quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | ‘Mistério em Paris’ é uma péssima sequência que não faz o menor sentido

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Adam Sandler e Jennifer Aniston são melhores amigos desde que possamos nos lembrar – e trabalharam juntos pela primeira vez na comédia ‘Esposa de Mentirinha’. Quatro anos atrás, a dupla resolveu unir forças mais uma vez para o despojado ‘Mistério no Mediterrâneo’, uma comédia de mistério inspirada em diversas produções de detetive que, apesar das constantes falhas, ao menos se mostrou engraçado. E, considerando o sucesso comercial estrondoso do longa-metragem, era só questão de tempo até a narrativa ganhar uma sequência – e cá estamos: Mistério em Paris traz Sandler e Aniston de volta como Nick e Aubrey Spitz, respectivamente, um casal de aficionados por histórias detetivescas que, agora, adota um novo caso para investigar.

Depois dos eventos do filme anterior, Nick e Aubrey abandonam seus empregos para trabalharem como investigadores particulares, resolvendo casos que, na maioria das vezes, não saem como o planejado. Prestes a declararem falência e a retornar para o mundo que conheciam, eles recebem a ligação do Marajá (Adeel Akhtar), um velho amigo que agora está se casando com a belíssima Claudette (Mélanie Laurent) e os convida para uma ilha particular extremamente luxuosa. Quando chegam lá, tudo parece normal – até um dos braços-direito do Marajá ser assassinado e o próprio anfitrião ser raptado. Logo, cabe ao casal voltar à ativa e tentar resolver o mistério por trás de tudo e garantir que o assassino seja pego antes de mais alguma tragédia.



Entretanto, eles agora lidam com a presença imponente de Connor Miller (Mark Strong), um mercenário da SAS que possui um curso de formação de detetives e que demonstra ter muito mais experiência que Nick e Aubrey. À medida que o grupo se envolve com o caso – que também inclui a Condessa Sekou (Jodie Turner-Smith), ex-noiva do Marajá, e sua dama de companhia Imani (Zurin Villanueva); o magnata Francisco (Enrique Arce), que está envolvido em escândalos de desvio de dinheiro; o Coronel Ulenga (John Kani), um velho conhecido dos Spitz que agora é guarda-costas do Marajá; e Saira (Kuhoo Verma), irmã do sequestrado. Todos são suspeitos – e um deles está determinado a garantir que os investigadores saiam como culpados.

A obra, comandada por Jeremy Garelick, é nada mais que uma cópia malfeita do título anterior e nada tem a acrescentar a uma franquia já falida desde sua idealização. Nem mesmo Sandler e Aniston, que demonstraram uma química invejável em ‘Mistério no Mediterrâneo’, parecem resgatar as centelhas que nos guiaram pela primeira narrativa: a condução imagética é extremamente formulaica, apostando na cansativa montagem de qualquer filme de ação dos últimos dez anos, nos induzindo a lugar nenhum e nem ao menos contribuindo para nos chocar com a reviravolta.

E isso não é tudo: o roteiro, assinado por James Vanderbilt, é uma amálgama de clichês e de piadas sem sentido que mancham qualquer possibilidade de conexão entre o filme e o público – o que não significa que não fará sucesso, conhecendo a mina de ouro que Sandler e seus associados criam. Os personagens coadjuvantes são horrivelmente delineados, mergulhados em estereótipos ridículos que não têm nada a acrescentar e que apenas servem como bode expiatório de um microcosmos que quer dar passos maiores do que consegue. E, à medida que as sequências se desenrolam, percebemos que são poucas as coisas que se salvam nesse grandioso erro da Netflix.

A verdade é que o longa é uma grande bola de neve que varre para debaixo do tapete um potencial inimaginável. Afinal, comédias de mistério vem ganhando popularidade há bastante tempo – como ‘Entre Facas e Segredos’ e ‘Glass Onion’; mas ninguém parece, de fato, conectado com a trama que se desenrola, isolando-se em fragmentos desconexos que nos distanciam cada vez mais das intenções prometidas pela equipe criativa. E o ponto de principal decepção é a supracitada química entre Sandler e Aniston, que se esconde em meio a investidas cênicas exageradas e exauríveis.

Mistério em Paris parece ter sido feito às pressas – então, tomei a liberdade para demorar o mesmo tanto de tempo para escrever essa crítica. Não há muito a se dizer sobre o filme além de que nem ao menos a diversão é garantida. No catálogo da gigante do streaming, há outros títulos de temática semelhante que merecem nossa atenção; então, sugiro que vá atrás deles em vez de se “aventura” com esse aqui.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Depois dos eventos do filme anterior, Nick e Aubrey abandonam seus empregos para trabalharem como investigadores particulares, resolvendo casos que, na maioria das vezes, não saem como o planejado. Prestes a declararem falência e a retornar para o mundo que conheciam, eles recebem a ligação do Marajá (Adeel Akhtar), um velho amigo que agora está se casando com a belíssima Claudette (Mélanie Laurent) e os convida para uma ilha particular extremamente luxuosa. Quando chegam lá, tudo parece normal – até um dos braços-direito do Marajá ser assassinado e o próprio anfitrião ser raptado. Logo, cabe ao casal voltar à ativa e tentar resolver o mistério por trás de tudo e garantir que o assassino seja pego antes de mais alguma tragédia.

Entretanto, eles agora lidam com a presença imponente de Connor Miller (Mark Strong), um mercenário da SAS que possui um curso de formação de detetives e que demonstra ter muito mais experiência que Nick e Aubrey. À medida que o grupo se envolve com o caso – que também inclui a Condessa Sekou (Jodie Turner-Smith), ex-noiva do Marajá, e sua dama de companhia Imani (Zurin Villanueva); o magnata Francisco (Enrique Arce), que está envolvido em escândalos de desvio de dinheiro; o Coronel Ulenga (John Kani), um velho conhecido dos Spitz que agora é guarda-costas do Marajá; e Saira (Kuhoo Verma), irmã do sequestrado. Todos são suspeitos – e um deles está determinado a garantir que os investigadores saiam como culpados.

A obra, comandada por Jeremy Garelick, é nada mais que uma cópia malfeita do título anterior e nada tem a acrescentar a uma franquia já falida desde sua idealização. Nem mesmo Sandler e Aniston, que demonstraram uma química invejável em ‘Mistério no Mediterrâneo’, parecem resgatar as centelhas que nos guiaram pela primeira narrativa: a condução imagética é extremamente formulaica, apostando na cansativa montagem de qualquer filme de ação dos últimos dez anos, nos induzindo a lugar nenhum e nem ao menos contribuindo para nos chocar com a reviravolta.

E isso não é tudo: o roteiro, assinado por James Vanderbilt, é uma amálgama de clichês e de piadas sem sentido que mancham qualquer possibilidade de conexão entre o filme e o público – o que não significa que não fará sucesso, conhecendo a mina de ouro que Sandler e seus associados criam. Os personagens coadjuvantes são horrivelmente delineados, mergulhados em estereótipos ridículos que não têm nada a acrescentar e que apenas servem como bode expiatório de um microcosmos que quer dar passos maiores do que consegue. E, à medida que as sequências se desenrolam, percebemos que são poucas as coisas que se salvam nesse grandioso erro da Netflix.

A verdade é que o longa é uma grande bola de neve que varre para debaixo do tapete um potencial inimaginável. Afinal, comédias de mistério vem ganhando popularidade há bastante tempo – como ‘Entre Facas e Segredos’ e ‘Glass Onion’; mas ninguém parece, de fato, conectado com a trama que se desenrola, isolando-se em fragmentos desconexos que nos distanciam cada vez mais das intenções prometidas pela equipe criativa. E o ponto de principal decepção é a supracitada química entre Sandler e Aniston, que se esconde em meio a investidas cênicas exageradas e exauríveis.

Mistério em Paris parece ter sido feito às pressas – então, tomei a liberdade para demorar o mesmo tanto de tempo para escrever essa crítica. Não há muito a se dizer sobre o filme além de que nem ao menos a diversão é garantida. No catálogo da gigante do streaming, há outros títulos de temática semelhante que merecem nossa atenção; então, sugiro que vá atrás deles em vez de se “aventura” com esse aqui.

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