domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Los Territorios – Documentário e ficção numa viagem jornalística pelos continentes

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Em Busca de um Propósito na Vida

A sensação curiosa de não saber definir muito bem entre um documentário e uma obra de ficção ao assistirmos Los Territorios é algo que se perpetuará por todo e qualquer público. A mescla, no entanto, é exatamente a proposta aqui, nesta obra autobiográfica do jovem diretor Ivan Granovsky.

Coprodução entre Brasil e Argentina, o longa traz o diretor, roteirista e protagonista interpretando a si mesmo, numa jornada de autodescoberta profissional e pessoal. Formado em História, o cineasta deixou sua paixão pelo cinema conduzir a carreira, sempre interligada à veia jornalística herdada do pai, Martin Granovsky, famoso correspondente de guerra argentino.



Viagens, continentes e territórios, conhecer os países através de mapas, são elementos que também estiveram presentes na infância do protagonista, curiosidade trazida pelo avô. Justamente por isso, a narrativa é fragmentada pelas tentativas – quase sempre certeiras – de Ivan em acertar as capitais dos mais variados lugares do mundo. Muitos dos quais ele já visitou ou irá durante o percurso de Los Territorios.

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E se uma vida sem paradeiro pelo mundo a trabalho pode soar como a aventura mais que desejada de muitos, e sem dúvida concretizada por Martin, Ivan almeja uma proximidade com tal relevância. O filme pode ser definido de três formas. A primeira, uma forma de provação e concretização para Ivan, sempre visto como o filho fútil e perdido, sem um grande propósito, ao contrário do pai. E neste quesito podemos encaixar a segunda ideia por trás do longa: a sombra do pai. Ivan deseja conquistar, ou ao menos chegar perto do que Martin conseguiu realizar, durante o período como repórter correspondente de conflitos mundiais.

Neste percurso, Ivan descobre o quão difícil é estar na linha de frente. Patrocinado pela mãe, o que rende momentos hilários de troca de e-mails entre os dois, o protagonista tenta reconstituir os passos do pai nos tempos modernos. Da guerra em países no Oriente Médio, passando pelo pós-atentado na redação do veículo Charlie Hebdo em Paris, chegando até protestos violentos em países da América do Sul, o cineasta transita entre locais tão diversos quanto Palestina, Israel, Grécia, Síria, França, Espanha, Argentina, São Paulo e Brasília. No trajeto, ele vai conhecendo pessoas, fazendo amizade e até mesmo se envolvendo em rápidos relacionamentos amorosos – tudo devidamente documentado.

Em outro trecho, se recusa a realizar uma entrevista com um jogador de futebol estrela da forma adequada, por achar que está fora de seu real objetivo –entrevista esta conseguida através de um favor do pai e que lhe renderia um bom pagamento. Ivan não evita em se apresentar como uma figura mimada e pouco confiável no seu longa – o que traz ainda mais humanidade ao projeto, ao se relacionar com a insegurança de qualquer um. Em certos momentos, seu pai se transforma em mais um dos personagens, entrevistado pelo filho para relatos sobre a reconstituição de suas matérias. Isso introduz o elemento “história” ao filme, quando por breves momentos conhecemos o passado recente de países como a Argentina, por exemplo.

Los Territorios é uma produção de fácil acesso e grande conexão, mesmo se tratando de uma obra tão pessoal. A intimidade da vida em família de Ivan Granovsky é rapidamente transposta, se transformando em algo universal, para todos aqueles adeptos de boas viagens por locais exóticos, curiosidades sociais e culturais, e cosmópoles. E claro, aqueles que acreditam na falta de objetivo de suas vidas. A resposta, embora pareça não existir, está aí fora para ser encontrada.

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Coprodução entre Brasil e Argentina, o longa traz o diretor, roteirista e protagonista interpretando a si mesmo, numa jornada de autodescoberta profissional e pessoal. Formado em História, o cineasta deixou sua paixão pelo cinema conduzir a carreira, sempre interligada à veia jornalística herdada do pai, Martin Granovsky, famoso correspondente de guerra argentino.

Viagens, continentes e territórios, conhecer os países através de mapas, são elementos que também estiveram presentes na infância do protagonista, curiosidade trazida pelo avô. Justamente por isso, a narrativa é fragmentada pelas tentativas – quase sempre certeiras – de Ivan em acertar as capitais dos mais variados lugares do mundo. Muitos dos quais ele já visitou ou irá durante o percurso de Los Territorios.

E se uma vida sem paradeiro pelo mundo a trabalho pode soar como a aventura mais que desejada de muitos, e sem dúvida concretizada por Martin, Ivan almeja uma proximidade com tal relevância. O filme pode ser definido de três formas. A primeira, uma forma de provação e concretização para Ivan, sempre visto como o filho fútil e perdido, sem um grande propósito, ao contrário do pai. E neste quesito podemos encaixar a segunda ideia por trás do longa: a sombra do pai. Ivan deseja conquistar, ou ao menos chegar perto do que Martin conseguiu realizar, durante o período como repórter correspondente de conflitos mundiais.

Neste percurso, Ivan descobre o quão difícil é estar na linha de frente. Patrocinado pela mãe, o que rende momentos hilários de troca de e-mails entre os dois, o protagonista tenta reconstituir os passos do pai nos tempos modernos. Da guerra em países no Oriente Médio, passando pelo pós-atentado na redação do veículo Charlie Hebdo em Paris, chegando até protestos violentos em países da América do Sul, o cineasta transita entre locais tão diversos quanto Palestina, Israel, Grécia, Síria, França, Espanha, Argentina, São Paulo e Brasília. No trajeto, ele vai conhecendo pessoas, fazendo amizade e até mesmo se envolvendo em rápidos relacionamentos amorosos – tudo devidamente documentado.

Em outro trecho, se recusa a realizar uma entrevista com um jogador de futebol estrela da forma adequada, por achar que está fora de seu real objetivo –entrevista esta conseguida através de um favor do pai e que lhe renderia um bom pagamento. Ivan não evita em se apresentar como uma figura mimada e pouco confiável no seu longa – o que traz ainda mais humanidade ao projeto, ao se relacionar com a insegurança de qualquer um. Em certos momentos, seu pai se transforma em mais um dos personagens, entrevistado pelo filho para relatos sobre a reconstituição de suas matérias. Isso introduz o elemento “história” ao filme, quando por breves momentos conhecemos o passado recente de países como a Argentina, por exemplo.

Los Territorios é uma produção de fácil acesso e grande conexão, mesmo se tratando de uma obra tão pessoal. A intimidade da vida em família de Ivan Granovsky é rapidamente transposta, se transformando em algo universal, para todos aqueles adeptos de boas viagens por locais exóticos, curiosidades sociais e culturais, e cosmópoles. E claro, aqueles que acreditam na falta de objetivo de suas vidas. A resposta, embora pareça não existir, está aí fora para ser encontrada.

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