[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS]
Se você ainda não assistiu ao último episódio de Loki, não leia esta matéria para não receber spoilers.
Após pouco mais de um mês, a série do Loki chegou ao fim de um jeito agridoce. Isso porque o episódio final da primeira temporada conclui a história dos personagens que vimos, mas cria um gancho nível Thanos no final do primeiro Vingadores (2012), senão maior. E a parte interessante é que esse gancho serve tanto para a Fase Quatro do MCU como um todo, que foi oficialmente iniciada, quanto para a segunda temporada de Loki, confirmada ao final do episódio.
Depois de derrotarem o Alioth, Loki (Tom Hiddleston) e Sylvie (Sophia Di Martino) chegam ao Fim dos Tempos, uma cidadezinha alheia a todas as linhas temporais, onde está escondido o verdadeiro vilão por trás da TVA. A forma escolhida pela direção para deixar clara a atemporalidade do local, inclusive, é fantástica. As principais frases do MCU e algumas frases famosas da humanidade são citadas conforme a câmera viaja por planetas, galáxias até chegar a um grande fluxo temporal.
Quando a dupla de Lokis entra no castelo antecipado no penúltimo episódio, logo são recebidos pela Senhorita Minutos (Tara Strong), que tenta barganhar com eles pela vida de seu mestre. Ela oferece tudo aquilo que a dupla sempre quis em troca de acabar com aquela jornada sem precisar de violência. Isso mexe com os protagonistas, que escolhem por conhecer quem está por trás de tudo aquilo. Então, a série apresenta oficialmente o grande vilão da Fase Quatro: Kang, O Conquistador (Jonathan Majors). Ou ao menos uma “versão beta” dele.
Nos quadrinhos, Kang é um déspota atemporal que viaja pelas linhas do tempo tentando destruir os Vingadores, que, segundo ele, são a causa de destruição e morte no futuro. Na série, apesar dele já chamar os Vingadores de “hipócritas” por meio da Senhorita Minutos, é introduzida uma versão mais “light”, mais suavizada do que ele realmente é. E vale a pena ressaltar que sua versão mais suave é representada como um ditador que comanda uma organização que dizima trilhões de vidas inocentes por dia, então imagina o que a versão 100% cruel será capaz de fazer. De qualquer forma, ele passa grande parte do episódio contando sua história e a trama real por trás daquele discurso quase religioso da TVA sobre a Linha do Tempo Sagrada. Ele era um cientista do Século XXXI que descobriu como se comunicar com realidades/ linhas do tempo paralelas e começou a trocar experiências com suas próprias Variantes. Porém, passou o tempo e ele percebeu que nem todas as suas versões eram pacíficas, dando início assim a uma Guerra Multiversal. Para evitar a morte e a destruição, ele decide matar e destruir linhas do tempo variantes, mantendo a paz na sua existência.
Só que tudo isso muda quando ele chega a um ponto ainda desconhecido de sua vida: o futuro. Quando Loki e Sylvie chegam lá, o ditador chega a um ponto em que não sabe mais o que vai acontecer dali pra frente. Ele dá aos Lokis a opção deles o substituírem como governadores do tempo ou de matá-lo, o que poderia trazer uma sensação de missão cumprida no momento, mas que abriria uma porta para que outras versões cruéis dele mesmo aparecessem e tomassem seu lugar. Sylvie bane Loki para a TVA e mata Kang, causando uma verdadeira loucura no Multiverso. Com o déspota caído, qualquer um pode tomar seu lugar e todas as diversas realidades paralelas podem se chocar a partir de então.
Isso é interessante porque já temos a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) se comunicando com seus filhos em outra realidade ao final de WandaVision, temos um filme do Homem-Aranha (Tom Holland) programado para dezembro, que abordará questões do Multiverso, e também teremos o filme que provavelmente será a coluna vertebral dessa Fase Quatro: Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, que trará o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) e a Feiticeira Escarlate viajando e resolvendo problemas pelo Multiverso.
Ao fim do episódio, quando o Loki está correndo pela TVA, descobrimos muitas coisas. A primeira delas é que Ravonna Renslayer (Gugu Mbatha-Raw) não encerrará sua participação no MCU na primeira temporada de Loki, já que ela é vista indo embora para tentar descobrir a verdade por trás de sua existência e missão de vida. A segunda delas é que o Loki foi mandado para uma linha do tempo em que Mobius M. Mobius (Owen Wilson) não o conhece e, por fim, que aquela realidade é comandada por um Kang de visual mais fiel aos quadrinhos. Ou seja, a farsa dos Guardiões do Tempo nunca existiu e a TVA age guiada sabidamente por um déspota temporal. Seria esse Kang o responsável por assumir o controle da nova realidade ou seria ele apenas um Kang comandando somente aquela linha do tempo para a qual Loki foi mandado? É isso indica que a Sylvie foi morta ou ela apenas desistiu dos planos após matar o responsável por destruir sua vida? Ou será que esse Kang seria a própria Sylvie disfarçada, tal qual o Loki fez ao final de Thor: O Mundo Sombrio (2013), em que ele assume a aparência de Odin (Anthony Hopkins) para governar Asgard?
A única certeza que dá para ter com esse episódio final é que ele deixa brechas fantásticas para serem exploradas no futuro da própria série, que confirmou sua segunda temporada ao fim deste episódio, e ao longo do próprio MCU, já que Kang foi confirmado como vilão de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Foi o melhor episódio da série e, sem dúvidas, o melhor episódio final de uma série do MCU até aqui.
Ah, lembrando que não vimos o Rei Loki mostrado nos trailers. Cena excluída ou vislumbre da segunda temporada?
A primeira temporada de Loki está disponível no Disney+.