Crítica | Mogli: Entre Dois Mundos – uma nova roupagem para a história do Menino Lobo

O Livro da Selva, de 1894, conhecido como uma coleção de sete histórias escritas por Rudyard Kipling, inicialmente publicadas em revistas durante 1893 e 1894, ganhou mais uma versão para o cinema. O live action chegou nesta sexta-feira na plataforma de streaming Netflix em uma parceria com a Warner Bros. Pictures. Para os que não lembram, a história do Menino Lobo mostra o Mogli, um garoto criado por uma alcateia após seus pais serem mortos pelo tigre Shere Khan na floresta. A partir disso, o jovem enfrenta os dilemas de ser um humano entre os animais e quase um animal entre os humanos.

Mogli: Entre Dois Mundos tem direção assinada por Andy Serkis (Planeta dos Macacos: O Confronto) e roteiro por Callie Kloves (Caça aos Gângsteres). A narrativa do longa-metragem tem construção linear e apresenta bem os personagens em um primeiro momento, já deixando em evidência o papel de cada um dentro do enredo. É importante salientar que, até mesmo para aqueles que nunca viram ou ouviram falar sobre a história do Menino Lobo, a produção consegue situar os mais perdidos.

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A trama se desenvolve ao longo de 104 minutos deixando claro seu início, meio e fim. Talvez o maior problema esteja no fato de que existe um desenvolvimento rápido quando Mogli (Rohan Chand) se encontra entre os humanos, ou seja, a maior parte do filme se passa dentro da floresta. Fica implícito que os instintos humanos do garoto se afloram mais rápido quando está entre os da sua raça, contudo, falta mais conteúdo para tornar esse desenvolvimento crível.

Contudo, a relação do protagonista com os animais ocorre numa construção que transmite veracidade. É fácil adentrar o mundo da selva e enxergá-la a partir do ponto de vista do menino. Bagheera (Christian Bale) e Baloo (Andy Serkis) formam uma excelente dupla, tornando fácil simpatizar com eles. Enquanto isso, do outro lado, Shere Khan (Benedict Cumberbatch) transmite antipatia só de olharmos para suas feições. O antagonista passa o sentimento que deseja e a voz de Cumberbatch se torna um personagem próprio.

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É necessário salientar a majestade de Hollywood, Cate Blanchett, dublando a cobra mais antiga daquele universo, Kaa. Sua participação é aquela onipresença que é possível sentir até mesmo quando não se encontra em cena e sua voz concentra o público no longa-metragem desde a abertura. O jovem Chand, sendo a única presença humana pela maior parte do filme, realiza um bom trabalho na atuação e consegue levar a narrativa do início ao fim.

A produção de Serkis conta com uma direção cinematográfica fácil de acompanhar mas difícil de degustar. A construção de toda a floresta está pouco real, assim como a dos animais. As cores realizam um bom trabalho deixando em evidência o caráter mais maduro e violento do longa-metragem. A trilha sonora está de acordo, contudo, não entrega nenhuma canção de surpreender e marcar a memória por décadas a vir.

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Não deixe de assistir:

Mogli: Entre Dois Mundos apresenta uma nova roupagem para a história do Menino Lobo, com uma identidade mais adulta e não própria para os pequenos. A trama também exibe uma mensagem ambígua ao deixar em aberto a interpretação do espectador sobre os dois mundos, tanto dos humanos quanto da selva, possuírem perigos, seres bons e maus. No geral, é um filme que consegue prender do início ao fim e agradar aos menos exigentes.

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