quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Lino – Animação abre uma nova era para o Brasil no gênero

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Aos poucos o Brasil vai conquistando cada vez mais espaço dentro do cinema de gênero. Estamos vivendo uma nova era onde cineastas jovens e ousados resolvem investir num tipo de cinema não tentado antes, mas que acompanha tendências mundiais. O Brasil agora faz filmes para o mundo e exporta talentos como nunca anteriormente. No entanto, um dos gêneros no qual nosso país ainda é muito deficiente é a animação, gênero bem específico, dominado por grandes estúdios de Hollywood, cuja concorrência se torna quase impossível.

Talvez um dos poucos países que faça frente aos colossos do segmento é o Japão, que vê no estilo de animação tradicional, potencializado pelos estúdios Ghibli, concorrente aos implacáveis blockbusters em seu próprio pais e no mundo. Fora isso, são os EUA que ditam regras e tendências, em especial a Disney /Pixar, líder do mercado. Mesmo dentro deste competitivo espaço, outros estúdios começam a levantar-se somente agora para entrar na disputa. Fox, Paramount, Universal, Warner e Sony, todos querem uma fatia e desenvolveram seus braços de animação. No Brasil, Lino beneficia-se justamente da parceria com a Fox para a distribuição nacional.



De fato, desde 2013 nosso país não criava nada do tipo, quando lançou o irregular Minhocas, dirigido por Paolo Conti e Arthur Nunes, realizado com uma mescla de stop-motion e efeitos 3D de computação. Depois disso, vieram Uma História de Amor e Fúria (2013), Até que a Sbórnia nos Separe (2013) e o prestigiado O Menino e o Mundo (2014), todas, no entanto, usando o método tradicional de animação, não menos trabalhoso.

A volta deste tipo de animação é importantíssima para o nosso mercado cinematográfico. Na trama, Lino (voz de Selton Mello) é o maior perdedor que já protagonizou uma animação. O sujeito desmotivado e acomodado chega a ter uma vida tão melancólica que quase vislumbramos um drama em live action. O trabalho que deveria ser um bico passageiro se torna o ganha-pão do sujeito há anos. Lino é animador de festas infantis, cuja fantasia (velha) é um gato roxo. O apartamento imundo e a vida social nula apenas refletem uma existência em branco.

É então que o protagonista decide fazer alguma coisa para mudar de vida, e procura um guru espiritual para acabar com sua má sorte – ele culpa o azar por todos os seus problemas. O tal guia revela-se um aprendiz de mago e através de uma fórmula e um feitiço errado, ao invés de melhorar a sorte do protagonista, o transforma em sua fantasia, um gato gigante. Não bastasse essa experiência surreal, Lino ainda é perseguido pela polícia, já que um colega de infância, agora criminoso, assalta um banco usando sua fantasia. Junte uma antiga colega de infância e paixão platônica, agora policial investigando o caso, um bebê que cai literalmente no colo de Lino e dois outros policiais com neurônios a menos, e está feita uma verdadeira salada de frutas que compõe esta inusitada narrativa.

Lino tem boa intenção, e o coração no lugar. Seu resultado, porém, soa muito ingênuo ainda e longe do teor recomendado para crianças mais velhas, pré-adolescentes, adolescentes e os papais. Não possui em seu roteiro a esperteza a qual esta geração está acostumada, ou diálogos que atinjam outro público senão os bem pequeninos, na faixa de, como citou um amigo, até sete anos de idade. No elenco de dubladores, além de Mello como o protagonista (esse é o ano do ator, em cartaz com Soundtrack e O Filme da Minha Vida), temos Dira Paes no papel de Janine, a policial, e Paolla Oliveira como Patty, a namorada do bandido.

A direção é de Rafael Ribas, que antes havia comandado O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes (2009), versão longa-metragem em animação 3D do clássico desenho nacional criado na década de 1980 – justamente por isso, o diretor trata de fazer diversas inserções do personagem em Lino. A direção de Ribas é dinâmica e o filme mantém o ritmo acelerado, prometendo capturar a atenção de seu público-alvo. O conteúdo, como dito, é leve como uma pluma. No entanto, os envolvidos demonstram tanta vontade que é impossível não se sentir cativado. Assim como Emoji: O Filme, Lino é direcionado apenas para uma fatia do público, mas ao contrário do primeiro, esperamos que tenha uma aceitação maior para que Lino 2 recebe sinal verde.

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Talvez um dos poucos países que faça frente aos colossos do segmento é o Japão, que vê no estilo de animação tradicional, potencializado pelos estúdios Ghibli, concorrente aos implacáveis blockbusters em seu próprio pais e no mundo. Fora isso, são os EUA que ditam regras e tendências, em especial a Disney /Pixar, líder do mercado. Mesmo dentro deste competitivo espaço, outros estúdios começam a levantar-se somente agora para entrar na disputa. Fox, Paramount, Universal, Warner e Sony, todos querem uma fatia e desenvolveram seus braços de animação. No Brasil, Lino beneficia-se justamente da parceria com a Fox para a distribuição nacional.

De fato, desde 2013 nosso país não criava nada do tipo, quando lançou o irregular Minhocas, dirigido por Paolo Conti e Arthur Nunes, realizado com uma mescla de stop-motion e efeitos 3D de computação. Depois disso, vieram Uma História de Amor e Fúria (2013), Até que a Sbórnia nos Separe (2013) e o prestigiado O Menino e o Mundo (2014), todas, no entanto, usando o método tradicional de animação, não menos trabalhoso.

A volta deste tipo de animação é importantíssima para o nosso mercado cinematográfico. Na trama, Lino (voz de Selton Mello) é o maior perdedor que já protagonizou uma animação. O sujeito desmotivado e acomodado chega a ter uma vida tão melancólica que quase vislumbramos um drama em live action. O trabalho que deveria ser um bico passageiro se torna o ganha-pão do sujeito há anos. Lino é animador de festas infantis, cuja fantasia (velha) é um gato roxo. O apartamento imundo e a vida social nula apenas refletem uma existência em branco.

É então que o protagonista decide fazer alguma coisa para mudar de vida, e procura um guru espiritual para acabar com sua má sorte – ele culpa o azar por todos os seus problemas. O tal guia revela-se um aprendiz de mago e através de uma fórmula e um feitiço errado, ao invés de melhorar a sorte do protagonista, o transforma em sua fantasia, um gato gigante. Não bastasse essa experiência surreal, Lino ainda é perseguido pela polícia, já que um colega de infância, agora criminoso, assalta um banco usando sua fantasia. Junte uma antiga colega de infância e paixão platônica, agora policial investigando o caso, um bebê que cai literalmente no colo de Lino e dois outros policiais com neurônios a menos, e está feita uma verdadeira salada de frutas que compõe esta inusitada narrativa.

Lino tem boa intenção, e o coração no lugar. Seu resultado, porém, soa muito ingênuo ainda e longe do teor recomendado para crianças mais velhas, pré-adolescentes, adolescentes e os papais. Não possui em seu roteiro a esperteza a qual esta geração está acostumada, ou diálogos que atinjam outro público senão os bem pequeninos, na faixa de, como citou um amigo, até sete anos de idade. No elenco de dubladores, além de Mello como o protagonista (esse é o ano do ator, em cartaz com Soundtrack e O Filme da Minha Vida), temos Dira Paes no papel de Janine, a policial, e Paolla Oliveira como Patty, a namorada do bandido.

A direção é de Rafael Ribas, que antes havia comandado O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes (2009), versão longa-metragem em animação 3D do clássico desenho nacional criado na década de 1980 – justamente por isso, o diretor trata de fazer diversas inserções do personagem em Lino. A direção de Ribas é dinâmica e o filme mantém o ritmo acelerado, prometendo capturar a atenção de seu público-alvo. O conteúdo, como dito, é leve como uma pluma. No entanto, os envolvidos demonstram tanta vontade que é impossível não se sentir cativado. Assim como Emoji: O Filme, Lino é direcionado apenas para uma fatia do público, mas ao contrário do primeiro, esperamos que tenha uma aceitação maior para que Lino 2 recebe sinal verde.

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