quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Mistérios Sem Solução: Volume 2 – Espíritos Inquietos e Morte de Espiã são destaque em Nova Temporada

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Desde que a série ‘Mistérios Sem Solução’ estreou sua primeira temporada na Netflix, em julho desse ano, os assinantes da plataforma foram presenteados por histórias meio bizarras de desaparecimento com um quê de sobrenatural e de crimes ocorridos que, ainda nos dias de hoje, permaneciam sem solução. Eis que então veio a surpresa: a estreia da segunda temporada, apenas três meses depois.



Nessa segunda parte, conhecemos seis histórias distintas, com pouco mais de quarenta minutos cada e que podem ser vistas em qualquer ordem pelo espectador: a primeira é o caso mais famoso, de um ex-assessor da Casa Branca que é encontrado num lixão em Nova York; seguido por uma possível espiã desconhecida cujo corpo é encontrado em um quarto de hotel de luxo em Oslo; um assassino fugitivo cuja lábia consegue convencer a todos a facilitar sua vida; os relatos de moradores do Japão, que alegam estar sendo assombrados por espíritos de pessoas que morreram no tsunami de 2011; uma mãe de família, que saiu para ir à missa e cujo corpo é encontrado a quilômetros de distância, rio abaixo; uma série de desaparecimento de crianças em um mesmo parque de um condomínio popular em Nova York, em 1989.

Ao contrário da primeira temporada, a seleção das histórias para essa segunda parte tem um ar mais arrastado – e, consequentemente, gerou bem menos impacto. Tirando a história dos espíritos vagantes no Japão (esse relato realmente pode afetar os mais sensíveis), todas as outras histórias não têm exatamente nada de mais (ou têm bem pouca coisa): são pessoas desaparecidas ou encontradas mortas em circunstâncias de sem explicação. Dessa vez, os episódios não se restringiram a terem ocorrido apenas em território estadunidense, e duas das histórias se passam fora – na Noruega e no Japão –, enquanto na temporada anterior somente uma história era fora dos Estados Unidos. Entretanto, tal como antes, em ‘Mistérios Sem Solução: Volume 2’ as histórias internacionais são de longe as mais interessantes.

O formato do roteiro permanece igual: as testemunhas envolvidas iniciam dando seus depoimentos; em seguida é apresentado o problema central do caso; policiais, bombeiros e advogados dão seus pareceres; uma teoria não oficial é levantada e o espectador é convidado a pensar nessa direção apresentada; entra uma barriga no roteiro, que repete as informações apresentadas no início do episódio; e, por fim, chegamos à conclusão de que, como é sabido, é um mistério sem solução.

O grande atrativo em uma série como ‘Mistérios Sem Solução’ é instigar a curiosidade no espectador, provocar o imaginário com teorias da conspiração e segredos de Estado ocultos. Porém, quando a pimenta no tempero é pouca, o resultado final é um sabor meio insosso. Assim, a segunda temporada de ‘Mistérios Sem Solução: Volume 2’ é até legalzinha, mas fica bem abaixo da expectativa. Para quem não viveu os anos 1980, é a chance de sentir como eram os programas televisivos de investigação policial que costumavam povoar a tv aberta brasileira naquela época.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Desde que a série ‘Mistérios Sem Solução’ estreou sua primeira temporada na Netflix, em julho desse ano, os assinantes da plataforma foram presenteados por histórias meio bizarras de desaparecimento com um quê de sobrenatural e de crimes ocorridos que, ainda nos dias de hoje, permaneciam sem solução. Eis que então veio a surpresa: a estreia da segunda temporada, apenas três meses depois.

Nessa segunda parte, conhecemos seis histórias distintas, com pouco mais de quarenta minutos cada e que podem ser vistas em qualquer ordem pelo espectador: a primeira é o caso mais famoso, de um ex-assessor da Casa Branca que é encontrado num lixão em Nova York; seguido por uma possível espiã desconhecida cujo corpo é encontrado em um quarto de hotel de luxo em Oslo; um assassino fugitivo cuja lábia consegue convencer a todos a facilitar sua vida; os relatos de moradores do Japão, que alegam estar sendo assombrados por espíritos de pessoas que morreram no tsunami de 2011; uma mãe de família, que saiu para ir à missa e cujo corpo é encontrado a quilômetros de distância, rio abaixo; uma série de desaparecimento de crianças em um mesmo parque de um condomínio popular em Nova York, em 1989.

Ao contrário da primeira temporada, a seleção das histórias para essa segunda parte tem um ar mais arrastado – e, consequentemente, gerou bem menos impacto. Tirando a história dos espíritos vagantes no Japão (esse relato realmente pode afetar os mais sensíveis), todas as outras histórias não têm exatamente nada de mais (ou têm bem pouca coisa): são pessoas desaparecidas ou encontradas mortas em circunstâncias de sem explicação. Dessa vez, os episódios não se restringiram a terem ocorrido apenas em território estadunidense, e duas das histórias se passam fora – na Noruega e no Japão –, enquanto na temporada anterior somente uma história era fora dos Estados Unidos. Entretanto, tal como antes, em ‘Mistérios Sem Solução: Volume 2’ as histórias internacionais são de longe as mais interessantes.

O formato do roteiro permanece igual: as testemunhas envolvidas iniciam dando seus depoimentos; em seguida é apresentado o problema central do caso; policiais, bombeiros e advogados dão seus pareceres; uma teoria não oficial é levantada e o espectador é convidado a pensar nessa direção apresentada; entra uma barriga no roteiro, que repete as informações apresentadas no início do episódio; e, por fim, chegamos à conclusão de que, como é sabido, é um mistério sem solução.

O grande atrativo em uma série como ‘Mistérios Sem Solução’ é instigar a curiosidade no espectador, provocar o imaginário com teorias da conspiração e segredos de Estado ocultos. Porém, quando a pimenta no tempero é pouca, o resultado final é um sabor meio insosso. Assim, a segunda temporada de ‘Mistérios Sem Solução: Volume 2’ é até legalzinha, mas fica bem abaixo da expectativa. Para quem não viveu os anos 1980, é a chance de sentir como eram os programas televisivos de investigação policial que costumavam povoar a tv aberta brasileira naquela época.

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