domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Novela: Monica Iozzi e Miguel Falabella brilham em divertida e caricata série da Prime Video

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É inegável sua carga afetiva na memória de gerações de brasileiros. Mais que um entretenimento, as novelas marcavam o tempo e o compasso das rotinas, sendo sempre o horário nobre de uma quantidade infindável de famílias. Entre o drama exagerado e as ponderações da vida cotidiana, pequenos universos ganhavam vida e personagens tão distantes da nossa realidade migravam para fora da tela. Músicas, moda e estilo de vida surgiam a partir de seus protagonistas. É irrefutável a conexão intrínseca entre ser brasileiro e ser consumidor de novelas. Direta ou indiretamente, todos fomos afetados por essa mídia que hoje já não nos afeiçoa tanto como antes.



Mas voltando seus olhos para os anos áureos da TV brasileira, João Falcão e sua equipe de roteiristas fazem de Novela uma nostalgia deliciosa de uma das manifestações artísticas mais tupiniquins da nossa história. Misturando o formato novelesco do Brasil ao modelo exagerado e melodramático do México, a série Novela é uma ode à nossa arte – tão exportada para outros países -, sem se furtar do direito de entregar uma divertida sátira para a audiência. Brincando com figurinos flamboyants que exalam cores quentes em moldes geográficos, Falcão faz da sua original Prime Video uma caricatura das novelas mais queridas pelo consenso nacional, à medida em que acena carinhosamente para as icônicas A Usurpadora e Maria do Bairro, que tanto marcaram as vida dos noveleiros de plantão.

Não se levando tão a sério, o showrunner faz de Novela um experimento criativo autêntico e referencial, que mais do que olhar para nossa própria arte, faz também um paralelo com clássicos do cinema hollywoodiano contemporâneo. Aqui, somos levados pela mesma atmosfera inventiva e fascinante da comédia romântica A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen, bem como para O Show de Truman, de Peter Weir. Abusando da metalinguagem, a produção é quase um estudo de caso onde a arte se auto analisa. E com um elenco dinâmico e envolvente, a série se torna quase uma inception de entretenimento, onde somos absorvidos por uma espiral alucinante de reviravoltas Shakespeareanas e casos românticos de dar inveja à Paola Bracho.

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Com Monica Iozzi assumindo o protagonismo, somos surpreendidos pelo seu talento e carisma para além das fronteiras como apresentadora. Se destacando ao lado de Miguel Falabella, ela faz de Novela uma vitrine para sua carreira e uma amostra de sua versatilidade como artista. Já o veterano é um contraste da persona de Iozzi e sabe dominar a tela com facilidade. Pedro Ottoni, Luana Xavier, Herson Capri, Marcelo Antony, Maria Bopp, Caio Menck, Leandro Villa, Yara de Novaes e Suzy Rêgo completam o elenco de maneira excelente, trazendo dinamismo para as telas em caricaturas leves e performáticas.

Trazendo autenticidade para a produção local, a nova série original da Prime Video é também uma ótima forma de conectar o público global ao que o Brasil sempre fez de melhor artisticamente. Seguindo um formato despretensioso e saudoso, que vez outra nos leva à amada Jane The Virgin (versão americana da novela mexicana Joana, a Virgem), Novela é um banquete de referências POP que não tem medo de flertar com o piegas e cafona. Mas abraçando essas duas características com força, Falcão faz de sua produção uma oportunidade valiosa de servir um entretenimento de altíssima qualidade, que encanta, faz suspirar e ainda homenageia tantos dramaturgos brasileiros que fizeram história com suas novelas.

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É inegável sua carga afetiva na memória de gerações de brasileiros. Mais que um entretenimento, as novelas marcavam o tempo e o compasso das rotinas, sendo sempre o horário nobre de uma quantidade infindável de famílias. Entre o drama exagerado e as ponderações da vida cotidiana, pequenos universos ganhavam vida e personagens tão distantes da nossa realidade migravam para fora da tela. Músicas, moda e estilo de vida surgiam a partir de seus protagonistas. É irrefutável a conexão intrínseca entre ser brasileiro e ser consumidor de novelas. Direta ou indiretamente, todos fomos afetados por essa mídia que hoje já não nos afeiçoa tanto como antes.

Mas voltando seus olhos para os anos áureos da TV brasileira, João Falcão e sua equipe de roteiristas fazem de Novela uma nostalgia deliciosa de uma das manifestações artísticas mais tupiniquins da nossa história. Misturando o formato novelesco do Brasil ao modelo exagerado e melodramático do México, a série Novela é uma ode à nossa arte – tão exportada para outros países -, sem se furtar do direito de entregar uma divertida sátira para a audiência. Brincando com figurinos flamboyants que exalam cores quentes em moldes geográficos, Falcão faz da sua original Prime Video uma caricatura das novelas mais queridas pelo consenso nacional, à medida em que acena carinhosamente para as icônicas A Usurpadora e Maria do Bairro, que tanto marcaram as vida dos noveleiros de plantão.

Não se levando tão a sério, o showrunner faz de Novela um experimento criativo autêntico e referencial, que mais do que olhar para nossa própria arte, faz também um paralelo com clássicos do cinema hollywoodiano contemporâneo. Aqui, somos levados pela mesma atmosfera inventiva e fascinante da comédia romântica A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen, bem como para O Show de Truman, de Peter Weir. Abusando da metalinguagem, a produção é quase um estudo de caso onde a arte se auto analisa. E com um elenco dinâmico e envolvente, a série se torna quase uma inception de entretenimento, onde somos absorvidos por uma espiral alucinante de reviravoltas Shakespeareanas e casos românticos de dar inveja à Paola Bracho.

Com Monica Iozzi assumindo o protagonismo, somos surpreendidos pelo seu talento e carisma para além das fronteiras como apresentadora. Se destacando ao lado de Miguel Falabella, ela faz de Novela uma vitrine para sua carreira e uma amostra de sua versatilidade como artista. Já o veterano é um contraste da persona de Iozzi e sabe dominar a tela com facilidade. Pedro Ottoni, Luana Xavier, Herson Capri, Marcelo Antony, Maria Bopp, Caio Menck, Leandro Villa, Yara de Novaes e Suzy Rêgo completam o elenco de maneira excelente, trazendo dinamismo para as telas em caricaturas leves e performáticas.

Trazendo autenticidade para a produção local, a nova série original da Prime Video é também uma ótima forma de conectar o público global ao que o Brasil sempre fez de melhor artisticamente. Seguindo um formato despretensioso e saudoso, que vez outra nos leva à amada Jane The Virgin (versão americana da novela mexicana Joana, a Virgem), Novela é um banquete de referências POP que não tem medo de flertar com o piegas e cafona. Mas abraçando essas duas características com força, Falcão faz de sua produção uma oportunidade valiosa de servir um entretenimento de altíssima qualidade, que encanta, faz suspirar e ainda homenageia tantos dramaturgos brasileiros que fizeram história com suas novelas.

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