domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Loop – Ficção científica com Bruno Gagliasso tem trama problemática e nada original

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O cinema de ficção científica já investiu inúmeras vezes em filmes de viagem no tempo, de clássicos como De Volta para o Futuro a sucessos como Vingadores: Ultimato, passando por comédias absurdas como A Ressaca. Mesmo no Brasil, em que longas de gênero ainda não possuem tanto espaço, tivemos o caso recente de O Homem do Futuro. Dirigido por Bruno Bini, Loop é mais uma obra a investir numa saga de viagem no tempo. E o grande problema é que não contribui com nada de realmente novo para este vasto universo. O filme passa a clara sensação de déjà–vu, de mais do mesmo.

A trama acompanha Daniel (Bruno Gagliasso), um jovem cientista recém-saído da universidade que tem um vasto interesse em viagem no tempo. Sempre na companhia da irmã Simone (Branca Messina), ele passa por dificuldades após ver sua namorada Maria Luiza (Bia Arantes) ser assassinada. O criminoso lhe deixa com apenas um aviso: “você tem que chegar mais cedo.” A partir daí, Dan se isola do mundo e passa a tentar encontrar uma forma de viajar no tempo para salvar sua paixão.



O elenco é esforçado, mas sofre um pouco com o fraco roteiro escrito por Bini. Os diálogos são quase sempre forçados e desinteressantes, e muitas das referências científicas de Daniel parecem saídas de um livro de física do ensino médio. 

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Repleto de clichês do gênero e momentos em que tenta (mas não consegue) surpreender, Loop ainda possui falhas graves do ponto de vista moral. O longa valida muitos comportamentos violentos, seja do protagonista, seja do delegado vivido por Roberto Birindelli ou seja da polícia como um todo. Em uma cena de protesto com a presença da polícia, podemos ver um personagem falando para outro: “se ninguém fizer confusão, não vai ter problema.” Obviamente, alguém exagera e a polícia entra em ação. O que talvez o filme nem perceba é que a frase acima quase legitima a ação violenta da força policial. Eles apanharam porque pediram.

A representação feminina também é bastante problemática. Tanto a namorada quanto a irmã são apresentadas como mulheres que precisam ser salvas pelo protagonista. Além disso, Maria Luiza é retratada como uma figura exagerada, descompromissada e até mesmo violenta, e é punida pelo texto por ir contra os desejos do homem principal.

Do ponto de vista da investigação sobre o crime e das tentativas de se viajar no tempo, o filme conta até com momentos interessante. O espectador embarca na loucura fictícia, mesmo possuindo uma série de clichês do gênero, além das eventuais pontas soltas narrativas.

O romance entre Dan e Maria Luiza, no entanto, funciona bem menos do que necessário para fazer o público se envolver com a história. O filme também é desleal com seus protagonistas, especialmente quando retrata uma cena de violência/briga que resulta em sexo – artifício de roteiro pra lá de preguiçoso, ultrapassado e até mesmo desonesto.

Loop não é uma obra sem méritos, mas seus problemas são muito evidentes. E o principal é achar que está fazendo algo novo ou surpreendendo o público, quando na verdade todo mundo já sabe o que vai acontecer bem antes do razoável. Por sinal, o bom ator Zé Carlos Machado surge no ato final da trama em um personagem misterioso, mas completamente previsível.

Filme visto durante o 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

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O cinema de ficção científica já investiu inúmeras vezes em filmes de viagem no tempo, de clássicos como De Volta para o Futuro a sucessos como Vingadores: Ultimato, passando por comédias absurdas como A Ressaca. Mesmo no Brasil, em que longas de gênero ainda não possuem tanto espaço, tivemos o caso recente de O Homem do Futuro. Dirigido por Bruno Bini, Loop é mais uma obra a investir numa saga de viagem no tempo. E o grande problema é que não contribui com nada de realmente novo para este vasto universo. O filme passa a clara sensação de déjà–vu, de mais do mesmo.

A trama acompanha Daniel (Bruno Gagliasso), um jovem cientista recém-saído da universidade que tem um vasto interesse em viagem no tempo. Sempre na companhia da irmã Simone (Branca Messina), ele passa por dificuldades após ver sua namorada Maria Luiza (Bia Arantes) ser assassinada. O criminoso lhe deixa com apenas um aviso: “você tem que chegar mais cedo.” A partir daí, Dan se isola do mundo e passa a tentar encontrar uma forma de viajar no tempo para salvar sua paixão.

O elenco é esforçado, mas sofre um pouco com o fraco roteiro escrito por Bini. Os diálogos são quase sempre forçados e desinteressantes, e muitas das referências científicas de Daniel parecem saídas de um livro de física do ensino médio. 

Repleto de clichês do gênero e momentos em que tenta (mas não consegue) surpreender, Loop ainda possui falhas graves do ponto de vista moral. O longa valida muitos comportamentos violentos, seja do protagonista, seja do delegado vivido por Roberto Birindelli ou seja da polícia como um todo. Em uma cena de protesto com a presença da polícia, podemos ver um personagem falando para outro: “se ninguém fizer confusão, não vai ter problema.” Obviamente, alguém exagera e a polícia entra em ação. O que talvez o filme nem perceba é que a frase acima quase legitima a ação violenta da força policial. Eles apanharam porque pediram.

A representação feminina também é bastante problemática. Tanto a namorada quanto a irmã são apresentadas como mulheres que precisam ser salvas pelo protagonista. Além disso, Maria Luiza é retratada como uma figura exagerada, descompromissada e até mesmo violenta, e é punida pelo texto por ir contra os desejos do homem principal.

Do ponto de vista da investigação sobre o crime e das tentativas de se viajar no tempo, o filme conta até com momentos interessante. O espectador embarca na loucura fictícia, mesmo possuindo uma série de clichês do gênero, além das eventuais pontas soltas narrativas.

O romance entre Dan e Maria Luiza, no entanto, funciona bem menos do que necessário para fazer o público se envolver com a história. O filme também é desleal com seus protagonistas, especialmente quando retrata uma cena de violência/briga que resulta em sexo – artifício de roteiro pra lá de preguiçoso, ultrapassado e até mesmo desonesto.

Loop não é uma obra sem méritos, mas seus problemas são muito evidentes. E o principal é achar que está fazendo algo novo ou surpreendendo o público, quando na verdade todo mundo já sabe o que vai acontecer bem antes do razoável. Por sinal, o bom ator Zé Carlos Machado surge no ato final da trama em um personagem misterioso, mas completamente previsível.

Filme visto durante o 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

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