A segunda temporada de ‘Lupin’ finalmente está entre nós! Após o estrondoso sucesso da primeira temporada, que figurou no top 10 da Netflix por semanas seguidas, a aguardada continuação chega hoje à plataforma e (oba!) consegue manter o mesmo tom alucinante com que começou.
Depois do misterioso sumiço de seu filho Raoul (Etan Simon), Claire (Ludivine Sagnier) e Lupin (Omar Sy) ficam desesperados e acabam aceitando a ajuda do detetive Guedira (Soufiane Guerrab), sem saber que ele trabalha para a polícia. Aos poucos Lupin começa a perceber que a coisa toda em que ele se meteu tem muito mais a ver com ele e com seu passado do que ele imaginava, e, ao que parece, finalmente chegou a hora de ele acertar de vez seus pontos com o poderoso Hubert Pellegrini (Hervé Pierre).
Logo de cara o que podemos perceber nesse segundo ato da série é que ela não é exatamente uma segunda temporada (com uma história toda nova, etc), mas sim uma segunda parte da primeira, pois literalmente começa exatamente onde o último capítulo anterior terminou, e parte desse mesmo ponto para construir a resolução que ficou faltando anteriormente e dar o mote para essa segunda parte. Isso significa que para entender essa nova parte da série é primordial que se assista a primeira.
Dividida em apenas cinco episódios de mais ou menos quarenta minutos de duração, a continuação de ‘Lupin’ consegue manter bem o ótimo clima de adrenalina apresentado anteriormente: é dessas séries que você simplesmente começa e quer ir até o fim para saber o que acontece, sem nem sentir o tempo passar. Porém, ao contrário da parte anterior – que mantinha um tom mais divertido e ligeiramente debochado do ladrão de mão leve – a segunda temporada de ‘Lupin’ engrossa mais o tom e, logo de cara, aborda, por exemplo, um tema que nem foi tocado antes (mas que ficou em suspenso para todos os expectadores): o racismo, e as dolorosas experiências sofridas por Lupin em diferentes momentos de sua vida, que o fizeram ser quem é.
Dessa vez o roteiro de George Kay e François Uzan é menos apresentativo (afinal, agora já conhecemos o protagonista) e foca mais em aprofundar esse incrível personagem inspirado na obra de Maurice Leblanc. Agora a relação familiar é o tema central, e, portanto, somos convidados a conhecer mais do passado de Lupin não só através dos flashbacks de quando ele estava na escola e conhecera Claire, mas também do quanto essas mesmas pessoas do seu passado ainda permeiam sua vida no presente, e nem sempre de uma maneira positiva.
O que definitivamente fica claro nesta segunda parte é que ‘Lupin’ é uma produção que veio para ficar no coração dos espectadores. Ao misturar mistério, ação, carisma, ótimas atuações, cenários incríveis e uma técnica inacreditável de realizar roubos inimagináveis (que conseguem manter a suspensão da descrença em polvorosa), ‘Lupin’ já é, sem dúvida, uma série queridinha, que abrange todos os elementos essenciais para uma boa e instigante trama e garante o entretenimento do espectador do começo ao fim.
Que venha logo a terceira temporada!