domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Na Sua Casa ou na Minha?: Comédia romântica da Netflix tem boas intenções, mas não funciona nem como prazer culposo

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O carisma de Ashton Kutcher e Reese Witherspoon é, naturalmente, o que mais nos chama a atenção nos primeiros cinco minutos de Na Sua Casa ou na Minha?, nova comédia romântica original da Netflix. Fregueses do gênero desde os idos dos anos 2000, ambos são aqui a força de um filme cansado, que tenta sustentar quase duas horas de duração com uma trama um tanto insípida e marcada por estereótipos exagerados do gênero. E com um humor que pouco funciona, mesmo com o talento orgânico de ambos, a produção dirigida e roteirizada por Aline Brosh McKenna não chega nem perto de um dos seus trabalhos de maior destaque – O Diabo Veste Prada.



E não que o esperado fosse o mesmo nível de brilhantismo do icônico clássico de 2006, co-roteirizado por McKenna. Mas a verdade é que Na Sua Casa ou na Minha? desperdiça sua excelente premissa, para entregar uma história que prefere focar muito mais em personagens caricatos, do que em sua genuína essência narrativa. Na trama, Debbie (Witherspoon) e Peter (Kutcher) são melhores amigos com um pequeno histórico amoroso, que vivem em cidades distintas. Em virtude de uma ocasião profissional, ambos decidem trocar de residência por uma semana, desencadeando em uma espiral de pequenas e grandes revelações íntimas que os farão reavaliar a longeva amizade. Obviamente – como qualquer boa comédia romântica, os sentimentos começam a mudar e florescer, após anos de repreensão.

A proposta de McKenna é, em teoria, excelente. Mostrando que muitas vezes o amor não nasce daquilo que queremos projetar para o mundo, mas sim do que mais buscamos reprimir e esconder em nós mesmos, Na Sua Casa ou na Minha? tem o seu coração no lugar certo e suas motivações são autênticas e realistas. Mas o mal desenvolvimento do roteiro é onde a cineasta nos perde. Forçando os principais tropos do gênero de comédia romântica a fim de produzir o seu humor, a diretora peca por supor que a audiência ainda acha graça em estereótipos repetitivos sem qualquer fração de originalidade. Replicando formatos como o do alívio cômico (o famoso sidekick) e a millennial descolada e “desconstruída”, Aline reduz os coadjuvantes Steve Zahn e Zoe Chao a meros bonecos de posto que servem para entreter os olhos, mas que nada de bom produzem.

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Se escorando mais no carisma contagiante de Kutcher e Witherspoon, o filme perde a oportunidade de ser muito mais do que uma repetição de clichês que já foram melhor explorados em outras produções do gênero. Permanecendo sempre no raso, o longa não chega a ser uma oportunidade perdida, mas perde a chance de ser tudo aquilo que sua proposta original tem potencial para ser. Com pouquíssimo tempo tela juntos, Na Sua Casa ou na Minha? ainda nos deixa à deriva, ansiando para vermos mais do duo romântico em tela, face a face.

Sem potencial para ser aquele clássico prazer culposo que nos motiva a dar o replay, o novo original Netflix ainda é longo e prolixo demais. Com sua trama podendo ser reduzida a 1h30 de filme, McKenna estica o roteiro, tomando muito mais tempo de tela do que de fato a trama precisa. Com seus dois primeiros atos bem medianos, o longa engrossa o seu caldo já no final, quando a essência do roteiro finalmente ganha vida em um clímax adorável e realista. E de forma doce e leve, a comédia romântica termina como deveria ter começado e nos deixa intrigados com todas as possibilidades positivas que nunca se cumprirão. Um desperdício o filme não é, mas infelizmente, Na Sua Casa ou na Minha? é insosso demais para proporcionar aquele encantamento natural de toda boa rom com. Fica aqui a saudade do que não vivemos com o casal Reese Witherspoon e Ashton Kutcher.

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Crítica | Na Sua Casa ou na Minha?: Comédia romântica da Netflix tem boas intenções, mas não funciona nem como prazer culposo

O carisma de Ashton Kutcher e Reese Witherspoon é, naturalmente, o que mais nos chama a atenção nos primeiros cinco minutos de Na Sua Casa ou na Minha?, nova comédia romântica original da Netflix. Fregueses do gênero desde os idos dos anos 2000, ambos são aqui a força de um filme cansado, que tenta sustentar quase duas horas de duração com uma trama um tanto insípida e marcada por estereótipos exagerados do gênero. E com um humor que pouco funciona, mesmo com o talento orgânico de ambos, a produção dirigida e roteirizada por Aline Brosh McKenna não chega nem perto de um dos seus trabalhos de maior destaque – O Diabo Veste Prada.

E não que o esperado fosse o mesmo nível de brilhantismo do icônico clássico de 2006, co-roteirizado por McKenna. Mas a verdade é que Na Sua Casa ou na Minha? desperdiça sua excelente premissa, para entregar uma história que prefere focar muito mais em personagens caricatos, do que em sua genuína essência narrativa. Na trama, Debbie (Witherspoon) e Peter (Kutcher) são melhores amigos com um pequeno histórico amoroso, que vivem em cidades distintas. Em virtude de uma ocasião profissional, ambos decidem trocar de residência por uma semana, desencadeando em uma espiral de pequenas e grandes revelações íntimas que os farão reavaliar a longeva amizade. Obviamente – como qualquer boa comédia romântica, os sentimentos começam a mudar e florescer, após anos de repreensão.

A proposta de McKenna é, em teoria, excelente. Mostrando que muitas vezes o amor não nasce daquilo que queremos projetar para o mundo, mas sim do que mais buscamos reprimir e esconder em nós mesmos, Na Sua Casa ou na Minha? tem o seu coração no lugar certo e suas motivações são autênticas e realistas. Mas o mal desenvolvimento do roteiro é onde a cineasta nos perde. Forçando os principais tropos do gênero de comédia romântica a fim de produzir o seu humor, a diretora peca por supor que a audiência ainda acha graça em estereótipos repetitivos sem qualquer fração de originalidade. Replicando formatos como o do alívio cômico (o famoso sidekick) e a millennial descolada e “desconstruída”, Aline reduz os coadjuvantes Steve Zahn e Zoe Chao a meros bonecos de posto que servem para entreter os olhos, mas que nada de bom produzem.

Se escorando mais no carisma contagiante de Kutcher e Witherspoon, o filme perde a oportunidade de ser muito mais do que uma repetição de clichês que já foram melhor explorados em outras produções do gênero. Permanecendo sempre no raso, o longa não chega a ser uma oportunidade perdida, mas perde a chance de ser tudo aquilo que sua proposta original tem potencial para ser. Com pouquíssimo tempo tela juntos, Na Sua Casa ou na Minha? ainda nos deixa à deriva, ansiando para vermos mais do duo romântico em tela, face a face.

Sem potencial para ser aquele clássico prazer culposo que nos motiva a dar o replay, o novo original Netflix ainda é longo e prolixo demais. Com sua trama podendo ser reduzida a 1h30 de filme, McKenna estica o roteiro, tomando muito mais tempo de tela do que de fato a trama precisa. Com seus dois primeiros atos bem medianos, o longa engrossa o seu caldo já no final, quando a essência do roteiro finalmente ganha vida em um clímax adorável e realista. E de forma doce e leve, a comédia romântica termina como deveria ter começado e nos deixa intrigados com todas as possibilidades positivas que nunca se cumprirão. Um desperdício o filme não é, mas infelizmente, Na Sua Casa ou na Minha? é insosso demais para proporcionar aquele encantamento natural de toda boa rom com. Fica aqui a saudade do que não vivemos com o casal Reese Witherspoon e Ashton Kutcher.

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