quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Legend: Tom Hardy em dose dupla

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De Pablo Bazarello, enviado especial a Toronto.

Os Bons Companheiros (e irmãos) britânicos

Este ano o cinema nos presenteou com dois filmes de máfia chamativos e que prometem ficar na memória por um tempo. Não por coincidência, ambos participaram desta edição do Festival de Toronto. Enquanto Aliança do Crime traz mais uma transformação do atualmente renegado Johnny Depp, Legend sai na frente com um desempenho duplo do atualmente prestigiado e elogiado Tom Hardy.



Também baseado numa história real, o novo filme dirigido pelo cineasta americano Brian Helgeland (roteirista de filmes como Los Angeles – Cidade Proibida, um de meus filmes favoritos de todos os tempos, e Sobre Meninos e Lobos), e baseado no livro de John Pearson, relata a trajetória dos irmãos gêmeos Reggie e Ronnie Kray, notórios gangsteres que aterrorizaram e reinaram em Londres na década de 1960.

legend_2

Legend funciona em vários aspectos e só decepciona em um. Entre os acertos, está a eficiente caracterização de época, o que por si só já se torna um atrativo, ainda mais num filme que faz jus para todo o resto. Também trabalha bem no cinema de máfia, entrando imediatamente para o hall das grandes produções do gênero, daquelas em que adoramos ver as tramoias de bastidores, as negociatas, traições e tudo o que acompanha uma vida excitante e perigosa, da qual a maioria de nós só tem contato (assim esperamos) através do cinema. Este trecho traz a participação do sumido Chazz Palminteri, especialista no cinema mafioso (como é bom vê-lo de novo nas telonas).

legend_1

E, é claro, funciona muito bem em seu chamariz, o desempenho esforçado do metódico Tom Hardy, definitivamente um dos melhores atores de sua geração. O retrato minucioso de cada um dos irmãos personificados pelo ator é tão bem trabalhado que suas personalidades e aparência não poderiam ser mais distintas. O sotaque britânico carregado do elenco e em especial da dupla Hardy torna a missão de assistir sem legendas um pouco difícil. E se você não entendeu o que Hardy dizia através da “focinheira” do vilão Bane de O Cavaleiro das Trevas (2012), boa sorte em decifrar o dialeto que o ator confeccionou para o violento e insano Ronald “Ronnie” Kray.

legend_3

O ponto fraco de Legend vem em querer focar a história no romance entre Reggie e Frances Shea, papel da antes talentosa (Desventuras em Série trouxe uma das melhores estreias de uma jovem atriz) e agora insossa Emily Browning. Sem carisma ou química, o relacionamento do casal morre na praia e termina por prejudicar um pouco o desenvolvimento da obra, já que o filme perde momento nestas investidas. Seja como for, Legend é um digno drama criminal inglês, o qual pretendo revisitar em breve e outras vezes ao longo dos anos.

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Também baseado numa história real, o novo filme dirigido pelo cineasta americano Brian Helgeland (roteirista de filmes como Los Angeles – Cidade Proibida, um de meus filmes favoritos de todos os tempos, e Sobre Meninos e Lobos), e baseado no livro de John Pearson, relata a trajetória dos irmãos gêmeos Reggie e Ronnie Kray, notórios gangsteres que aterrorizaram e reinaram em Londres na década de 1960.

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Legend funciona em vários aspectos e só decepciona em um. Entre os acertos, está a eficiente caracterização de época, o que por si só já se torna um atrativo, ainda mais num filme que faz jus para todo o resto. Também trabalha bem no cinema de máfia, entrando imediatamente para o hall das grandes produções do gênero, daquelas em que adoramos ver as tramoias de bastidores, as negociatas, traições e tudo o que acompanha uma vida excitante e perigosa, da qual a maioria de nós só tem contato (assim esperamos) através do cinema. Este trecho traz a participação do sumido Chazz Palminteri, especialista no cinema mafioso (como é bom vê-lo de novo nas telonas).

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E, é claro, funciona muito bem em seu chamariz, o desempenho esforçado do metódico Tom Hardy, definitivamente um dos melhores atores de sua geração. O retrato minucioso de cada um dos irmãos personificados pelo ator é tão bem trabalhado que suas personalidades e aparência não poderiam ser mais distintas. O sotaque britânico carregado do elenco e em especial da dupla Hardy torna a missão de assistir sem legendas um pouco difícil. E se você não entendeu o que Hardy dizia através da “focinheira” do vilão Bane de O Cavaleiro das Trevas (2012), boa sorte em decifrar o dialeto que o ator confeccionou para o violento e insano Ronald “Ronnie” Kray.

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O ponto fraco de Legend vem em querer focar a história no romance entre Reggie e Frances Shea, papel da antes talentosa (Desventuras em Série trouxe uma das melhores estreias de uma jovem atriz) e agora insossa Emily Browning. Sem carisma ou química, o relacionamento do casal morre na praia e termina por prejudicar um pouco o desenvolvimento da obra, já que o filme perde momento nestas investidas. Seja como for, Legend é um digno drama criminal inglês, o qual pretendo revisitar em breve e outras vezes ao longo dos anos.

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