quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Crítica | Nanny: Terror psicológico com Michelle Monaghan explora a maternidade, imigração e o fracasso do sonho americano

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Filme assistido durante o Festival de Sundance 2022

Em uma América permeada por imigrantes dos mais diversos, Nanny chega como um terror psicológico que nos instiga a confrontar o famoso e tão desejado “sonho americano”. Na estreia diretorial de Nikyatu Jusu, Aisha (Anna Diop) é uma senegalesa ilegal nos Estados Unidos, que almeja a estabilidade e a liberdade financeira para si própria e para o seu filho, que em breve se reencontrará com ela. Em meio a conflitos internos de uma maternidade imperfeita e a necessidade de garantir o mínimo trabalhando como babá, ela se vê presa dentro da falsa realidade plástica da alta sociedade, onde nem o luxo de um apartamento de alto padrão e nem a suposta família perfeita são capazes de impedir a aparição de rachaduras profundas.



Com seu filho em seu país de origem, sob os cuidados de terceiros, Aisha vive os dilemas da maternidade à distância por consequência da miséria. As pressões naturais desta cisão são a força motriz do suspense de terror, que se desenvolve a partir de uma série de alucinações macabras que invadem o sossego da protagonista, no instante em que ela começa a trabalhar como babá para uma família rica. E conforme absorvemos a dinâmica familiar entre os personagens, gradativamente percebemos que os delírios dessa mãe trabalhadora menos têm a ver com a fragilidade de seus patrões e mais com os seus próprios conflitos internos e claro, com a clássica intuição materna.

E entre os pavores que toda mãe já sentiu nessa vida e um casal rico que negligencia até mesmo o sustento mínimo de sua filha, contemplamos um terror psicológico sinestésico, que se entrega nos braços da audiência a partir da poderosa performance da atriz Anna Diop. Com Michelle Monaghan no papel coadjuvante, Nanny faz um contraste entre os ideais da família americana e a genuína realidade de uma imigrante de origem africana, que não apenas foge da fome, como foge também da corrupção que tem dilacerado seu povo. E a cineasta Nikyatu Jusu faz de seu longa de estreia algo completamente cheio de identidade, que se revela em uma montagem brilhante e bem executada, que só agrega à tensão da trama.

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Fazendo um jogo entre luzes avermelhadas, esverdeadas e as sombras, Jusu sabe construir uma atmosfera densa e nebulosa e explora a atuação de Diop com perspicácia, sempre nos levando para o extremo da tensão. Apresentando um plot twist avassalador, Nanny consome a audiência na mesma medida em que o faz com seus personagens, preparando um terreno fértil para um desfecho genuinamente poderoso e acalentador. Com apenas 1h37 de filme, a cineasta faz de seu conto uma experiência inesgotável, que nos deixa marinando em seus desdobramentos por dias a fio. Reflexivo e impactante, Nanny é um intenso choque de valores, culturas, percepções e de modelos de maternidade nos tempos contemporâneos.

Nanny‘ estreia no Prime Video em 16 de dezembro, em mais de 240 países e territórios.

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Com seu filho em seu país de origem, sob os cuidados de terceiros, Aisha vive os dilemas da maternidade à distância por consequência da miséria. As pressões naturais desta cisão são a força motriz do suspense de terror, que se desenvolve a partir de uma série de alucinações macabras que invadem o sossego da protagonista, no instante em que ela começa a trabalhar como babá para uma família rica. E conforme absorvemos a dinâmica familiar entre os personagens, gradativamente percebemos que os delírios dessa mãe trabalhadora menos têm a ver com a fragilidade de seus patrões e mais com os seus próprios conflitos internos e claro, com a clássica intuição materna.

E entre os pavores que toda mãe já sentiu nessa vida e um casal rico que negligencia até mesmo o sustento mínimo de sua filha, contemplamos um terror psicológico sinestésico, que se entrega nos braços da audiência a partir da poderosa performance da atriz Anna Diop. Com Michelle Monaghan no papel coadjuvante, Nanny faz um contraste entre os ideais da família americana e a genuína realidade de uma imigrante de origem africana, que não apenas foge da fome, como foge também da corrupção que tem dilacerado seu povo. E a cineasta Nikyatu Jusu faz de seu longa de estreia algo completamente cheio de identidade, que se revela em uma montagem brilhante e bem executada, que só agrega à tensão da trama.

Fazendo um jogo entre luzes avermelhadas, esverdeadas e as sombras, Jusu sabe construir uma atmosfera densa e nebulosa e explora a atuação de Diop com perspicácia, sempre nos levando para o extremo da tensão. Apresentando um plot twist avassalador, Nanny consome a audiência na mesma medida em que o faz com seus personagens, preparando um terreno fértil para um desfecho genuinamente poderoso e acalentador. Com apenas 1h37 de filme, a cineasta faz de seu conto uma experiência inesgotável, que nos deixa marinando em seus desdobramentos por dias a fio. Reflexivo e impactante, Nanny é um intenso choque de valores, culturas, percepções e de modelos de maternidade nos tempos contemporâneos.

Nanny‘ estreia no Prime Video em 16 de dezembro, em mais de 240 países e territórios.

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