suspense, se tornando um elemento único que coroa a peculiaridade das nossas protagonistas.

Divertida e intrigante, Killing Eve segue com sua maestria na segunda temporada, fortalecendo personagens femininas que sabem se posicionar por conta própria diante das telas, executando um ótimo trabalho com seus coadjuvantes – na maioria homens. Trazendo pitadas ácidas de um humor negro encharcado pela violência e por um thriller com pegada investigativa, a produção está mais vigorosa do que nunca e não tem medo de queimar cartuchos. Com a certeza de quem sua história é boa o bastante para ser contada por si própria, ela dispara o tiro a queima roupa – não poupando seus personagens – e garante que ele não vai sair pela culatra.

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