domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Meu Porto Seguro – Drama avassalador da Netflix no estilo ‘A Culpa é das Estrelas’

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Não é de hoje que os dramas e romances turcos andam tomando conta dos streamings brasileiros. Anteriormente com acesso limitado a apenas Youtube e sites alternativos, aos poucos as produções da Turquia vêm conquistando espaço nas principais plataformas de exibição sob demanda, como a Netflix – que anda apostando bastante no audiovisual turco e tem trazido importantes histórias aos assinantes brasileiros, como ‘Milagre na Cela 7’ e ‘O Violino do meu Pai’. Seguindo essa pegada dramática bastante emocionante, o mais novo representante dessa turma atende pelo nome ‘Meu Porto Seguro’, que vem fazendo bastante sucesso dentre os assinantes da Netflix desde sua estreia.



Melisa (Asli Enver) é mãe solo de Can (Mert Ege Ak) e os dois se dão muito bem, suficientes um para o outro. Ela trabalha em uma cafeteria, onde comumente leva o filho para ficar junto de si, uma vez que o menino não curte ir para a escola. Porém, sua melhor amiga Fatos (Ezgi Senler) a perturba, dizendo-lhe que deve se envolver amorosamente com algum homem para poder ser feliz e construir uma família para Can. Reticente, Melisa tenta dar uma chance à sua felicidade, e é justamente quando, sem querer, esbarra em Firat (Kaan Urgancioglu) em uma lanchonete, um rico CEO de aplicativo de bicicleta, e o rapaz implica com a demora de Can em contar moedas. Inimizade à primeira vista, rapidamente os dois vão perceber que seus destinos estão datados para se cruzarem, à revelia de suas vontades.

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Escrito por Hakan Bonomo, a história de ‘Meu Porto Seguro’ é bastante agradável, na medida certa entre a ficção e a dose de fantasia que um conto-de-fadas pede para se resolver. Com um casal protagonista com aquela química meio ímãs que se atraem mas que ao mesmo tempo se odeiam, talvez a única coisa que destoe nesse núcleo seja a criança Can, construída para ser um menino super mimado e ciumento da própria mãe, um verdadeiro projeto de machistinha cujas ações são minimizadas pelo núcleo feminino. A frequência com que a criança birrenta literalmente dá um show de infantilidade para mostrar a todos os homens que a mãe é dele e não há lugar para outro homem em suas vidas dá uma cansada, afinal, como é possível permitirem que um menino se comporte assim constantemente em público? Há de se perguntar para o diretor Ketche, que permitiu essa extrapolação. Apesar dessa chatice, o rapazote tem lá seus momentos cômicos, com caras e bocas contrariadas.

Meu Porto Seguro’ tem todo o formatinho de drama romântico de Sessão da Tarde, sem tirar nem por: possui uma hora e meia de duração, uma historinha facilmente aceita pelo público de qualquer parte do mundo, um desenvolvimento bastante humano para os desafios e uma pitadinha de sonho, que faz o espectador sorrir pelo fato de a ficção ser melhor do que a realidade. Além disso, possui romance romântico intercalado por um drama avassalador estilo ‘A Culpa é das Estrelas’, o que conquista o público sensível. Essa é a fórmula do sucesso de ‘Meu Porto Seguro’ desde sua estreia: conquistar o espectador pela simplicidade, não pelo exagero.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Melisa (Asli Enver) é mãe solo de Can (Mert Ege Ak) e os dois se dão muito bem, suficientes um para o outro. Ela trabalha em uma cafeteria, onde comumente leva o filho para ficar junto de si, uma vez que o menino não curte ir para a escola. Porém, sua melhor amiga Fatos (Ezgi Senler) a perturba, dizendo-lhe que deve se envolver amorosamente com algum homem para poder ser feliz e construir uma família para Can. Reticente, Melisa tenta dar uma chance à sua felicidade, e é justamente quando, sem querer, esbarra em Firat (Kaan Urgancioglu) em uma lanchonete, um rico CEO de aplicativo de bicicleta, e o rapaz implica com a demora de Can em contar moedas. Inimizade à primeira vista, rapidamente os dois vão perceber que seus destinos estão datados para se cruzarem, à revelia de suas vontades.

Escrito por Hakan Bonomo, a história de ‘Meu Porto Seguro’ é bastante agradável, na medida certa entre a ficção e a dose de fantasia que um conto-de-fadas pede para se resolver. Com um casal protagonista com aquela química meio ímãs que se atraem mas que ao mesmo tempo se odeiam, talvez a única coisa que destoe nesse núcleo seja a criança Can, construída para ser um menino super mimado e ciumento da própria mãe, um verdadeiro projeto de machistinha cujas ações são minimizadas pelo núcleo feminino. A frequência com que a criança birrenta literalmente dá um show de infantilidade para mostrar a todos os homens que a mãe é dele e não há lugar para outro homem em suas vidas dá uma cansada, afinal, como é possível permitirem que um menino se comporte assim constantemente em público? Há de se perguntar para o diretor Ketche, que permitiu essa extrapolação. Apesar dessa chatice, o rapazote tem lá seus momentos cômicos, com caras e bocas contrariadas.

Meu Porto Seguro’ tem todo o formatinho de drama romântico de Sessão da Tarde, sem tirar nem por: possui uma hora e meia de duração, uma historinha facilmente aceita pelo público de qualquer parte do mundo, um desenvolvimento bastante humano para os desafios e uma pitadinha de sonho, que faz o espectador sorrir pelo fato de a ficção ser melhor do que a realidade. Além disso, possui romance romântico intercalado por um drama avassalador estilo ‘A Culpa é das Estrelas’, o que conquista o público sensível. Essa é a fórmula do sucesso de ‘Meu Porto Seguro’ desde sua estreia: conquistar o espectador pela simplicidade, não pelo exagero.

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