Uma boa história de romance tem um casal protagonista que envolve o espectador. Independentemente do gênero, os dois precisam ter um conflito no qual o espectador acredite e torça junto para que o casal consiga superá-lo. Vimos isso com muita clareza na saga ‘Crepúsculo’, que, ainda que seu mote não fosse original (a própria autora comentou sobre sua inspiração no clássico ‘O Morro dos Ventos Uivantes’), em que a mocinha se apaixonava por um rapaz riquíssimo, mas descobria que ele era vampiro e entrava o dilema. Mais ou menos nessa pegada – só que sem o sobrenatural – estreou recentemente na Prime Video a série alemã ‘Maxton Hall: O Mundo Entre Nós’, e rapidamente viralizou nas redes sociais.
Ruby Bell (Harriet Herbig-Matten) é uma das melhores estudantes da escola de elite Maxton Hall, focadíssima em conseguir uma carta de recomendação para entrar na prestigiada Universidade de Oxford – até porque será sua única oportunidade, uma vez que é aluna bolsista. Certo dia, ela flagra o professor Graham (Eidin Jalali) aos beijos com Lydia Beaufort (Sonja Weißer), uma das alunas mais ricas e influentes da escola. Lydia conta sobre esse flagrante para seu irmão gêmeo, James Beaufort (Damian Hardung), que decide subornar Ruby para que ela mantenha o segredo da irmã. Entretanto, diferente de todas as outras com que lidou, Ruby é uma moça com princípios, e, por causa disso, James se meterá em encrencas que fará com que novos sentimentos surjam dentro de seu peito.
Os primeiros dois episódios da série são meio fraquinhos, dando a sensação de que “já vimos aquilo antes”. Porém, alguma coisa acontece nos episódios seguintes (são seis no total, com pouco mais de quarenta minutos cada) e a coisa toda melhora, ao passo de nos dois episódios finais o espectador simplesmente se sentir tão enganchado na trama, que, ao final, sentimos ansiedade por a temporada terminar do jeito que termina. Felizmente a segunda temporada está confirmada.
Esse sentimento é mérito dos diretores Terek Roehlinger e Martin Schreier, que souberam dosar muito bem a chama da paixão adolescente crescendo no ritmo certo, culminando com uma última sequência que presenteia os espectadores dando-lhes aquilo pelo que tanto ansiaram. O roteiro de Daphne Ferraro – baseado na obra ‘Save Me’, de Mona Kasten – equilibra 2/3 da trama centrada na tecitura do romance estilo ‘Gata Borralheira’ (a menina pobre que se apaixona pelo menino rico), mas o 1/3 que resta erige situações que por vezes forçam a barra, como a família excessivamente feliz de Ruby Bell, a recorrência com que os personagens repetem o nome completo da protagonista. Ainda assim, dosa uma pitadinha de ‘Gossip Girl’ com ‘Gilmore Girls’.
A química entre o casal protagonista é o que faz a gente querer mararonar a série. Harriet Herbig-Matten tem um rostinho meio Kristen Stewart, meio Rachel Zegler, a depender da iluminação e do ângulo da câmera, sempre meio incrédula com as coisas que ocorrem ao redor da personagem. Quem conquista mesmo nossos corações, claro, é Damian Hardung, lindinho, perfeitinho, com abdômen trincado e que passa todos os episódios quase chorando. Ele é a personificação do príncipe clássico, porém sensível.
Mesmo com cenas e sequências completamente previsíveis, ‘Maxton Hall: O Mundo Entre Nós’ é adorável, facilmente maratonável e tem um casal protagonista que a gente shippa. Diferente de outras séries estudantis, como ‘Élite’ e ‘Rebeldes’, ‘Maxton Hall’ é dessas histórias que reacendem a chama dentro dos nossos peitos e dá vontade de ligar pro/a crush.