quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Lugares Escuros

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Garota não Exemplar

Alguns autores possuem livros cinematográficos. Propositalmente ou não os textos de alguns escritores parecem prontos para serem levados ao cinema, e seus respectivos livros são quase um roteiro já estruturado. Dan Brown e Dennis Lehane são dois exemplos. Agora, junta-se à lista a autora Gillian Flynn, responsável pela sensação do ano passado Garota Exemplar, baseado em sua terceira e última obra literária.

Mostrando que o gênio está fora da garrafa, o cinema (e não Hollywood) percebeu que as obras de Flynn podem render bons exemplares (com o perdão do trocadilho) de filmes. Quando digo o cinema e não Hollywood é justamente pelo fato de que Lugares Escuros (seu novo livro adaptado) é uma produção francesa, embora falada em inglês. Este é o motivo também do filme chegar antes ao Brasil do que aos EUA, por exemplo.



Dark

Lugares Escuros chega cheio de expectativas. Primeiro, por ser a nova adaptação de um livro de Flynn, embora desta vez a autora não tenha um envolvimento maior do que apenas ter assinado o texto original. Segundo, pelo elenco grandioso da produção, que inclui a estrela Charlize Theron como protagonista, e a jovem estrela Chloe Grace Moretz no elenco. Além das duas, a obra conta com Nicholas Hoult (refazendo a parceria do recente Mad Max: Estrada da Fúria com Theron) e a fotogênica Christina Hendricks, em papéis principais.

O interessante das obras de Flynn é que apesar de se tratarem de suspenses barra-pesada, que não pegam leve no grafismo da violência, possuem a sensibilidade de uma mulher, dando ênfase ao drama pessoal de seus personagens e seu psicológico. Aqui, Charlize Theron é Libby Day (nome memorável de personagem), única sobrevivente de um massacre à sua família ainda na infância. A narrativa de Lugares Escuros ocorre em duas linhas temporais: com a protagonista já adulta nas formas de Theron, e na infância mostrando a vida em família ao lado da mãe, das irmãs e do irmão.

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A mãe Patty Day (Hendricks) luta para conseguir criar os filhos, mas sem poder contar com a ajuda do ex-marido traficante Runner (Sean Bridges), está prestes a perder a casa.  Em Lugares Escuros, Flynn apresenta uma realidade bem diferente da dos personagens de Garota Exemplar. Embora em ambas as obras exista o fantasma da dívida financeira pairando e motivando certos acontecimentos, aqui tal elemento dita grande parte do desencadear.

Na fase adulta, a caçula Libby Day precisa conviver com dois grandes traumas. Além da morte de toda a família (mãe e duas irmãs), seu irmão Ben Day (Tye Sheridan na juventude e Corey Stoll na fase adulta) está preso há décadas, acusado justamente de tal matança, em partes devido ao depoimento da própria protagonista. Esta é uma personagem verdadeiramente trágica, e Charlize Theron dá novo significado para a definição de farrapo humano. A trama começa a girar no presente com a chegada do personagem de Hoult, e a possibilidade de redenção da protagonista, com a investigação do que verdadeiramente ocorreu na fatídica noite.

dark-places-trailer-do-filme-adaptado-do-livro-de-gillian-flynn-autora-de-garota-exemplar_5

O maior problema de Lugares Escuros é que possui muitos personagens e muitas subtramas sem que grande parte dos mesmos receba a devida atenção. Este é aquele tipo de filme que ao assistirmos, de tempos em tempos seremos forçados a perguntar: “quem é este mesmo?” ou “achei que esta era aquela”. Síndrome que demonstra que adaptações literárias não são tão fáceis quanto imaginamos.  Aqui não temos a mão de Flynn adaptando novamente sua própria obra, que se mostrou muito eficiente em Garota Exemplar, um filme com 149 minutos de projeção. Lugares Escuros, com 113 minutos, parece corrido e pouco explorado, além de confuso e relativamente entediante.

Faz falta também um cineasta de estilo chamativo como David Fincher, já que cinema é uma arte extremamente visual. O francês Gilles Paquet-Brenner (A Chave de Sarah) é quem adapta o livro e dirige, fazendo de Lugares Escuros um suspense mundano, pouco memorável e que se mostrará um desafio para qualquer um conseguir lembrá-lo algumas semanas após o terem assistido.

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Mostrando que o gênio está fora da garrafa, o cinema (e não Hollywood) percebeu que as obras de Flynn podem render bons exemplares (com o perdão do trocadilho) de filmes. Quando digo o cinema e não Hollywood é justamente pelo fato de que Lugares Escuros (seu novo livro adaptado) é uma produção francesa, embora falada em inglês. Este é o motivo também do filme chegar antes ao Brasil do que aos EUA, por exemplo.

Dark

Lugares Escuros chega cheio de expectativas. Primeiro, por ser a nova adaptação de um livro de Flynn, embora desta vez a autora não tenha um envolvimento maior do que apenas ter assinado o texto original. Segundo, pelo elenco grandioso da produção, que inclui a estrela Charlize Theron como protagonista, e a jovem estrela Chloe Grace Moretz no elenco. Além das duas, a obra conta com Nicholas Hoult (refazendo a parceria do recente Mad Max: Estrada da Fúria com Theron) e a fotogênica Christina Hendricks, em papéis principais.

O interessante das obras de Flynn é que apesar de se tratarem de suspenses barra-pesada, que não pegam leve no grafismo da violência, possuem a sensibilidade de uma mulher, dando ênfase ao drama pessoal de seus personagens e seu psicológico. Aqui, Charlize Theron é Libby Day (nome memorável de personagem), única sobrevivente de um massacre à sua família ainda na infância. A narrativa de Lugares Escuros ocorre em duas linhas temporais: com a protagonista já adulta nas formas de Theron, e na infância mostrando a vida em família ao lado da mãe, das irmãs e do irmão.

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A mãe Patty Day (Hendricks) luta para conseguir criar os filhos, mas sem poder contar com a ajuda do ex-marido traficante Runner (Sean Bridges), está prestes a perder a casa.  Em Lugares Escuros, Flynn apresenta uma realidade bem diferente da dos personagens de Garota Exemplar. Embora em ambas as obras exista o fantasma da dívida financeira pairando e motivando certos acontecimentos, aqui tal elemento dita grande parte do desencadear.

Na fase adulta, a caçula Libby Day precisa conviver com dois grandes traumas. Além da morte de toda a família (mãe e duas irmãs), seu irmão Ben Day (Tye Sheridan na juventude e Corey Stoll na fase adulta) está preso há décadas, acusado justamente de tal matança, em partes devido ao depoimento da própria protagonista. Esta é uma personagem verdadeiramente trágica, e Charlize Theron dá novo significado para a definição de farrapo humano. A trama começa a girar no presente com a chegada do personagem de Hoult, e a possibilidade de redenção da protagonista, com a investigação do que verdadeiramente ocorreu na fatídica noite.

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O maior problema de Lugares Escuros é que possui muitos personagens e muitas subtramas sem que grande parte dos mesmos receba a devida atenção. Este é aquele tipo de filme que ao assistirmos, de tempos em tempos seremos forçados a perguntar: “quem é este mesmo?” ou “achei que esta era aquela”. Síndrome que demonstra que adaptações literárias não são tão fáceis quanto imaginamos.  Aqui não temos a mão de Flynn adaptando novamente sua própria obra, que se mostrou muito eficiente em Garota Exemplar, um filme com 149 minutos de projeção. Lugares Escuros, com 113 minutos, parece corrido e pouco explorado, além de confuso e relativamente entediante.

Faz falta também um cineasta de estilo chamativo como David Fincher, já que cinema é uma arte extremamente visual. O francês Gilles Paquet-Brenner (A Chave de Sarah) é quem adapta o livro e dirige, fazendo de Lugares Escuros um suspense mundano, pouco memorável e que se mostrará um desafio para qualquer um conseguir lembrá-lo algumas semanas após o terem assistido.

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