sexta-feira , 27 dezembro , 2024

Crítica Netflix | tick, tick…BOOM!: Andrew Garfield brilha em enérgico musical de Lin-Manuel Miranda

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Riffs de guitarra marcantes e uma sonoridade permeada por ritmos diversos fizeram de Jonathan Larson uma figura única que até hoje ecoa nos mais recentes musicais, sejam eles da Broadway ou de Hollywood. De sucesso tão meteórico que sua própria vida não conseguiu acompanhar (tendo morrido um dia antes da estreia do seu maior sucesso, Rent), ele ainda segue como um marco artístico, inspirando gente como Lin-Manuel Miranda, que faz de tick, tick…BOOM! sua própria carta de amor ao artista que ajudou a moldar o seu talento.



Adaptando o musical autobiográfico de um homem só de Larson, Miranda estreia na direção sem muito alarde, em um longa com uma bela – porém – simples estética diretorial. Sem a obrigatoriedade de inovar dentro do gênero, o aclamado e talentoso compositor e ator vai para trás das câmeras apenas com o objetivo de fazer o canto intimista de Jonathan Larson ser ouvido, dando vida, cor e performance para o espetáculo de baixíssimo orçamento que nunca chegou aos palcos da Broadway, na época de seu lançamento.

E ao pintar o amor e sonho utópico de Larson pelo teatro, Lin-Manuel Miranda faz de tick, tick…BOOM! uma experiência cinematográfica deliciosa, enérgica – como o criativo compositor no qual se inspira – e divertida. Com números musicais bem distintos e que fogem dos moldes do formato padrão seguido pela Broadway até a chegada do transformador Rent, a produção é colorida, conta com um design de produção que vez outra peca por pesar nos efeitos visuais, mas brilha nas canções mais performáticas. Apresentando sets dinâmicos e quase plásticos – de tão bem desenhados -, o filme tenta ilustrar a escassez e preciosidade do tempo, quando a vida adulta bate à porta, nos levando a abrir mão dos sonhos mais insanos que temos.

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E nessa eclosão simbólica projetada em tela, Andrew Garfield adquire uma nova persona, provando uma vez mais sua versatilidade em cena. Migrando de The Eyes of Tammy Faye, onde interpretou um pastor corrupto, para a efervescência da Broadway neste musical, o indicado ao Oscar transforma sua expressividade como quem troca de roupa e entrega o seu próprio show para a audiência. Com uma caracterização mais dramática e toda gesticular, Garfield entende o seu protagonismo e faz de sua versão de Jonathan Larson atraente, cativante e apaixonante.

Com o filme entregue nas mãos do ator, é difícil tick, tick…BOOM! errar. E ainda que nem todos os números musicais funcionem em sua essência, a produção roteirizada por Steven Levenson não deixa os fãs do gênero na mão. Trazendo uma ótima dinâmica de Garfield, com Vanessa Hudgens e principalmente Alexandra Shipp, o musical é uma jornada nostálgica imperfeita, mas que honra Larson e seu talento, à medida em que o apresenta para uma nova audiência que talvez não saiba a dimensão do seu valor para a arte contemporânea como a conhecemos.

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Adaptando o musical autobiográfico de um homem só de Larson, Miranda estreia na direção sem muito alarde, em um longa com uma bela – porém – simples estética diretorial. Sem a obrigatoriedade de inovar dentro do gênero, o aclamado e talentoso compositor e ator vai para trás das câmeras apenas com o objetivo de fazer o canto intimista de Jonathan Larson ser ouvido, dando vida, cor e performance para o espetáculo de baixíssimo orçamento que nunca chegou aos palcos da Broadway, na época de seu lançamento.

E ao pintar o amor e sonho utópico de Larson pelo teatro, Lin-Manuel Miranda faz de tick, tick…BOOM! uma experiência cinematográfica deliciosa, enérgica – como o criativo compositor no qual se inspira – e divertida. Com números musicais bem distintos e que fogem dos moldes do formato padrão seguido pela Broadway até a chegada do transformador Rent, a produção é colorida, conta com um design de produção que vez outra peca por pesar nos efeitos visuais, mas brilha nas canções mais performáticas. Apresentando sets dinâmicos e quase plásticos – de tão bem desenhados -, o filme tenta ilustrar a escassez e preciosidade do tempo, quando a vida adulta bate à porta, nos levando a abrir mão dos sonhos mais insanos que temos.

E nessa eclosão simbólica projetada em tela, Andrew Garfield adquire uma nova persona, provando uma vez mais sua versatilidade em cena. Migrando de The Eyes of Tammy Faye, onde interpretou um pastor corrupto, para a efervescência da Broadway neste musical, o indicado ao Oscar transforma sua expressividade como quem troca de roupa e entrega o seu próprio show para a audiência. Com uma caracterização mais dramática e toda gesticular, Garfield entende o seu protagonismo e faz de sua versão de Jonathan Larson atraente, cativante e apaixonante.

Com o filme entregue nas mãos do ator, é difícil tick, tick…BOOM! errar. E ainda que nem todos os números musicais funcionem em sua essência, a produção roteirizada por Steven Levenson não deixa os fãs do gênero na mão. Trazendo uma ótima dinâmica de Garfield, com Vanessa Hudgens e principalmente Alexandra Shipp, o musical é uma jornada nostálgica imperfeita, mas que honra Larson e seu talento, à medida em que o apresenta para uma nova audiência que talvez não saiba a dimensão do seu valor para a arte contemporânea como a conhecemos.

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