domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | O Assassino de Valhala – Série da Netflix tem muito Drama e pouco Suspense

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Nos últimos tempos a Netflix tem ofertado em seu catálogo diversas produções que fogem daquele lugar-comum hollywoodiano (embora muitas delas se assemelhem com a proposta estadunidense de produzir entretenimento). É assim que somos presenteados com a nova série islandesa ‘O Assassino de Valhala’. É isso mesmo que você leu: uma série da Islândia, aquele país nórdico onde a cantora Björk mora.



Na gelada e pacata Borgarnesi, o brutal assassinato de Pòr abala o cotidiano dos moradores locais e obrigada o departamento de polícia a se mexer. Encabeçando a investigação, a detetive Kata Ketún (Nína Dögg Filippusdóttir) começa a encontrar dificuldades para realizar seu trabalho por causa da burocracia imposta por Helga (Tinna Hrafnsdóttir), a nova Superintendente de Investigação – posição que Kata esperava ocupar. Não bastasse isso, Kata ainda tem que aceitar a chegada de Arnar (Björn Thors), seu novo parceiro que vem de Oslo somente para colaborar na investigação. Só que, o que parecia ser um assassinato brutal isolado rapidamente se desenvolve para um possível caso de serial killer envolvendo outras cidades.

Um dos pontos mais legais da produção é o fato de ser, como dissemos, uma série islandesa, e isso nos tira da mesmice. As cenas de plano aberto nos apresentam uma Helsinki e uma Borgarnesi debaixo de neve o tempo todo, cujas estradas, vistas de cima, parecem veias escuras em uma imensidão branca sem fim. Também nos mostra um país totalmente desconhecido do público comum: com cidades isoladas umas das outras, com alto grau de desenvolvimento na capital e uma língua que, se prestarmos bem a atenção, nos lembra traços do alemão, do francês e do inglês.

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Além disso, por ser uma ilha distante da costa europeia, a série nos mostra como o país também depende de muitos recursos da Noruega – que parece ser o país com quem a Islândia trava a maioria das suas relações. Prova disso é o fato do personagem Arnar vir de Oslo para ajudar na investigação, e o departamento policial ter que enviar as amostras de DNA para a capital da Noruega para serem analisadas, pois a Islândia não teria seu próprio laboratório analítico nem seu próprio departamento legista. Chama a atenção também a maneira brusca com que seus personagens simplesmente deixam os outros falando sozinhos o tempo todo, seja por desligarem o telefone na cara deles, seja por saírem andando, batendo a porta atrás de si. Eu hein.

Valendo-se da popularidade do nome Valhala, a série, num todo, apresenta mais drama que suspense. Isto porque à medida que avança no desdobramento do possível serial killer, o roteiro de Ottar Nordfjord (com a colaboração de outras pessoas) desvia diversas vezes, seja construindo o drama pessoal de seus dois protagonistas (que, a bem da verdade, pouco se resolvem e pouco influem no foco principal da trama), seja distraindo o espectador com informações que não se ligam à história nos oito episódios que compõem esta primeira temporada.

Ainda assim, é uma série de suspense policial bem redondinha, com boas atuações e que entretém dentro da sua proposta de mistério. O ritmo acelera já no final do 7º episódio e, no final das contas, ‘O Assassino de Valhala’ nos deixa a vontade de uma segunda temporada – nem que seja para a gente voltar a ver as paisagens de tirar o fôlego da Islândia.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Nos últimos tempos a Netflix tem ofertado em seu catálogo diversas produções que fogem daquele lugar-comum hollywoodiano (embora muitas delas se assemelhem com a proposta estadunidense de produzir entretenimento). É assim que somos presenteados com a nova série islandesa ‘O Assassino de Valhala’. É isso mesmo que você leu: uma série da Islândia, aquele país nórdico onde a cantora Björk mora.

Na gelada e pacata Borgarnesi, o brutal assassinato de Pòr abala o cotidiano dos moradores locais e obrigada o departamento de polícia a se mexer. Encabeçando a investigação, a detetive Kata Ketún (Nína Dögg Filippusdóttir) começa a encontrar dificuldades para realizar seu trabalho por causa da burocracia imposta por Helga (Tinna Hrafnsdóttir), a nova Superintendente de Investigação – posição que Kata esperava ocupar. Não bastasse isso, Kata ainda tem que aceitar a chegada de Arnar (Björn Thors), seu novo parceiro que vem de Oslo somente para colaborar na investigação. Só que, o que parecia ser um assassinato brutal isolado rapidamente se desenvolve para um possível caso de serial killer envolvendo outras cidades.

Um dos pontos mais legais da produção é o fato de ser, como dissemos, uma série islandesa, e isso nos tira da mesmice. As cenas de plano aberto nos apresentam uma Helsinki e uma Borgarnesi debaixo de neve o tempo todo, cujas estradas, vistas de cima, parecem veias escuras em uma imensidão branca sem fim. Também nos mostra um país totalmente desconhecido do público comum: com cidades isoladas umas das outras, com alto grau de desenvolvimento na capital e uma língua que, se prestarmos bem a atenção, nos lembra traços do alemão, do francês e do inglês.

Além disso, por ser uma ilha distante da costa europeia, a série nos mostra como o país também depende de muitos recursos da Noruega – que parece ser o país com quem a Islândia trava a maioria das suas relações. Prova disso é o fato do personagem Arnar vir de Oslo para ajudar na investigação, e o departamento policial ter que enviar as amostras de DNA para a capital da Noruega para serem analisadas, pois a Islândia não teria seu próprio laboratório analítico nem seu próprio departamento legista. Chama a atenção também a maneira brusca com que seus personagens simplesmente deixam os outros falando sozinhos o tempo todo, seja por desligarem o telefone na cara deles, seja por saírem andando, batendo a porta atrás de si. Eu hein.

Valendo-se da popularidade do nome Valhala, a série, num todo, apresenta mais drama que suspense. Isto porque à medida que avança no desdobramento do possível serial killer, o roteiro de Ottar Nordfjord (com a colaboração de outras pessoas) desvia diversas vezes, seja construindo o drama pessoal de seus dois protagonistas (que, a bem da verdade, pouco se resolvem e pouco influem no foco principal da trama), seja distraindo o espectador com informações que não se ligam à história nos oito episódios que compõem esta primeira temporada.

Ainda assim, é uma série de suspense policial bem redondinha, com boas atuações e que entretém dentro da sua proposta de mistério. O ritmo acelera já no final do 7º episódio e, no final das contas, ‘O Assassino de Valhala’ nos deixa a vontade de uma segunda temporada – nem que seja para a gente voltar a ver as paisagens de tirar o fôlego da Islândia.

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