quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | O Assassino: O Primeiro Alvo – Dylan O’Brien estrela seu próprio ‘Missão Impossível’ na Netflix

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Quando Tom Cruise estreou seu primeiro ‘Missão Impossível’ o público veio à loucura com um estilo de filme de ação que envolvia espionagem a la ‘007’, com muita astúcia e situações inimagináveis até mesmo para a ficção. Foi como elevar o gênero da ação de espionagem a um nível extremo, até então feito por poucos. De lá para cá esse tipo de produção se popularizou e despertou o interesse mundial, ganhando toda uma indústria voltada para os longas de ação impossível, estrelados por atores homens de todas as idades. De olho nesse filão, chegou agora à Netflix o longa ‘O Assassino: O Primeiro Alvo’, de 2017, mas que somente nos últimos dias foi disponibilizado na plataforma e, desde então, figura entre as primeiras posições do Top 10.



Mitch Rapp (Dylan O’Brien) tinha a vida perfeita com a namorada perfeita. Enquanto passam férias em Ibiza, ele decide pedir a mão de Katrina (Charlotte Vega) em casamento, e a moça aceita. Porém, enquanto celebram, do nada um grupo de terroristas aporta na praia e começa a atirar aleatoriamente, matando Katrina. O tempo passa, mas Mitch não consegue esquecer o que houve, e tem apenas um objetivo em vida: se infiltrar no núcleo radical islâmico para matar pessoalmente Khaled (Yousef’ Joe’ Sweid), responsável pela morte de sua noiva. Porém, Rapp não esperava que a vida fosse dar outra reviravolta, e ele acabasse sendo convocado para se juntar ao treinamento de Hurley (Michael Keaton) na caçada ao Fantasma (Taylor Kitsch), que roubara importantes materiais na intenção de construir uma bomba nuclear.

A ver pela sinopse, já dá para ter uma noção de que ‘O Assassino: O Primeiro Alvo’ é desses filmes que atiram para todos os lados (com o perdão do trocadilho) e acabam focando em lugar algum. Até por isso, talvez, a produção seja realmente grandiosa, garantindo não só um elenco de peso, reconhecido pelos espectadores, mas também a inserção de efeitos especiais para a realização de cenas espetaculares (como a cena final), em múltiplas locações (Itália), com cenas de tiroteio (o que sempre encarece uma produção, uma vez que faz-se necessário a presença de especialistas para garantir a segurança de todos), etc. Tudo isso para nos distrair do fato de que a história é toda confusa.

O roteiro de Stephen Schiff, Michael Finch e Edward Zwick parece tentar se justificar o tempo todo, e, para isso, recai no reforço de estereótipos. Todo o rolê do protagonista perder a noiva e aprender árabe para se juntar aos terroristas não serve para nada, uma vez que o foco do longa de Michael Cuesta é buscar um outro personagem que não tem nada a ver com esse início. Uma pena, pois desperdiça um intenso plano-sequência de ação realmente de tirar o fôlego no princípio do filme.

Se jogarmos a lógica do filme para escanteio, ‘O Assassino: O Primeiro Alvo’ é um filme que contempla todas as exigências dos fãs de filmes de ação, com muita testosterona escorrendo nas cenas de brigas, tiroteio, perseguição, carrões pelas ruas da Europa e um final exagerado que torra toda a verba da produção, bem estilo ‘Missão Impossível’ estrelado pelo corpo juvenil de O’Brien. Tudo indica que temos aqui uma promissora passagem de bastão.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Mitch Rapp (Dylan O’Brien) tinha a vida perfeita com a namorada perfeita. Enquanto passam férias em Ibiza, ele decide pedir a mão de Katrina (Charlotte Vega) em casamento, e a moça aceita. Porém, enquanto celebram, do nada um grupo de terroristas aporta na praia e começa a atirar aleatoriamente, matando Katrina. O tempo passa, mas Mitch não consegue esquecer o que houve, e tem apenas um objetivo em vida: se infiltrar no núcleo radical islâmico para matar pessoalmente Khaled (Yousef’ Joe’ Sweid), responsável pela morte de sua noiva. Porém, Rapp não esperava que a vida fosse dar outra reviravolta, e ele acabasse sendo convocado para se juntar ao treinamento de Hurley (Michael Keaton) na caçada ao Fantasma (Taylor Kitsch), que roubara importantes materiais na intenção de construir uma bomba nuclear.

A ver pela sinopse, já dá para ter uma noção de que ‘O Assassino: O Primeiro Alvo’ é desses filmes que atiram para todos os lados (com o perdão do trocadilho) e acabam focando em lugar algum. Até por isso, talvez, a produção seja realmente grandiosa, garantindo não só um elenco de peso, reconhecido pelos espectadores, mas também a inserção de efeitos especiais para a realização de cenas espetaculares (como a cena final), em múltiplas locações (Itália), com cenas de tiroteio (o que sempre encarece uma produção, uma vez que faz-se necessário a presença de especialistas para garantir a segurança de todos), etc. Tudo isso para nos distrair do fato de que a história é toda confusa.

O roteiro de Stephen Schiff, Michael Finch e Edward Zwick parece tentar se justificar o tempo todo, e, para isso, recai no reforço de estereótipos. Todo o rolê do protagonista perder a noiva e aprender árabe para se juntar aos terroristas não serve para nada, uma vez que o foco do longa de Michael Cuesta é buscar um outro personagem que não tem nada a ver com esse início. Uma pena, pois desperdiça um intenso plano-sequência de ação realmente de tirar o fôlego no princípio do filme.

Se jogarmos a lógica do filme para escanteio, ‘O Assassino: O Primeiro Alvo’ é um filme que contempla todas as exigências dos fãs de filmes de ação, com muita testosterona escorrendo nas cenas de brigas, tiroteio, perseguição, carrões pelas ruas da Europa e um final exagerado que torra toda a verba da produção, bem estilo ‘Missão Impossível’ estrelado pelo corpo juvenil de O’Brien. Tudo indica que temos aqui uma promissora passagem de bastão.

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Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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