segunda-feira , 4 novembro , 2024

Crítica | Mãe! – Terror Provocador com Jennifer Lawrence estreia na Netflix

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Sabe quando você está tendo um pesadelo e não consegue acordar? O terror e o desespero começam a tomar conta do seu corpo e você não sabe como reagir, ou seja, se chora ou se grita ou não se move. Este é o angustiante cenário montado por Darren Aronofsky (Noé) para nos envolver na alegoria religiosa de Mãe!, em que cada personagem sem nome próprio representa simbolicamente o nascimento do cristianismo.

Diferente de Noé (2014), última obra do cineasta, este não é um filme bíblico, mas cheio de referências do livro sagrado. No início, um casal, formado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem, vive isolado em uma enorme casa. Enquanto ela é responsável por restaurar toda a estrutura do palácio, ele passa os dias buscando inspiração para escrever mais uma história. Até que uma noite, um estranho (Ed Harris) bate à porta, se apresenta como médico e diz que confundiu a grande casa com uma pousada.

Confusa e contrariada com a situação de ter um desconhecido sob o seu teto, Jennifer Lawrence mantém o tom educado ao lidar com o seu desconforto até mesmo quando a esposa do forasteiro (Michelle Pfeiffer) surge e se impõe como dona do espaço.

Paulatinamente, vamos sentindo o desconforto de Jennifer Lawrence com a presença dos indesejados hóspedes. A atriz desempenha uma brilhante performance com tons comedidos da personagem recatada a entregas dramáticas quando tudo começa desmoronar. A câmera passeia bem de perto pelo seu rosto e corpo, conduzindo-nos durante toda projeção. Assim, pouco a pouco, a casa se torna uma espaço de agonia.

Diferente dos delírios de Réquiem para um Sonho (2000) e Cisne Negro (2010), Mother! se apega ao sentido literal, mas na linha do surrealismo. Isso porque os acontecimentos são totalmente inesperados e fora de dimensão aceita como social. Mesmo convivendo com o crescente caos, Jennifer Lawrence tenta manter o seu lar intacto, enquanto o marido está mergulhado na vaidade e busca receber o amor de desconhecidos. A ideia de ser adorado pelo casal estrangeiro o fortalece, tal como um alimento para o corpo.

Lawrence entrega todo o seu talento que já lhe rendeu três indicações ao Oscar e, talvez, mais uma para o próximo ano.

Javier Bardem desempenha brilhantemente o seu papel de sedutor e dominador. Ele é o poder sobre todas as coisas e, principalmente, sua esposa. A benevolência de suas ações durante o filme nos causa mais aflição, sua maior necessidade é ser amado acima de todas as coisas. Vocês já ouviram isso antes, não? Sua presença, no entanto, não é tão marcante quanto a de Michelle Pfeiffer, mesmo em papel secundário.

Mãe! não é um filme de horror, não há cenas de sustos, entretanto, é aterrorizante como a câmera segue Jennifer Lawrence por todos os lados, detalhando cada processo de travessia da personagem da confusão, apaixonamento, horror, aflição, medo até a redenção.

É uma obra questionadora em todos os momentos, todos os detalhes significam e é bom prestar atenção ao que se passa, principalmente na casa, um dos maiores elementos dessa fábula macabra. Por mais confuso e difícil de comprar a ideia principal, já que o filme nos envolve em uma proporção de absurdos, Aronofsky presenteia o público com uma singela explicação, o que transforma este longa em uma obra fantástica. Mãe! é um filme artístico, figurativo e provocador, portanto, é para ser digerido lentamente e como muita interpretação. Se você gosta de desafios, divirta-se!

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Diferente de Noé (2014), última obra do cineasta, este não é um filme bíblico, mas cheio de referências do livro sagrado. No início, um casal, formado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem, vive isolado em uma enorme casa. Enquanto ela é responsável por restaurar toda a estrutura do palácio, ele passa os dias buscando inspiração para escrever mais uma história. Até que uma noite, um estranho (Ed Harris) bate à porta, se apresenta como médico e diz que confundiu a grande casa com uma pousada.

Confusa e contrariada com a situação de ter um desconhecido sob o seu teto, Jennifer Lawrence mantém o tom educado ao lidar com o seu desconforto até mesmo quando a esposa do forasteiro (Michelle Pfeiffer) surge e se impõe como dona do espaço.

Paulatinamente, vamos sentindo o desconforto de Jennifer Lawrence com a presença dos indesejados hóspedes. A atriz desempenha uma brilhante performance com tons comedidos da personagem recatada a entregas dramáticas quando tudo começa desmoronar. A câmera passeia bem de perto pelo seu rosto e corpo, conduzindo-nos durante toda projeção. Assim, pouco a pouco, a casa se torna uma espaço de agonia.

Diferente dos delírios de Réquiem para um Sonho (2000) e Cisne Negro (2010), Mother! se apega ao sentido literal, mas na linha do surrealismo. Isso porque os acontecimentos são totalmente inesperados e fora de dimensão aceita como social. Mesmo convivendo com o crescente caos, Jennifer Lawrence tenta manter o seu lar intacto, enquanto o marido está mergulhado na vaidade e busca receber o amor de desconhecidos. A ideia de ser adorado pelo casal estrangeiro o fortalece, tal como um alimento para o corpo.

Lawrence entrega todo o seu talento que já lhe rendeu três indicações ao Oscar e, talvez, mais uma para o próximo ano.

Javier Bardem desempenha brilhantemente o seu papel de sedutor e dominador. Ele é o poder sobre todas as coisas e, principalmente, sua esposa. A benevolência de suas ações durante o filme nos causa mais aflição, sua maior necessidade é ser amado acima de todas as coisas. Vocês já ouviram isso antes, não? Sua presença, no entanto, não é tão marcante quanto a de Michelle Pfeiffer, mesmo em papel secundário.

Mãe! não é um filme de horror, não há cenas de sustos, entretanto, é aterrorizante como a câmera segue Jennifer Lawrence por todos os lados, detalhando cada processo de travessia da personagem da confusão, apaixonamento, horror, aflição, medo até a redenção.

É uma obra questionadora em todos os momentos, todos os detalhes significam e é bom prestar atenção ao que se passa, principalmente na casa, um dos maiores elementos dessa fábula macabra. Por mais confuso e difícil de comprar a ideia principal, já que o filme nos envolve em uma proporção de absurdos, Aronofsky presenteia o público com uma singela explicação, o que transforma este longa em uma obra fantástica. Mãe! é um filme artístico, figurativo e provocador, portanto, é para ser digerido lentamente e como muita interpretação. Se você gosta de desafios, divirta-se!

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