sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | Noelle – Lançamento da Disney+ é um deslumbre Natalino, atrapalhado pelo roteiro

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Um dos requisitos básicos para uma boa produção audiovisual natalina é que ela tenha um visual recheado de cores, sobreposição de estampas temáticas, muitos objetos que reforcem a data festiva e, se possível, muita neve. Tudo isso tem de sobra em ‘Noelle’, a aposta natalina da plataforma Disney+ que acaba de chegar aos assinantes brasileiros.



Está tudo pronto no Polo Norte para um novo Natal. Desde que o Papai Noel faleceu, o legado de entregar os presentes no dia 24 de dezembro foi transferido ao seu filho, Nick Kringle (Bill Hader), de modo que sua irmã, Noelle Kringle (Anna Kendrick) ficou apenas com a função de fazer cartões decorados e espalhar o espírito do Natal. Mas Nick não se sente nem um pouco pronto e, pra piorar, decide tirar férias às vésperas do grande dia. Então, com a ajuda da Elfa Polly (Shirley MacLaine), Noelle irá atrás do seu irmão em Phoenix, Arizona, para salvar o Natal, mas, no caminho, irá descobrir como é a realidade nas sociedades fora do mundo da fantasia.

Noelle’ é um filme voltado para o público infantil, lá pela faixa dos dez anos. É preciso que o espectador considere isso porque por muitas vezes o roteiro de Marc Lawrence tem trechos bastante inocentes, que o público mais adulto poderá achar meio bobo, como o crush da gerente do shopping com o dono da pet shop, extremamente teatral. Por outro lado, a garotada provavelmente ficará vidrada nos efeitos especiais das renas natalinas – mais especificamente na fofuríssima rena filhote chamada Floquinho, que é um desses personagens irresistíveis criados para virar boneco de coleção (alô Disney, leva o meu dinheiro!).

Ainda que seja um filme infantil, o roteiro às vezes dá umas derrapadas na neve derretida e lança umas cenas/diálogos de gosto meio duvidoso (por exemplo, a primeira cena, em que Noelle é criança ainda e vê seu pai, que é o Papai Noel, chegar em casa e, vestido como tal, beijar sua mãe. Quer dizer, se você não sabe o mínimo da sinopse do longa, essa cena de abertura é meio esquisita).

Além disso, os cortes super abruptos de algumas cenas e a intercalação destas com outras que nada acrescentam à trama colaboram para que o espectador demore para engajar na trama (que se desenrola de maneira meio forçada) e para sentir empatia pelos personagens (com exceção da protagonista).

Outro ponto desnecessário é a forma nem um pouco sutil de Marc Lawrence de inserir a merchandising, repetindo insistentemente que toda criança quer ganhar um iPad de Natal. Sobra também uma leve alfinetada ao sistema Amazon, concorrente da Disney no streaming, e sua maneira de entregar presentes via drone sem nenhuma interação interpessoal. Ops!

Deixando a crítica técnica de lado, ‘Noelle’ é um deslumbre natalino, uma superprodução que resgata algumas cenas clássicas da Disney e as coloca com a roupagem natalina. Tem, ainda, uma bela mensagem no final, que faz valer a pena as quase duas horas de duração. Pena que chegou ao Disney+ sem legenda em português brasileiro.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Está tudo pronto no Polo Norte para um novo Natal. Desde que o Papai Noel faleceu, o legado de entregar os presentes no dia 24 de dezembro foi transferido ao seu filho, Nick Kringle (Bill Hader), de modo que sua irmã, Noelle Kringle (Anna Kendrick) ficou apenas com a função de fazer cartões decorados e espalhar o espírito do Natal. Mas Nick não se sente nem um pouco pronto e, pra piorar, decide tirar férias às vésperas do grande dia. Então, com a ajuda da Elfa Polly (Shirley MacLaine), Noelle irá atrás do seu irmão em Phoenix, Arizona, para salvar o Natal, mas, no caminho, irá descobrir como é a realidade nas sociedades fora do mundo da fantasia.

Noelle’ é um filme voltado para o público infantil, lá pela faixa dos dez anos. É preciso que o espectador considere isso porque por muitas vezes o roteiro de Marc Lawrence tem trechos bastante inocentes, que o público mais adulto poderá achar meio bobo, como o crush da gerente do shopping com o dono da pet shop, extremamente teatral. Por outro lado, a garotada provavelmente ficará vidrada nos efeitos especiais das renas natalinas – mais especificamente na fofuríssima rena filhote chamada Floquinho, que é um desses personagens irresistíveis criados para virar boneco de coleção (alô Disney, leva o meu dinheiro!).

Ainda que seja um filme infantil, o roteiro às vezes dá umas derrapadas na neve derretida e lança umas cenas/diálogos de gosto meio duvidoso (por exemplo, a primeira cena, em que Noelle é criança ainda e vê seu pai, que é o Papai Noel, chegar em casa e, vestido como tal, beijar sua mãe. Quer dizer, se você não sabe o mínimo da sinopse do longa, essa cena de abertura é meio esquisita).

Além disso, os cortes super abruptos de algumas cenas e a intercalação destas com outras que nada acrescentam à trama colaboram para que o espectador demore para engajar na trama (que se desenrola de maneira meio forçada) e para sentir empatia pelos personagens (com exceção da protagonista).

Outro ponto desnecessário é a forma nem um pouco sutil de Marc Lawrence de inserir a merchandising, repetindo insistentemente que toda criança quer ganhar um iPad de Natal. Sobra também uma leve alfinetada ao sistema Amazon, concorrente da Disney no streaming, e sua maneira de entregar presentes via drone sem nenhuma interação interpessoal. Ops!

Deixando a crítica técnica de lado, ‘Noelle’ é um deslumbre natalino, uma superprodução que resgata algumas cenas clássicas da Disney e as coloca com a roupagem natalina. Tem, ainda, uma bela mensagem no final, que faz valer a pena as quase duas horas de duração. Pena que chegou ao Disney+ sem legenda em português brasileiro.

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