domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Love, Death, Robots – 2ª Temporada é mais sombria e com tons de terror

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Quando a primeira temporada de ‘Love, Death, Robots’ estreou na Netflix, em 2019, o público foi surpreendido por uma proposta inovadora de série que vinha no formato de uma coletânea de histórias em animação cujas temáticas giravam em torno de três pilares: amor, morte e robôs. Dois anos depois, chega hoje à plataforma a segunda etapa de ‘Love, Death, Robots’.



Com oito episódios que variam entre sete e vinte e três minutos de duração, a segunda temporada obedece a proposta original, trazendo histórias independentes que podem ser assistidas em qualquer ordem e não necessariamente maratonáveis, porém, com um elo em comum que atravessa o enredo geral desta nova temporada. Nesta, o que conecta as histórias é o senso de sobrevivência, que permeia as oito aventuras de maneira às vezes evidente, às vezes oculta, porém sempre colocando os personagens em algum tipo de situação que os fazem lutar por suas vidas por se sentirem ameaçados por um elemento externo (geralmente, um robô).

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Outro ponto que se repete aqui é a proposta de estética diversa, de modo que ganhamos episódios em stop-motion, animação em 3D, animação hiper-realista estilo videogame, em 2D, animação sobre pintura e também em estilo HQ. Ou seja, tem para todos os gostos.

A temporada começa com um tom mais divertido em “Atendimento automático ao cliente”, contando a desventura de uma velhinha com seu robô-faxineiro; lá para a metade, o episódio infantil ‘Pela casa’ traz duas crianças à espreita do Papai Noel, no maior estilo Tim Burton encontra Guillermo Del Toro; o capítulo que encerra a temporada, ‘O gigante afogado’, tem um ar mais poético, reflexivo, fechando a trama com promessa de futuro – embora, talvez, não pareça ter sido a melhor escolha para o encerramento, pois o ritmo e o tom narrativo caem aqui neste último.

Todos os outros cinco episódios que recheiam a produção são carregados de terror e violência, com cenas de mutilação, tiros, sangue e até um quê de sobrenatural. Isso demonstra a preocupação de Tim Miller em dosar bem a coisa, sem sobrecarregar o espectador com histórias muito pesadas e, ao mesmo tempo, também agradar aqueles que não curtem tanta briga. É o caso, por exemplo, do episódio “Gaiola da sobrevivência”, estrelado por Michael B. Jordan, que conta o drama de um guerreiro do espaço que sofre uma aterrisagem forçada num planeta e, ao chegar na estação espacial, acaba enfrentando uma briga com um robô de reparação. Embora não seja muito colérico, esta trama é conduzida pelo suspense.

Com a maior parte dos episódios sombrios, a segunda temporada de ‘Love, Death, Robots’ traz bastante influência dos clássicos do terror que ficam facilmente identificáveis ao espectador, como ‘Alien’, ‘Halloween’, ‘O Estranho Mundo de Jack’ e ‘O Labirinto do Fauno’. É divertido reparar, também, como alguns episódios possuem easter eggs em outros, conectando-os em um mesmo universo, como a loja de brinquedos antigos Ipswich, ponto chave do terceiro episódio que volta a aparecer no último, ou a mesma linha temporal que junta “Esquadrão de extermínio” e “Snow no deserto” – que parece até um episódio de ‘O Mandaloriano’ em Tatooine.

A segunda temporada de ‘Love, Death, Robots’ entrega o que o espectador esperava: entretenimento, teorias doidas, histórias interessantes e uma refinada técnica de animação.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Quando a primeira temporada de ‘Love, Death, Robots’ estreou na Netflix, em 2019, o público foi surpreendido por uma proposta inovadora de série que vinha no formato de uma coletânea de histórias em animação cujas temáticas giravam em torno de três pilares: amor, morte e robôs. Dois anos depois, chega hoje à plataforma a segunda etapa de ‘Love, Death, Robots’.

Com oito episódios que variam entre sete e vinte e três minutos de duração, a segunda temporada obedece a proposta original, trazendo histórias independentes que podem ser assistidas em qualquer ordem e não necessariamente maratonáveis, porém, com um elo em comum que atravessa o enredo geral desta nova temporada. Nesta, o que conecta as histórias é o senso de sobrevivência, que permeia as oito aventuras de maneira às vezes evidente, às vezes oculta, porém sempre colocando os personagens em algum tipo de situação que os fazem lutar por suas vidas por se sentirem ameaçados por um elemento externo (geralmente, um robô).

Outro ponto que se repete aqui é a proposta de estética diversa, de modo que ganhamos episódios em stop-motion, animação em 3D, animação hiper-realista estilo videogame, em 2D, animação sobre pintura e também em estilo HQ. Ou seja, tem para todos os gostos.

A temporada começa com um tom mais divertido em “Atendimento automático ao cliente”, contando a desventura de uma velhinha com seu robô-faxineiro; lá para a metade, o episódio infantil ‘Pela casa’ traz duas crianças à espreita do Papai Noel, no maior estilo Tim Burton encontra Guillermo Del Toro; o capítulo que encerra a temporada, ‘O gigante afogado’, tem um ar mais poético, reflexivo, fechando a trama com promessa de futuro – embora, talvez, não pareça ter sido a melhor escolha para o encerramento, pois o ritmo e o tom narrativo caem aqui neste último.

Todos os outros cinco episódios que recheiam a produção são carregados de terror e violência, com cenas de mutilação, tiros, sangue e até um quê de sobrenatural. Isso demonstra a preocupação de Tim Miller em dosar bem a coisa, sem sobrecarregar o espectador com histórias muito pesadas e, ao mesmo tempo, também agradar aqueles que não curtem tanta briga. É o caso, por exemplo, do episódio “Gaiola da sobrevivência”, estrelado por Michael B. Jordan, que conta o drama de um guerreiro do espaço que sofre uma aterrisagem forçada num planeta e, ao chegar na estação espacial, acaba enfrentando uma briga com um robô de reparação. Embora não seja muito colérico, esta trama é conduzida pelo suspense.

Com a maior parte dos episódios sombrios, a segunda temporada de ‘Love, Death, Robots’ traz bastante influência dos clássicos do terror que ficam facilmente identificáveis ao espectador, como ‘Alien’, ‘Halloween’, ‘O Estranho Mundo de Jack’ e ‘O Labirinto do Fauno’. É divertido reparar, também, como alguns episódios possuem easter eggs em outros, conectando-os em um mesmo universo, como a loja de brinquedos antigos Ipswich, ponto chave do terceiro episódio que volta a aparecer no último, ou a mesma linha temporal que junta “Esquadrão de extermínio” e “Snow no deserto” – que parece até um episódio de ‘O Mandaloriano’ em Tatooine.

A segunda temporada de ‘Love, Death, Robots’ entrega o que o espectador esperava: entretenimento, teorias doidas, histórias interessantes e uma refinada técnica de animação.

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