sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica Netflix | Você: 3ª temporada volta energizada, ainda que peque em alguns momentos

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A psicopatia de Joe chegou a novos níveis na 3ª e intensa temporada da amada série ‘Você‘. Energizada e muito mais caótica, a mais recente leva de episódios provou que ainda há um delirante frescor original remanescente, vindo da mesma fonte que trouxe à luz aquele ciclo inaugural que tanto chocou e conquistou audiências ao redor do mundo. Mas sob uma perspectiva diferente e um contexto mais “domesticado”, a série adquirida pela Netflix agora mostra o submundo do subúrbio de uma pequena e tóxica cidade californiana – pelas lentes do inquieto serial killer.



A 3ª temporada nos traz aqui aos átrios do complexo e fervilhante relacionamento entre Joe (Penn Badgley) e sua não mais cara metade, Love (Victoria Pedretti). Agora ao lado de alguém cuja loucura está à sua altura, ele deve administrar a obsessão de sua esposa, enquanto ambos tentam encontrar o seu “felizes para sempre” como uma família tradicional. Mas em meio a instintos bestiais e carnais que só efervescem a cada dia, os transtornos compulsivos e impulsos doentios de ambos começarão a cobrar o seu preço, à medida que uma pequena comunidade rica e plasticamente idealizada acaba sendo tragada para os vícios mortais que eles tanto lutam para esconder. E dessa vez, Love nos provará que existe alguém tão ou até mesmo mais doentio que o nosso próprio protagonista.

E em meio às crises matrimoniais e filhos sendo criados no subúrbio, envoltos por delicadas cercas brancas, Você consegue recuperar o seu vigor e foge do seu próprio padrão narrativo, que quase ficou batido e repetitivo no ciclo anterior. Explorando o que acontece quando dois psicopatas narcisistas se casam, a série nos leva a uma reflexão muito mais vasta e ampla, conforme também se retroalimenta das fórmulas de hipersexualização tão reproduzidas e injetadas goela abaixo na audiência por Hollywood. Aqui, a perversidade sexual se transforma em um arquétipo positivo, o que é sim desconfortável aos nossos olhos. Mas, ainda assim, seu intenso e inesperado desfecho honra aqueles que chegaram à série em busca de um suspense psicológico intrigante e sanguinolento.

Com novos personagens coadjuvantes que trazem um novo sopro para a trama e se engajam facilmente com o público, Você recupera o seu fôlego e prova ainda ter uma boa história para nos contar em sua 4ª temporada. Com episódios que em geral são dinâmicos, a série peca mesmo por apresentar a transgressão sexual como uma espécie de virtude às avessas e por procrastinar sua trama em dois episódios – na expectativa de segurar o entusiasmo e a tensão (o que não funciona tão bem como deveria). De qualquer forma, Greg Berlanti, Sera Gamble e Penn Badgley seguem driblando o destino mortal de Joe com astúcia, nos instigando para um novo ciclo que promete voltar às raízes da obsessão de Joe, que tanto nos conquistou no primeiro ano da série.

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A 3ª temporada nos traz aqui aos átrios do complexo e fervilhante relacionamento entre Joe (Penn Badgley) e sua não mais cara metade, Love (Victoria Pedretti). Agora ao lado de alguém cuja loucura está à sua altura, ele deve administrar a obsessão de sua esposa, enquanto ambos tentam encontrar o seu “felizes para sempre” como uma família tradicional. Mas em meio a instintos bestiais e carnais que só efervescem a cada dia, os transtornos compulsivos e impulsos doentios de ambos começarão a cobrar o seu preço, à medida que uma pequena comunidade rica e plasticamente idealizada acaba sendo tragada para os vícios mortais que eles tanto lutam para esconder. E dessa vez, Love nos provará que existe alguém tão ou até mesmo mais doentio que o nosso próprio protagonista.

E em meio às crises matrimoniais e filhos sendo criados no subúrbio, envoltos por delicadas cercas brancas, Você consegue recuperar o seu vigor e foge do seu próprio padrão narrativo, que quase ficou batido e repetitivo no ciclo anterior. Explorando o que acontece quando dois psicopatas narcisistas se casam, a série nos leva a uma reflexão muito mais vasta e ampla, conforme também se retroalimenta das fórmulas de hipersexualização tão reproduzidas e injetadas goela abaixo na audiência por Hollywood. Aqui, a perversidade sexual se transforma em um arquétipo positivo, o que é sim desconfortável aos nossos olhos. Mas, ainda assim, seu intenso e inesperado desfecho honra aqueles que chegaram à série em busca de um suspense psicológico intrigante e sanguinolento.

Com novos personagens coadjuvantes que trazem um novo sopro para a trama e se engajam facilmente com o público, Você recupera o seu fôlego e prova ainda ter uma boa história para nos contar em sua 4ª temporada. Com episódios que em geral são dinâmicos, a série peca mesmo por apresentar a transgressão sexual como uma espécie de virtude às avessas e por procrastinar sua trama em dois episódios – na expectativa de segurar o entusiasmo e a tensão (o que não funciona tão bem como deveria). De qualquer forma, Greg Berlanti, Sera Gamble e Penn Badgley seguem driblando o destino mortal de Joe com astúcia, nos instigando para um novo ciclo que promete voltar às raízes da obsessão de Joe, que tanto nos conquistou no primeiro ano da série.

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