domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Lola Pater – As atualidades de um morrer por amor

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Dirigido pelo cineasta parisiense Nadir Moknèche, ‘Lola Pater’ fala sobre escolhas, medos e principalmente sobre a relação de pai e filho blindada por uma situação inusitada, de descoberta, onde passos são dados com muito cuidado. Os personagens transbordam emoções, a protagonista exala simpatia. É uma crônica moderna de uma família com descendentes árabes onde as escolham guiaram os destinos de todos anos atrás. No papel principal, a inesquecível Fanny Ardant. a atriz de 68 anos, musa de Truffaut, encontra num complexo personagem um dos grandes trabalhos de toda uma carreira.

Na trama, conhecemos Zinedine (Tewfik Jallab), também chamado de Zino, um afinador de instrumentos, motoqueiro que trabalha em uma Paris nos dias atuais. Zino acaba de perder precocemente sua mãe e resolver embarcar em uma jornada rumo ao paradeiro desconhecido de seu pai Farid. Nessa busca, chega até a professora de dança Lola (Fanny Ardant) que para sua surpresa é o seu verdadeiro pai que após anos fez uma cirurgia e virou mulher. Assim, pai e filho precisarão combater as mágoas do passado e tentar recriar os laços perdidos pelo tempo.



Precisamos falar de Fanny Ardant. A delicadeza com que compõe seu personagem é algo sublime, transborda emoção com um olhar amargurado de quem já sofreu bastante pela vida e muito por conta das escolhas do personagem. É muito fácil se encantar com Lola, dona de uma vitalidade envolta de uma arte apurada, uma força da natureza encantadora que precisou se blindar de muitos sentimentos bons para apagar manchas de seu passado como homem e pai ausente na criação de seu único filho. Talvez um recomeço, quando é procurada pelo filho, entra em conflito, não sabendo direito como lidar com essa situação do reencontro e com um medo constante da reação de seu filho já que agora é mulher por completo.

A direção de Moknèche é detalhista e competente, buscando em cada cena transpirar ao público as emoções e as forças dos personagens que cruzam nossos olhos nas árduas batalhas rumo ao entendimento. A narrativa é lenta o que nos faz nos aproximar dos personagens já que conseguimos entende-los melhor. Tendo a arte musical como característica marcante na vida dos dois personagens, preenche a tela com uma delicada trilha sonora que traz um toque requintado a bela história. ‘Lola Pater’ é atemporal, um projeto venerável que emociona do início ao fim.

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Dirigido pelo cineasta parisiense Nadir Moknèche, ‘Lola Pater’ fala sobre escolhas, medos e principalmente sobre a relação de pai e filho blindada por uma situação inusitada, de descoberta, onde passos são dados com muito cuidado. Os personagens transbordam emoções, a protagonista exala simpatia. É uma crônica moderna de uma família com descendentes árabes onde as escolham guiaram os destinos de todos anos atrás. No papel principal, a inesquecível Fanny Ardant. a atriz de 68 anos, musa de Truffaut, encontra num complexo personagem um dos grandes trabalhos de toda uma carreira.

Na trama, conhecemos Zinedine (Tewfik Jallab), também chamado de Zino, um afinador de instrumentos, motoqueiro que trabalha em uma Paris nos dias atuais. Zino acaba de perder precocemente sua mãe e resolver embarcar em uma jornada rumo ao paradeiro desconhecido de seu pai Farid. Nessa busca, chega até a professora de dança Lola (Fanny Ardant) que para sua surpresa é o seu verdadeiro pai que após anos fez uma cirurgia e virou mulher. Assim, pai e filho precisarão combater as mágoas do passado e tentar recriar os laços perdidos pelo tempo.

Precisamos falar de Fanny Ardant. A delicadeza com que compõe seu personagem é algo sublime, transborda emoção com um olhar amargurado de quem já sofreu bastante pela vida e muito por conta das escolhas do personagem. É muito fácil se encantar com Lola, dona de uma vitalidade envolta de uma arte apurada, uma força da natureza encantadora que precisou se blindar de muitos sentimentos bons para apagar manchas de seu passado como homem e pai ausente na criação de seu único filho. Talvez um recomeço, quando é procurada pelo filho, entra em conflito, não sabendo direito como lidar com essa situação do reencontro e com um medo constante da reação de seu filho já que agora é mulher por completo.

A direção de Moknèche é detalhista e competente, buscando em cada cena transpirar ao público as emoções e as forças dos personagens que cruzam nossos olhos nas árduas batalhas rumo ao entendimento. A narrativa é lenta o que nos faz nos aproximar dos personagens já que conseguimos entende-los melhor. Tendo a arte musical como característica marcante na vida dos dois personagens, preenche a tela com uma delicada trilha sonora que traz um toque requintado a bela história. ‘Lola Pater’ é atemporal, um projeto venerável que emociona do início ao fim.

 

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