quarta-feira , 18 dezembro , 2024

Crítica | Muitos Homens num Só

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Com apenas um mês de filmagens, um tempo bem curto na média para um projeto de produção cinematográfica, Muitos Homens num Só é uma livre adaptação baseada no livro Memórias de um Rato de Hotel (1912), de João do Rio. Contando com uma direção que possui bons momentos, um roteiro que deixar a desejar principalmente quando resolve preencher as lacunas investigativas que a história pede por historinhas de amor novelescas e um elenco que desenvolve seus personagens de maneira consciente mas sem ser muito profunda, o filme vem fazendo uma carreira interessante no circuito nacional. Às vezes sendo suspense, às vezes sendo um drama romântico, Muitos Homens num Só comete um pecado capital: se perde em seu caminho que tinha tudo para ser vitorioso.

Na trama, conhecemos Arthur (Vladimir Brichta), uma alma inquieta, um homem com um olhar atento que faz provar a teoria de que a política da vida está no improviso de cada dia. No início do Século XX, Arthur se especialista em furtar pertences de moradores e turistas dos mais badalados lugares da cidade maravilhosa.  Certo dia, em um roubo em que se meteu para pagar uma dívida de um amigo, acaba se apaixonando por Eva (Alice Braga), uma desenhista que vai mudar de vez sua vida. Paralelo a isso, o investigador Félix Pacheco (Caio Blat) começa uma caça ao ladrão, utilizando alguns métodos inovadores para a época, como a impressão digital.



Arthur, tinha tudo para ser um dos personagens mais marcantes do cinema nacional neste ano. Não possui armas, somente a habilidade. Em uma sociedade machista de anos atrás se dedica ao exercício da vadiagem. Observa o que ninguém vê mas que está diante de nossos olhos. O motivo é simples, o mundo que o cerca é intrigante. Porém, o roteiro assinado pela dupla Leandro Assis e Nina Crintzs se perde no clichê de tentar preencher lacunas extras na historinha de amor que é projetada na história, deixando de lado a interessante investigação feita pelo ótimo personagem interpretado por Caio Blat, Félix Pacheco.

Talvez o ponto mais positivo do filme, a trilha sonora é assinada pelo ex-guitarrista da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos (que já havia composto a trilha de Malu de Bicicleta e O Inventor de Sonhos) é simplesmente ótima. Villa-Lobos deveria fazer essa incursão ao universo cinema mais vezes. De resto, Muitos Homens num Só é mais um filme nacional com potencial gigantesco que acaba naufragando.

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Crítica | Muitos Homens num Só

Com apenas um mês de filmagens, um tempo bem curto na média para um projeto de produção cinematográfica, Muitos Homens num Só é uma livre adaptação baseada no livro Memórias de um Rato de Hotel (1912), de João do Rio. Contando com uma direção que possui bons momentos, um roteiro que deixar a desejar principalmente quando resolve preencher as lacunas investigativas que a história pede por historinhas de amor novelescas e um elenco que desenvolve seus personagens de maneira consciente mas sem ser muito profunda, o filme vem fazendo uma carreira interessante no circuito nacional. Às vezes sendo suspense, às vezes sendo um drama romântico, Muitos Homens num Só comete um pecado capital: se perde em seu caminho que tinha tudo para ser vitorioso.

Na trama, conhecemos Arthur (Vladimir Brichta), uma alma inquieta, um homem com um olhar atento que faz provar a teoria de que a política da vida está no improviso de cada dia. No início do Século XX, Arthur se especialista em furtar pertences de moradores e turistas dos mais badalados lugares da cidade maravilhosa.  Certo dia, em um roubo em que se meteu para pagar uma dívida de um amigo, acaba se apaixonando por Eva (Alice Braga), uma desenhista que vai mudar de vez sua vida. Paralelo a isso, o investigador Félix Pacheco (Caio Blat) começa uma caça ao ladrão, utilizando alguns métodos inovadores para a época, como a impressão digital.

Arthur, tinha tudo para ser um dos personagens mais marcantes do cinema nacional neste ano. Não possui armas, somente a habilidade. Em uma sociedade machista de anos atrás se dedica ao exercício da vadiagem. Observa o que ninguém vê mas que está diante de nossos olhos. O motivo é simples, o mundo que o cerca é intrigante. Porém, o roteiro assinado pela dupla Leandro Assis e Nina Crintzs se perde no clichê de tentar preencher lacunas extras na historinha de amor que é projetada na história, deixando de lado a interessante investigação feita pelo ótimo personagem interpretado por Caio Blat, Félix Pacheco.

Talvez o ponto mais positivo do filme, a trilha sonora é assinada pelo ex-guitarrista da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos (que já havia composto a trilha de Malu de Bicicleta e O Inventor de Sonhos) é simplesmente ótima. Villa-Lobos deveria fazer essa incursão ao universo cinema mais vezes. De resto, Muitos Homens num Só é mais um filme nacional com potencial gigantesco que acaba naufragando.

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