domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica ‘Mulher-Hulk’ | Quinto episódio traz uma busca importante pela personalidade da protagonista

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu aos cinco primeiros episódios de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, evite esta matéria, pois ela contém spoilers



Ao longo das últimas semanas, a série da Mulher-Hulk vem trazendo episódios divertidos e bem adequados ao formato de seriado, coisa que a Marvel vinha penando para acertar em algumas de suas produções anteriores. E a cada novo episódio, o humor parecia crescer. No entanto, houve algumas reclamações sobre a protagonista e seu desenvolvimento. Em meio a tantas novidades em sua vida de Mulher-Hulk, para alguns, Jennifer Walters (Tatiana Maslany) ficou meio de lado.

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Apesar de não ser uma opinião unânime, é verdade que a Jen saiu um pouco de foco, mas há de se convir que é bem comum se esquecer de quem é quando se ganha superpoderes e sua vida vira de ponta-cabeça de uma hora para outra. Nas últimas semanas, a protagonista passou de uma advogada aspirante a promoção no emprego para uma das criaturas mais fortes da Terra, alvo da imprensa do mundo todo, fenômeno das redes sociais, rosto da principal firma de advocacia da região e sofreu ataques de vilões, mágicos e advogados do mal. Tudo isso num estalar de dedos.

E neste quinto episódio, cuja trama gira em torno dos direitos do nome “Mulher-Hulk”, a questão da identidade é ponto central. Além da batalha judicial contra a Titânia (Jameela Jamil), o capítulo coloca Jen em um confronto contra ela mesma, já que ela vem passando esse tempo todo tentando negar a Mulher-Hulk em sua vida.

Inclusive, a principal diferença da série para os quadrinhos até aqui envolve justamente essa questão. Nas HQs, a Jennifer realmente gosta de ser a Mulher-Hulk e abraça essa “condição” como parte importante de sua personalidade. Na série, porém, ela não curte tanto o processo. Ou, pelo menos é o que ela acha.

Mesmo se negando a aceitar a faceta super-heróica, Jennifer Walters e Mulher-Hulk são uma só. Até em momentos nos quais ela age exclusivamente como uma Hulk, como quando ela desce a porrada nos assediadores do bar no primeiro episódio, é possível enxergar a Jen por trás da raiva. Na pós-créditos que deu o que falar com Megan Thee Stallion, todos viram a Mulher-Hulk rebolar como se não houvesse amanhã, e foi justamente por isso que a cena repercutiu, mas era nitidamente a Jen ali. Não dá para desassociar uma da outra, porque elas são uma só.

E isso impacta forte justamente na cena do tribunal, em que ela convoca aquele bando de Zé Bostola com quem ela saiu nos últimos tempos pelo app de namoro para testemunharem a favor da Mulher-Hulk. Ao ver como eles fetichizavam a Mulher-Hulk e não davam a mínima para a Jennifer Walters, Jen é humilhada na frente da corte enquanto um bando de caras medíocres dão suas próprias definições sobre quem ela é, sendo que aparentemente nem ela própria conseguiu entender seu papel em sua própria história.

Então, quando a juíza dá ganho de causa a Jen e ela sai para comemorar com sua advogada e ex-rival de tribunais, a protagonista tem esfregado em sua cara o quanto ela precisa se valorizar. A juíza literalmente bate o martelo e diz: “Você é a Mulher-Hulk”. A advogada aponta que ela é boa demais para se submeter àquele tanto de imbecil apenas por desespero. E qual pessoa nunca passou por um momento de baixa na vida em que acabou se metendo em várias furadas por não reconhecer seu próprio valor, não é mesmo? Agora, pelo que deu a entender esse episódio e o tanto de verdade que foi jogada na cara de Jen, a segunda metade da série já trará a protagonista abraçando quem ela realmente é, se despindo de seus preconceitos e inseguranças e aceitando sua natureza de mulher forte (literalmente), inteligente e única.

E na linguagem cinematográfica, um dos pontos visuais para essa “autoaceitação” costuma ser uma mudança no visual. É algo bem comum nas próprias produções de super-heróis, que costumam trazer um dilema solucionado pelo protagonista junto a um novo uniforme para a batalha final. No caso de Jen, além do traje branco e roxo, deve vir uma mudança total no guarda-roupas, com cortes e peças que entendam e valorizem que ela não é apenas uma advogada ou uma super-heroína, mas sim uma super-heroína que também é advogada e tem orgulho de sua vida e suas escolhas.

Em suma, se preparem: a Mulher-Hulk está vindo aí.

Os novos episódios de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis estreiam toda quinta no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Ao longo das últimas semanas, a série da Mulher-Hulk vem trazendo episódios divertidos e bem adequados ao formato de seriado, coisa que a Marvel vinha penando para acertar em algumas de suas produções anteriores. E a cada novo episódio, o humor parecia crescer. No entanto, houve algumas reclamações sobre a protagonista e seu desenvolvimento. Em meio a tantas novidades em sua vida de Mulher-Hulk, para alguns, Jennifer Walters (Tatiana Maslany) ficou meio de lado.

Apesar de não ser uma opinião unânime, é verdade que a Jen saiu um pouco de foco, mas há de se convir que é bem comum se esquecer de quem é quando se ganha superpoderes e sua vida vira de ponta-cabeça de uma hora para outra. Nas últimas semanas, a protagonista passou de uma advogada aspirante a promoção no emprego para uma das criaturas mais fortes da Terra, alvo da imprensa do mundo todo, fenômeno das redes sociais, rosto da principal firma de advocacia da região e sofreu ataques de vilões, mágicos e advogados do mal. Tudo isso num estalar de dedos.

E neste quinto episódio, cuja trama gira em torno dos direitos do nome “Mulher-Hulk”, a questão da identidade é ponto central. Além da batalha judicial contra a Titânia (Jameela Jamil), o capítulo coloca Jen em um confronto contra ela mesma, já que ela vem passando esse tempo todo tentando negar a Mulher-Hulk em sua vida.

Inclusive, a principal diferença da série para os quadrinhos até aqui envolve justamente essa questão. Nas HQs, a Jennifer realmente gosta de ser a Mulher-Hulk e abraça essa “condição” como parte importante de sua personalidade. Na série, porém, ela não curte tanto o processo. Ou, pelo menos é o que ela acha.

Mesmo se negando a aceitar a faceta super-heróica, Jennifer Walters e Mulher-Hulk são uma só. Até em momentos nos quais ela age exclusivamente como uma Hulk, como quando ela desce a porrada nos assediadores do bar no primeiro episódio, é possível enxergar a Jen por trás da raiva. Na pós-créditos que deu o que falar com Megan Thee Stallion, todos viram a Mulher-Hulk rebolar como se não houvesse amanhã, e foi justamente por isso que a cena repercutiu, mas era nitidamente a Jen ali. Não dá para desassociar uma da outra, porque elas são uma só.

E isso impacta forte justamente na cena do tribunal, em que ela convoca aquele bando de Zé Bostola com quem ela saiu nos últimos tempos pelo app de namoro para testemunharem a favor da Mulher-Hulk. Ao ver como eles fetichizavam a Mulher-Hulk e não davam a mínima para a Jennifer Walters, Jen é humilhada na frente da corte enquanto um bando de caras medíocres dão suas próprias definições sobre quem ela é, sendo que aparentemente nem ela própria conseguiu entender seu papel em sua própria história.

Então, quando a juíza dá ganho de causa a Jen e ela sai para comemorar com sua advogada e ex-rival de tribunais, a protagonista tem esfregado em sua cara o quanto ela precisa se valorizar. A juíza literalmente bate o martelo e diz: “Você é a Mulher-Hulk”. A advogada aponta que ela é boa demais para se submeter àquele tanto de imbecil apenas por desespero. E qual pessoa nunca passou por um momento de baixa na vida em que acabou se metendo em várias furadas por não reconhecer seu próprio valor, não é mesmo? Agora, pelo que deu a entender esse episódio e o tanto de verdade que foi jogada na cara de Jen, a segunda metade da série já trará a protagonista abraçando quem ela realmente é, se despindo de seus preconceitos e inseguranças e aceitando sua natureza de mulher forte (literalmente), inteligente e única.

E na linguagem cinematográfica, um dos pontos visuais para essa “autoaceitação” costuma ser uma mudança no visual. É algo bem comum nas próprias produções de super-heróis, que costumam trazer um dilema solucionado pelo protagonista junto a um novo uniforme para a batalha final. No caso de Jen, além do traje branco e roxo, deve vir uma mudança total no guarda-roupas, com cortes e peças que entendam e valorizem que ela não é apenas uma advogada ou uma super-heroína, mas sim uma super-heroína que também é advogada e tem orgulho de sua vida e suas escolhas.

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