quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Kong: A Ilha da Caveira

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O Rei Voltou!

Em 1933, a sétima arte recebia um grande marco tecnológico que redefiniria para sempre o termo “cinema entretenimento”. Tratava-se da primeira versão de King Kong, que conta a história de uma equipe de filmagem viajando até uma ilha tropical e se deparando com um verdadeiro elo perdido no local fora do tempo, entre dinossauros e a criatura que dá título ao longa, um gorila gigantesco. A tal equipe o captura e o leva para a cidade a fim de exibi-lo e lucrar com o espetáculo.

O que impressionava em King Kong (1933) era a forma como a técnica do stop motion, que dava movimento às criaturas, era mesclada com atores reais, numa ilusão de ótica funcional, que chamou atenção e ajudou a cimentar o que temos hoje no quesito blockbuster. Não por menos, o megalômano Peter Jackson homenageou este clássico (que merece todas as homenagens possíveis por se tratar de uma produção icônica) em uma refilmagem muito mais detalhada e complexa, lançada em 2005, com o mesmo título.



Muitos talvez não saibam, porém, é que antes da versão de Jackson – que até então se comportava como a definitiva contendo o gorilão – três outras produções obscuras foram lançadas nos cinemas: O Filho de King Kong (1933), King Kong (1976, outro remake com Jeff Bridges e Jessica Lange) e King Kong 2 (1986).

Agora, o Rei dos Monstros volta aos cinemas, pelas mãos da Warner, ao invés da Universal, com a proposta de se tornar uma franquia e emplacar de vez no gosto dos fãs. A principal diferença que notamos em A Ilha da Caveira, em relação ao filme de Jackson, é que o novo se comporta verdadeiramente como um blockbuster, vendável para a nova geração, recheado de adrenalina e mergulhado, de certa forma, numa atmosfera pop. Para entender melhor, é como se o filme de Jackson fosse a versão clássica (já que existe apenas como homenagem a uma obra-prima da sétima arte) e este novo fosse a versão moderna, um produto único, remodelado e explosivo.

Na trama, acompanhamos uma divisão do governo que se dedica a buscar a verdade por trás de mitos e informações extremamente sigilosas. Tal departamento é comandado pelo personagem de John Goodman e não é levado a sério por políticos, como o personagem de Richard Jenkins, em uma participação relâmpago. Após certa insistência de Goodman, ele consegue o respaldo para investigar a tal ilha do título e parte com militares designados (encabeçados pelo personagem de Samuel L. Jackson), uma fotógrafa de guerra (a vencedora do Oscar Brie Larson) e um aventureiro mercenário (Tom Hiddleston)

Assim, a trupe está formada, e o grupo disfuncional parte para a ilhota, apenas com o propósito de caírem um a um como peões em um jogo de xadrez. No elenco, temos ainda os militares vividos por Thomas Mann e Toby Kebbell (que também dá vida ao gorila digital), o geólogo de Corey Hawkins e o personagem de John C. Reilly – o melhor do filme, com uma subtrama própria envolvendo a Segunda Guerra Mundial.

É claro que a presença do grupo irá chamar atenção do dono e Rei do local: Kong. Assim, esta equipe precisará sobreviver não apenas ao gorila astro do cinema, mas sim a inúmeras criaturas, que não valem ser mencionadas aqui para não estragar a surpresa. Nestes trechos o filme se comporta como uma ida ao simulador em parque de diversões, onde num local inóspito tudo é ameaça aos visitantes.

Kong: A Ilha da Caveira é cinema entretenimento pura e simplesmente. É escapismo que homenageia as aventuras de matinê e o cinema de monstros. O ritmo é acelerado, prometendo zero descanso para o espectador mais disperso. A parte técnica é impecável, inclua nisso a fotografia, os efeitos visuais caprichados e até mesmo o uso do 3D, o qual dificilmente defendo – procure a sala com a maior tela se possível.

Do outro lado do espectro, temos um filme sem muita humanidade, cujo roteiro trabalha apenas o básico, criando uma trama mundana, sem grandes surpresas ou reviravoltas dentro do gênero. Não existe novidade em Kong, o que você já sabe sobre o filme é exatamente o que você ganha. Se a sua opção for por um blockbuster com um pouco mais de conteúdo (acredite, eles existem), não irá encontrar aqui. O elenco igualmente soa perdido. Atores do porte de Larson e Hiddleston não ganham material suficiente para sobressaírem em seus personagens, que poderiam ter sido interpretados por qualquer um.

Apesar das referências legais aos filmes de guerra (a trama se passa na década de 1970, logo após a Guerra do Vietnã), vide Apocalypse Now (1979) – sua maior influência – e até mesmo Platoon (1986), que irão passar despercebidas pela maioria, Kong: A Ilha da Caveira não consegue caminhar muito com as próprias pernas e ser um filme próprio. O caminho era se distanciar de mais um remake, inclusive com uma nova forma para o macaco, mais ereto e humanoide do que a versão animalesca de Jackson, por exemplo. Algumas falhas de roteiro se fazem presente (a maior delas sendo o Kong sorrateiro – como um gorila daquele tamanho poderia surpreender com sua presença sem ser notado de longe?), no entanto, a proposta foi cumprida. Kong deve fazer seu papel nas bilheterias e garantir o encontro com outro famoso monstro do cinema. Fiquem para a cena pós créditos.

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O que impressionava em King Kong (1933) era a forma como a técnica do stop motion, que dava movimento às criaturas, era mesclada com atores reais, numa ilusão de ótica funcional, que chamou atenção e ajudou a cimentar o que temos hoje no quesito blockbuster. Não por menos, o megalômano Peter Jackson homenageou este clássico (que merece todas as homenagens possíveis por se tratar de uma produção icônica) em uma refilmagem muito mais detalhada e complexa, lançada em 2005, com o mesmo título.

Muitos talvez não saibam, porém, é que antes da versão de Jackson – que até então se comportava como a definitiva contendo o gorilão – três outras produções obscuras foram lançadas nos cinemas: O Filho de King Kong (1933), King Kong (1976, outro remake com Jeff Bridges e Jessica Lange) e King Kong 2 (1986).

Agora, o Rei dos Monstros volta aos cinemas, pelas mãos da Warner, ao invés da Universal, com a proposta de se tornar uma franquia e emplacar de vez no gosto dos fãs. A principal diferença que notamos em A Ilha da Caveira, em relação ao filme de Jackson, é que o novo se comporta verdadeiramente como um blockbuster, vendável para a nova geração, recheado de adrenalina e mergulhado, de certa forma, numa atmosfera pop. Para entender melhor, é como se o filme de Jackson fosse a versão clássica (já que existe apenas como homenagem a uma obra-prima da sétima arte) e este novo fosse a versão moderna, um produto único, remodelado e explosivo.

Na trama, acompanhamos uma divisão do governo que se dedica a buscar a verdade por trás de mitos e informações extremamente sigilosas. Tal departamento é comandado pelo personagem de John Goodman e não é levado a sério por políticos, como o personagem de Richard Jenkins, em uma participação relâmpago. Após certa insistência de Goodman, ele consegue o respaldo para investigar a tal ilha do título e parte com militares designados (encabeçados pelo personagem de Samuel L. Jackson), uma fotógrafa de guerra (a vencedora do Oscar Brie Larson) e um aventureiro mercenário (Tom Hiddleston)

Assim, a trupe está formada, e o grupo disfuncional parte para a ilhota, apenas com o propósito de caírem um a um como peões em um jogo de xadrez. No elenco, temos ainda os militares vividos por Thomas Mann e Toby Kebbell (que também dá vida ao gorila digital), o geólogo de Corey Hawkins e o personagem de John C. Reilly – o melhor do filme, com uma subtrama própria envolvendo a Segunda Guerra Mundial.

É claro que a presença do grupo irá chamar atenção do dono e Rei do local: Kong. Assim, esta equipe precisará sobreviver não apenas ao gorila astro do cinema, mas sim a inúmeras criaturas, que não valem ser mencionadas aqui para não estragar a surpresa. Nestes trechos o filme se comporta como uma ida ao simulador em parque de diversões, onde num local inóspito tudo é ameaça aos visitantes.

Kong: A Ilha da Caveira é cinema entretenimento pura e simplesmente. É escapismo que homenageia as aventuras de matinê e o cinema de monstros. O ritmo é acelerado, prometendo zero descanso para o espectador mais disperso. A parte técnica é impecável, inclua nisso a fotografia, os efeitos visuais caprichados e até mesmo o uso do 3D, o qual dificilmente defendo – procure a sala com a maior tela se possível.

Do outro lado do espectro, temos um filme sem muita humanidade, cujo roteiro trabalha apenas o básico, criando uma trama mundana, sem grandes surpresas ou reviravoltas dentro do gênero. Não existe novidade em Kong, o que você já sabe sobre o filme é exatamente o que você ganha. Se a sua opção for por um blockbuster com um pouco mais de conteúdo (acredite, eles existem), não irá encontrar aqui. O elenco igualmente soa perdido. Atores do porte de Larson e Hiddleston não ganham material suficiente para sobressaírem em seus personagens, que poderiam ter sido interpretados por qualquer um.

Apesar das referências legais aos filmes de guerra (a trama se passa na década de 1970, logo após a Guerra do Vietnã), vide Apocalypse Now (1979) – sua maior influência – e até mesmo Platoon (1986), que irão passar despercebidas pela maioria, Kong: A Ilha da Caveira não consegue caminhar muito com as próprias pernas e ser um filme próprio. O caminho era se distanciar de mais um remake, inclusive com uma nova forma para o macaco, mais ereto e humanoide do que a versão animalesca de Jackson, por exemplo. Algumas falhas de roteiro se fazem presente (a maior delas sendo o Kong sorrateiro – como um gorila daquele tamanho poderia surpreender com sua presença sem ser notado de longe?), no entanto, a proposta foi cumprida. Kong deve fazer seu papel nas bilheterias e garantir o encontro com outro famoso monstro do cinema. Fiquem para a cena pós créditos.

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