quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Kin – Ficção Científica com clima 80´s produzida por Michael B. Jordan

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Parente de Sangue

O ator Michael B. Jordan vem conquistando seu espaço em Hollywood, pouco a pouco se tornando um dos grandes nomes do momento. Na frente das câmeras, o jovem de 31 anos chamou atenção em projetos como Creed – Nascido para Lutar (2015) e Pantera Negra (2018), onde viveu o vilão Killmonger. Este ano, Jordan deu seu passo mais ambicioso na carreira, assumindo também a função de produtor – primeiro no telefilme Fahrenheit 451 e agora nesta produção.

Kin, ou parente, é baseado no curta “Bag Man” (2014) – homem do saco na livre tradução – criado pelos próprios irmãos Jonathan e Josh Baker. Agora, a dupla recebe a oportunidade de esticar a história, transformado-a num longa, com nomes famosos na frente e atrás das câmeras. Os Baker dirigem e ampliam a trama com a ajuda do roteiro de Daniel Casey (responsável pelo texto do vindouro Velozes e Furiosos 9).



O filme muito bem poderia ter saído da década de 1980, e não por menos aqui temos a produção de Shawn Levy, o nome por trás do sucesso Stranger Things. Seguindo de perto o teor da tal série  – que por si só já homenageia as produções de Steven Spielberg e sua Amblin – Kin narra as desventuras do pequeno Eli, um menino adotado que precisa lidar com a volta ao lar de seu meio irmão mais velho, que acabou de sair da cadeia. Fato este que irá desestruturar toda a dinâmica com a qual estava acostumado. É quando Jimmy, o irmão, chega que as coisas começam a sair verdadeiramente dos trilhos. Antes disso, porém, notamos o comportamento levemente errático do menino, se metendo em encrenca no colégio, como quem está em busca da autodescoberta.

No elenco, dois nomes ainda desconhecidos do grande público são quem nos levam por esta jornada. O pequeno Myles Truitt (o Issa Williams da série Raio Negro) é quem vive Eli, sendo apresentado como estreante no filme. E Jack Reynor (Sing Street e Macbeth) – um sósia de Seth Rogen – interpreta o encrenqueiro Jimmy, responsável pela maioria das tragédias apresentadas na obra. Chega a ser curioso ver Reynor ao lado de James Franco em cena, o usual colaborador de Rogen em suas comédias. O ator indicado ao Oscar vive a principal ameaça do filme, o criminoso Taylor Balik, a pior pessoa para quem você poderia dever favores. Mas é justamente nesta posição que se encontra o ex-detento, precisando fugir para proteger o restante de sua família.

Kin, no entanto, assim como tais produções fantásticas dos 80´s, utiliza o drama familiar a fim de criar conexão e humanizar seus personagens. Todas as produções de entretenimento da época funcionavam dentro de tal estrutura para desenvolver identificação com o espectador. Assim, por mais insana e incrível que seja a premissa, ela se torna mais aceitável uma vez que tenhamos onde nos fincar na realidade. E temas como família e amizade são perfeitos para isso.

Ah, sim, a esta altura talvez eu tenha esperado demais para falar sobre a verdadeira ideia de Kin. Ela vem na forma de uma arma supertecnológica descoberta por Eli. Arma esta capaz de derrubar carros e evaporar bandidos. O segredo envolvendo a tecnologia é a grande reviravolta do longa, momento que deixa a porta escancarada para uma possível sequência – que só sairá do papel dependendo do resultado da obra nas bilheterias.

A sinopse aponta que, ao descobrir a arma, Eli e seu irmão são perseguidos pelos criminosos de Franco, agentes federais e forças de outro mundo. Bem, esta é uma sinopse enganosa, pois quem os persegue o filme inteiro é Franco apenas – chegando ao cúmulo de invadir uma delegacia cheia de policiais a la O Exterminador do Futuro (1984). As figuras interplanetárias são pinceladas ao longo, se mostrando importantes somente para a revelação e os tais agentes do FBI, literalmente só dão as caras no desfecho (representados pela personagem da talentosa Carrie Coon, numa micro participação). Fechando o elenco principal, Dennis Quais vive o pai dos irmãos, Zoë Kravitz é uma stripper com coração de ouro e o próprio Michael B. Jordan faz uma ponta.

O elenco e diretores se saem bem, no caso dos segundos sendo ainda mais louvável por se tratar de sua primeira obra. Tudo está no lugar: bom ritmo narrativo, efeitos de primeira, boa ação e parte técnica irretocável. Conseguimos sentir pelo protagonista, somado pela boa performance de Truitt. O problema é a falta de simpatia por Jimmy, um personagem tão detestável quanto qualquer outro. E talvez seja esta a proposta para o sujeito. Ele acha que o mundo conspira contra ele e que todos lhe devem algo, enquanto mete os que ama em enrascadas cada vez maiores – chegando ao extremo de causar mortes e não sentir muito remorso por elas. Fora isso, desempenha uma espécie de relacionamento abusivo com o menino, sempre levado na lábia, o arrastando para boates de stripper, pelas estradas dos EUA e, até mesmo, incentivando que o adolescente mate pessoas.

Se você é daqueles que não liga muito para o politicamente correto, Kin na certa ganhará pontos com você por se tratar de uma ideia original, muito necessária nestes tempos de reciclagem. Sem dúvida é muito bom perceber que ainda existe quem deseja ter algo novo para falar, mesmo pertencendo a gêneros específicos muito utilizados ao longo das décadas. Ao menos Kin aspira a certo frescor, mesmo que não consiga entregar uma novidade cem por cento e escorregue com personagens e situações bem duvidosas.

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Kin, ou parente, é baseado no curta “Bag Man” (2014) – homem do saco na livre tradução – criado pelos próprios irmãos Jonathan e Josh Baker. Agora, a dupla recebe a oportunidade de esticar a história, transformado-a num longa, com nomes famosos na frente e atrás das câmeras. Os Baker dirigem e ampliam a trama com a ajuda do roteiro de Daniel Casey (responsável pelo texto do vindouro Velozes e Furiosos 9).

O filme muito bem poderia ter saído da década de 1980, e não por menos aqui temos a produção de Shawn Levy, o nome por trás do sucesso Stranger Things. Seguindo de perto o teor da tal série  – que por si só já homenageia as produções de Steven Spielberg e sua Amblin – Kin narra as desventuras do pequeno Eli, um menino adotado que precisa lidar com a volta ao lar de seu meio irmão mais velho, que acabou de sair da cadeia. Fato este que irá desestruturar toda a dinâmica com a qual estava acostumado. É quando Jimmy, o irmão, chega que as coisas começam a sair verdadeiramente dos trilhos. Antes disso, porém, notamos o comportamento levemente errático do menino, se metendo em encrenca no colégio, como quem está em busca da autodescoberta.

No elenco, dois nomes ainda desconhecidos do grande público são quem nos levam por esta jornada. O pequeno Myles Truitt (o Issa Williams da série Raio Negro) é quem vive Eli, sendo apresentado como estreante no filme. E Jack Reynor (Sing Street e Macbeth) – um sósia de Seth Rogen – interpreta o encrenqueiro Jimmy, responsável pela maioria das tragédias apresentadas na obra. Chega a ser curioso ver Reynor ao lado de James Franco em cena, o usual colaborador de Rogen em suas comédias. O ator indicado ao Oscar vive a principal ameaça do filme, o criminoso Taylor Balik, a pior pessoa para quem você poderia dever favores. Mas é justamente nesta posição que se encontra o ex-detento, precisando fugir para proteger o restante de sua família.

Kin, no entanto, assim como tais produções fantásticas dos 80´s, utiliza o drama familiar a fim de criar conexão e humanizar seus personagens. Todas as produções de entretenimento da época funcionavam dentro de tal estrutura para desenvolver identificação com o espectador. Assim, por mais insana e incrível que seja a premissa, ela se torna mais aceitável uma vez que tenhamos onde nos fincar na realidade. E temas como família e amizade são perfeitos para isso.

Ah, sim, a esta altura talvez eu tenha esperado demais para falar sobre a verdadeira ideia de Kin. Ela vem na forma de uma arma supertecnológica descoberta por Eli. Arma esta capaz de derrubar carros e evaporar bandidos. O segredo envolvendo a tecnologia é a grande reviravolta do longa, momento que deixa a porta escancarada para uma possível sequência – que só sairá do papel dependendo do resultado da obra nas bilheterias.

A sinopse aponta que, ao descobrir a arma, Eli e seu irmão são perseguidos pelos criminosos de Franco, agentes federais e forças de outro mundo. Bem, esta é uma sinopse enganosa, pois quem os persegue o filme inteiro é Franco apenas – chegando ao cúmulo de invadir uma delegacia cheia de policiais a la O Exterminador do Futuro (1984). As figuras interplanetárias são pinceladas ao longo, se mostrando importantes somente para a revelação e os tais agentes do FBI, literalmente só dão as caras no desfecho (representados pela personagem da talentosa Carrie Coon, numa micro participação). Fechando o elenco principal, Dennis Quais vive o pai dos irmãos, Zoë Kravitz é uma stripper com coração de ouro e o próprio Michael B. Jordan faz uma ponta.

O elenco e diretores se saem bem, no caso dos segundos sendo ainda mais louvável por se tratar de sua primeira obra. Tudo está no lugar: bom ritmo narrativo, efeitos de primeira, boa ação e parte técnica irretocável. Conseguimos sentir pelo protagonista, somado pela boa performance de Truitt. O problema é a falta de simpatia por Jimmy, um personagem tão detestável quanto qualquer outro. E talvez seja esta a proposta para o sujeito. Ele acha que o mundo conspira contra ele e que todos lhe devem algo, enquanto mete os que ama em enrascadas cada vez maiores – chegando ao extremo de causar mortes e não sentir muito remorso por elas. Fora isso, desempenha uma espécie de relacionamento abusivo com o menino, sempre levado na lábia, o arrastando para boates de stripper, pelas estradas dos EUA e, até mesmo, incentivando que o adolescente mate pessoas.

Se você é daqueles que não liga muito para o politicamente correto, Kin na certa ganhará pontos com você por se tratar de uma ideia original, muito necessária nestes tempos de reciclagem. Sem dúvida é muito bom perceber que ainda existe quem deseja ter algo novo para falar, mesmo pertencendo a gêneros específicos muito utilizados ao longo das décadas. Ao menos Kin aspira a certo frescor, mesmo que não consiga entregar uma novidade cem por cento e escorregue com personagens e situações bem duvidosas.

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