domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Living: Remake de clássico do Kurosawa é um emocionante lembrete sobre propósito de vida

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Filme assistido durante o Festival de Sundance 2022

No cenário pós Segunda Guerra Mundial, em meio a uma época de desenvolvimento e reconstrução, Bill Nighy é um retrato contemporâneo talhado no contexto dos anos 50. Um homem modesto que apenas assiste a vida passar diante dos seus olhos, ele é um servidor público que se esconde atrás das pilhas de solicitações que seu gabinete constantemente recebe. Entre entulhos de pedidos de reformas e de construções de parques, ele é praticamente um reflexo da ineficiência do governo brasileiro. Mas ao ser confrontado por sua mortalidade – após o diagnóstico de um câncer terminal -, a urgência do tempo bate à sua porta, o fazendo refletir sobre qual impacto sua vida gerou nos outros.



Living é – literalmente – uma lição de vida sobre a vida em si, que se apropria do clássico do cineasta japonês Akira Kurosawa para trazer uma releitura sobre o tempo e sobre quem somos diante da impossibilidade de retardá-lo, voltá-lo ou sequer pará-lo. Diante da possibilidade iminente da morte, Williams (Nighy) decide finalmente enxergar as pilhas de solicitações que o cercavam, pensando a respeito de como uma pequena grande atitude é capaz de mudar a vida daqueles que o cercam. E como alguém que na sua velhice finalmente descobre o valor da vida, Nighy é a mais plena e apaixonante expressão do que é um ser humano quando encontra o seu propósito.

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Com seu semblante e linguagem corporal mudando ao longo de pouco menos de duas horas de filme, contemplamos não apenas o amadurecimento de um homem, mas também a consolidação de uma impecável atuação. Da rigidez de um cara furtivo a um sorriso reluzente de alguém que sente prazer em transformar a realidade ao seu redor, o veterano mostra uma sutil e versátil habilidade em mostrar o que significa estar vivo para alguém que está à beira da morte. O roteiro de Kazuo Ishiguro é o leme que conduz essa jornada, que rapidamente nos absorve ao inevitavelmente nos confrontar a respeito do nosso próprio propósito de vida e o quanto o levamos a sério em nossas rotinas.

Refletindo sobre o presente em um contexto social que emana fragmentos do passado da então recente Segunda Guerra Mundial, o filme de Oliver Hermanus parece mesmo ter saído de uma cápsula do tempo dos anos 50. Lindamente feito com ares de technicolor, o drama traz em toda sua estética técnica os trejeitos de um filme de época. Dos créditos iniciais à sua trilha sonora, Living é um belíssimo sopro de vida do cinema da Era de Ouro, repleto de cenas delicadas e sensíveis sobre o quão precioso é o tempo que nos foi dado nesta vida.

Com um design de figurino que exala a alfaiataria da década de 50 e um final emocionante e reflexivo, o drama convida a audiência a passar pelo mesmo processo de avaliação vivido por Nighy. Abordando também o efeito dominó de uma mudança de caráter, o longa nos motiva a enxergar a beleza da simplicidade de considerar os interesses dos outros. E calcado em princípios bíblicos tão fundamentais, Living é uma experiência cinematográfica completa, que emana um rico ensinamento que dinheiro nenhum pode nos dar: a importância de fazer do hoje um amanhã que seja eternamente lembrado.

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Living é – literalmente – uma lição de vida sobre a vida em si, que se apropria do clássico do cineasta japonês Akira Kurosawa para trazer uma releitura sobre o tempo e sobre quem somos diante da impossibilidade de retardá-lo, voltá-lo ou sequer pará-lo. Diante da possibilidade iminente da morte, Williams (Nighy) decide finalmente enxergar as pilhas de solicitações que o cercavam, pensando a respeito de como uma pequena grande atitude é capaz de mudar a vida daqueles que o cercam. E como alguém que na sua velhice finalmente descobre o valor da vida, Nighy é a mais plena e apaixonante expressão do que é um ser humano quando encontra o seu propósito.

Com seu semblante e linguagem corporal mudando ao longo de pouco menos de duas horas de filme, contemplamos não apenas o amadurecimento de um homem, mas também a consolidação de uma impecável atuação. Da rigidez de um cara furtivo a um sorriso reluzente de alguém que sente prazer em transformar a realidade ao seu redor, o veterano mostra uma sutil e versátil habilidade em mostrar o que significa estar vivo para alguém que está à beira da morte. O roteiro de Kazuo Ishiguro é o leme que conduz essa jornada, que rapidamente nos absorve ao inevitavelmente nos confrontar a respeito do nosso próprio propósito de vida e o quanto o levamos a sério em nossas rotinas.

Refletindo sobre o presente em um contexto social que emana fragmentos do passado da então recente Segunda Guerra Mundial, o filme de Oliver Hermanus parece mesmo ter saído de uma cápsula do tempo dos anos 50. Lindamente feito com ares de technicolor, o drama traz em toda sua estética técnica os trejeitos de um filme de época. Dos créditos iniciais à sua trilha sonora, Living é um belíssimo sopro de vida do cinema da Era de Ouro, repleto de cenas delicadas e sensíveis sobre o quão precioso é o tempo que nos foi dado nesta vida.

Com um design de figurino que exala a alfaiataria da década de 50 e um final emocionante e reflexivo, o drama convida a audiência a passar pelo mesmo processo de avaliação vivido por Nighy. Abordando também o efeito dominó de uma mudança de caráter, o longa nos motiva a enxergar a beleza da simplicidade de considerar os interesses dos outros. E calcado em princípios bíblicos tão fundamentais, Living é uma experiência cinematográfica completa, que emana um rico ensinamento que dinheiro nenhum pode nos dar: a importância de fazer do hoje um amanhã que seja eternamente lembrado.

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