domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Nada a Esconder – Muita intriga e traição no suspense da Netflix

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“No amor, como na amizade, não se deve saber tudo.” Essa frase é dita já ao final de ‘Nada a Esconder’ e, além de ser a grande moral da história do longa, é, também, o seu argumento central.

Na trama, um grupo de sete amigos se reúne na casa de um deles para um jantar casual durante um raro eclipse lunar. Nada de mais. Até que um deles tem a belíssima ideia de jogarem um jogo: cada um colocará seu celular na mesa e toda vez que chegar uma mensagem, notificação ou ligação a pessoa terá que ler em voz alta ou colocar no viva-voz.



E é claro que, como espectador, a gente sabe que isso é uma péssima ideia e que vai dar ruim.

Assista também:
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Escrito e dirigido por Fred Cavayé, o longa de uma hora e meia tem seus três arcos bem marcadinhos: o primeiro, de apresentação dos personagens, é um pouco mais demorado, e acaba distraindo a gente para informações que, à princípio, parecem irrelevantes; na segunda parte, quando o jogo de fato começa, a gente fica com a expectativa de que a coisa toda vai desandar a qualquer momento – e queremos ver isso acontecer; por fim, no arco final, os podres são jogados no ventilador e é hora de cada um buscar uma forma de se defender.

Duas coisas devem ser levadas em consideração: a primeira delas, é que ‘Nada a Esconder’ é um filme francês; a segunda, é que o público francês a-do-ra esse tipo de filme, com um grupo de pessoas se reunindo na casa de alguém por alguma razão (reunião familiar, assassinato, lavagem de roupa suja, etc). Não são poucos os filmes produzidos por aquele país com esse formato, e é mesmo uma estratégia interessante, especialmente para produções com baixo orçamento. O grande lance é pegar essa fórmula e conseguir construir algo original de um formato já conhecido – e esse é o grande mérito de ‘Nada a Esconder’.

Ao construir uma constante dramática e cômica, o longa prende nossa atenção porque nós, seres humanos que somos, queremos ver o fogo no parquinho – e boa parte das situações apresentadas nos surpreende. Com um ritmo um pouco lento no início, é preciso estar atento a todas as informações inseridas no filme, pois todas terão alguma conexão para a lógica ilógica que é a reunião de seres humanos decididos a revelarem seus segredos e achando que vai ficar tudo bem depois disso.

Nada a Esconder’ é uma dramédia divertida e tensa, que faz rir e nos faz pensar no conteúdo de nossos próprios celulares.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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“No amor, como na amizade, não se deve saber tudo.” Essa frase é dita já ao final de ‘Nada a Esconder’ e, além de ser a grande moral da história do longa, é, também, o seu argumento central.

Na trama, um grupo de sete amigos se reúne na casa de um deles para um jantar casual durante um raro eclipse lunar. Nada de mais. Até que um deles tem a belíssima ideia de jogarem um jogo: cada um colocará seu celular na mesa e toda vez que chegar uma mensagem, notificação ou ligação a pessoa terá que ler em voz alta ou colocar no viva-voz.

E é claro que, como espectador, a gente sabe que isso é uma péssima ideia e que vai dar ruim.

Escrito e dirigido por Fred Cavayé, o longa de uma hora e meia tem seus três arcos bem marcadinhos: o primeiro, de apresentação dos personagens, é um pouco mais demorado, e acaba distraindo a gente para informações que, à princípio, parecem irrelevantes; na segunda parte, quando o jogo de fato começa, a gente fica com a expectativa de que a coisa toda vai desandar a qualquer momento – e queremos ver isso acontecer; por fim, no arco final, os podres são jogados no ventilador e é hora de cada um buscar uma forma de se defender.

Duas coisas devem ser levadas em consideração: a primeira delas, é que ‘Nada a Esconder’ é um filme francês; a segunda, é que o público francês a-do-ra esse tipo de filme, com um grupo de pessoas se reunindo na casa de alguém por alguma razão (reunião familiar, assassinato, lavagem de roupa suja, etc). Não são poucos os filmes produzidos por aquele país com esse formato, e é mesmo uma estratégia interessante, especialmente para produções com baixo orçamento. O grande lance é pegar essa fórmula e conseguir construir algo original de um formato já conhecido – e esse é o grande mérito de ‘Nada a Esconder’.

Ao construir uma constante dramática e cômica, o longa prende nossa atenção porque nós, seres humanos que somos, queremos ver o fogo no parquinho – e boa parte das situações apresentadas nos surpreende. Com um ritmo um pouco lento no início, é preciso estar atento a todas as informações inseridas no filme, pois todas terão alguma conexão para a lógica ilógica que é a reunião de seres humanos decididos a revelarem seus segredos e achando que vai ficar tudo bem depois disso.

Nada a Esconder’ é uma dramédia divertida e tensa, que faz rir e nos faz pensar no conteúdo de nossos próprios celulares.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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