quarta-feira , 27 novembro , 2024

Crítica | Lindsay Lohan e Ian Harding estrelam a inofensiva comédia natalina ‘Nosso Segredinho’

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Estamos nos aproximando de dezembro – e isso significa que está na hora de nos deliciarmos com as inúmeras comédias românticas natalinas que serão lançadas nas próximas semanas. Agora, chegou o momento de nos jogarmos de cabeça na inofensiva narrativa estrelada por ninguém menos que Lindsay Lohan e Ian Harding: ‘Nosso Segredinho’.

A produção, encabeçada por Stephen Herek, acompanha dois amigos de infância que se enlaçaram em um relacionamento que todos acreditavam ter chances de durar para sempre. Porém, acontecimentos da vida afastaram o casal, levando Avery (Lohan) a seguir seus sonhos do outro lado do mundo após a trágica morte da mãe e deixando Logan (Harding) em um misto de emoções que o propulsionaram a seguir em frente – mesmo sem querer. Uma década depois de terem se separado e seguido cada um seu próprio caminho, Avery e Logan se reencontram sob circunstâncias inesperadas: afinal, ambos estão namorando membros diferentes de uma rica e esnobe família, mas sem terem conhecimento disso. E é a partir daí que a história se desenrola em fórmulas bastante conhecidas, mas que são esperadas dentro de um projeto desse escopo.

Mulher sorrindo, entrando por porta decorada para Natal.

Considerando que estamos assistindo a uma rom-com de Natal, não é cabível esperar que Herek e a roteirista Hailey DeDominicis queiram reinventar a roda. A ideia da dupla, na verdade, é construir um enredo singelo e prático que aposta nas fichas do lovers-to-enemies-to-lovers em uma divertida e despreocupada narrativa que poderia ter sido lançada em qualquer época do ano – mas, ao se destinar às festividades em questão, constrói um misto de conforto e de jocosidades que nos arrancam algumas risadas, mesmo não oferecendo nada de novo. Até mesmo a construção cênica é passível de dedução lógica: Herek escolhe campos e contracampos, sequências em slow-motion e uma paleta de cores vibrante para garantir que, eventualmente, os dois protagonistas se enlacem em uma conclusão previsível e aconchegante (ou seja, tudo aquilo que queremos ver depois de um ano complexo e cansativo).

É notável como os eventos se movem de modo fluido e promovem uma espécie de hedonismo cinematográfico que tem como único objetivo o prazer natalino. Lohan diverte-se ao interpretar Avery, principalmente em algumas punchlines que entrega com tanto espero, enquanto Harding se mostra mais restrito em relação ao personagem que interpreta; de fato, a dupla não tem a química necessária de outros casais de produções similares (como os vistos nos recentes ‘Sintonia de Natal’ e ‘Um Crush para o Natal’), mas funciona dentro dos limites autoimpostos. O restante do elenco também se mantém a um segundo plano esquecível, com destaques momentâneos para Kristin Chenoweth como Erica e Henry Czerny como Mitchell – auxiliando, brevemente, na compreensão de certa backstory.

Mulher sorrindo ao lado de árvore de Natal.

Talvez o problema principal do filme seja a despreocupação em demasia. É claro que esse despojo é necessário dentro do gênero que propõe retratar, porém, quando utilizado em eufórico excesso, peca por se esquecer de dar alma aos personagens: por exemplo, é comentado no início da obra que Avery perdeu a mãe e, por essa razão, resolveu se distanciar de tudo que a lembrava dela – mesmo que isso significasse sua mudança para outro país, deixando a cidade que conhecia para trás; Logan, por sua vez, nunca superou o brusco término com a ex-namorado e carrega certos traumas de abandono que, volta e meia, despontam em alguns momentos mais dramáticos. Porém, essas menções efêmeras não têm qualquer peso na condução do enredo e soam mais como informações jogadas do que bem-vindas para compreendermos as ações dos protagonistas e coadjuvantes.

Se a ideia era apenas focar na praticidade de um filme natalino, reduzir obstáculos de outrora ao mínimo e focar na dinâmica atual de Avery e Logan seria uma jogada mais inteligente e que menos desconexa – e, convenhamos, não estamos esperando uma análise sociológica ou antropológica de personas complexas. Estamos falando de uma produção de fim de ano da Netflix – então, por que se exaurir tentando dar um passo maior que a perna?

nosso segredinho

Eventualmente, ‘Nosso Segredinho’ cumpre com aquilo que promete e se vale do carisma de Lohan e da cândida atmosfera permeada por biscoitos de chocolate e luzes pisca-pisca para nos guiar ao início de um dos períodos mais aguardados do ano – por mais que os óbvios erros atrapalhem a nossa jornada aqui e ali.

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Nosso Segredinho,Lindsay Lohan,Netflix

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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A produção, encabeçada por Stephen Herek, acompanha dois amigos de infância que se enlaçaram em um relacionamento que todos acreditavam ter chances de durar para sempre. Porém, acontecimentos da vida afastaram o casal, levando Avery (Lohan) a seguir seus sonhos do outro lado do mundo após a trágica morte da mãe e deixando Logan (Harding) em um misto de emoções que o propulsionaram a seguir em frente – mesmo sem querer. Uma década depois de terem se separado e seguido cada um seu próprio caminho, Avery e Logan se reencontram sob circunstâncias inesperadas: afinal, ambos estão namorando membros diferentes de uma rica e esnobe família, mas sem terem conhecimento disso. E é a partir daí que a história se desenrola em fórmulas bastante conhecidas, mas que são esperadas dentro de um projeto desse escopo.

Mulher sorrindo, entrando por porta decorada para Natal.

Considerando que estamos assistindo a uma rom-com de Natal, não é cabível esperar que Herek e a roteirista Hailey DeDominicis queiram reinventar a roda. A ideia da dupla, na verdade, é construir um enredo singelo e prático que aposta nas fichas do lovers-to-enemies-to-lovers em uma divertida e despreocupada narrativa que poderia ter sido lançada em qualquer época do ano – mas, ao se destinar às festividades em questão, constrói um misto de conforto e de jocosidades que nos arrancam algumas risadas, mesmo não oferecendo nada de novo. Até mesmo a construção cênica é passível de dedução lógica: Herek escolhe campos e contracampos, sequências em slow-motion e uma paleta de cores vibrante para garantir que, eventualmente, os dois protagonistas se enlacem em uma conclusão previsível e aconchegante (ou seja, tudo aquilo que queremos ver depois de um ano complexo e cansativo).

É notável como os eventos se movem de modo fluido e promovem uma espécie de hedonismo cinematográfico que tem como único objetivo o prazer natalino. Lohan diverte-se ao interpretar Avery, principalmente em algumas punchlines que entrega com tanto espero, enquanto Harding se mostra mais restrito em relação ao personagem que interpreta; de fato, a dupla não tem a química necessária de outros casais de produções similares (como os vistos nos recentes ‘Sintonia de Natal’ e ‘Um Crush para o Natal’), mas funciona dentro dos limites autoimpostos. O restante do elenco também se mantém a um segundo plano esquecível, com destaques momentâneos para Kristin Chenoweth como Erica e Henry Czerny como Mitchell – auxiliando, brevemente, na compreensão de certa backstory.

Mulher sorrindo ao lado de árvore de Natal.

Talvez o problema principal do filme seja a despreocupação em demasia. É claro que esse despojo é necessário dentro do gênero que propõe retratar, porém, quando utilizado em eufórico excesso, peca por se esquecer de dar alma aos personagens: por exemplo, é comentado no início da obra que Avery perdeu a mãe e, por essa razão, resolveu se distanciar de tudo que a lembrava dela – mesmo que isso significasse sua mudança para outro país, deixando a cidade que conhecia para trás; Logan, por sua vez, nunca superou o brusco término com a ex-namorado e carrega certos traumas de abandono que, volta e meia, despontam em alguns momentos mais dramáticos. Porém, essas menções efêmeras não têm qualquer peso na condução do enredo e soam mais como informações jogadas do que bem-vindas para compreendermos as ações dos protagonistas e coadjuvantes.

Se a ideia era apenas focar na praticidade de um filme natalino, reduzir obstáculos de outrora ao mínimo e focar na dinâmica atual de Avery e Logan seria uma jogada mais inteligente e que menos desconexa – e, convenhamos, não estamos esperando uma análise sociológica ou antropológica de personas complexas. Estamos falando de uma produção de fim de ano da Netflix – então, por que se exaurir tentando dar um passo maior que a perna?

nosso segredinho

Eventualmente, ‘Nosso Segredinho’ cumpre com aquilo que promete e se vale do carisma de Lohan e da cândida atmosfera permeada por biscoitos de chocolate e luzes pisca-pisca para nos guiar ao início de um dos períodos mais aguardados do ano – por mais que os óbvios erros atrapalhem a nossa jornada aqui e ali.

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