sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | O Bingo Macabro – Idosos tentam salvar o Bingo do bairro em HILÁRIO TERRIR do Amazon Prime

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Desde que a Blumhouse entrou com força no mercado audiovisual os fãs de terror passaram a ter uma oferta maior de filmes desse gênero, misturando todo tipo de alternativas: histórias mais sérias, mais engraçadas, mais aterrorizantes, enfim, para todos os gostos. E, de alguma forma, a Blumhouse parece ser uma verdadeira fonte inesgotável de criatividade, tal como pode ser observado em ‘O Bingo Macabro’, novo lançamento da produtora direto na plataforma da Amazon Prime.



Lupita (Adriana Barraza) é uma senhora desbocada que sempre foi muito ativa em seu bairro, Oaks Springs: conhece cada morador, toma conta da vida de todo mundo e se interessa por tudo que acontece por ali, desde as dificuldades pessoais até grandes intervenções na vizinhança. Sua maior diversão é participar e organizar o bingo local com seus amigos Dolores (L. Scott Caldwell, de ‘Lost‘), Morris (Clayton Landey), Yolanda (Bertila Damas) e Clarence (Grover Coulson), onde disputam pequenos prêmios em prol da comunidade. Quando, da noite para o dia, um novo bingo aparece em Oaks Springs, cheio de luzes neon e prometendo prêmios milionários, Lupita e seus amigos terão que unir forças para preservar a estrutura e a essência do seu bairro.

Definitivamente uma das coisas mais legais de ‘O Bingo Macabro’ (Bingo Hell) é ver um monte de atores acima da faixa dos sessenta anos participando de um filme de terror, realizando cenas com sangue para todos os lados, geleca estilo slime e protagonizando situações que comumente são dadas a atores mais jovens. Em determinado ponto do filme chega a ser divertido imaginar a cara desses atores lendo o roteiro e descobrindo o que seus personagens vão fazer na trama.

Embora seja filme de terror estilo trash, a história elaborada por Shane McKenzie e Gigi Saul Guerrero (que também dirigiu o longa) traz também um pano de fundo com debate social: através da roupagem fantasiosa do embate contra o capetalismo (com o perdão do trocadilho) a produção joga luz sobre o profundo impacto que as modernidades e a política neoliberal causam nas pequenas comunidades familiares, que se firmaram especificamente no território estadunidense através de uma geração de imigrantes que foram para os EUA em busca de uma nova vida e, por conta do amor e gratidão que sentem por aquele país em que venceram na vida, dedicaram boa parte de seus esforços a devolver à comunidade aquilo que receberam. Essa geração, hoje já na terceira idade, vem sendo jogada para escanteio em prol do desenvolvimento econômico, e ‘O Bingo Macabro’ presta uma bonita homenagem a estes indivíduos, pois é inspirado numa história real.

A construção da ambientação do terror é feita de maneira cômica para provocar asco no espectador, de modo que estas cenas, protagonizada pela galera dos cabelos brancos, se tornam ainda mais especiais e engraçadas, ainda mais quando pensamos que o ponto de conflito-chave do longa é a disputa por um bingo.

O Bingo Macabro’ é um filme divertido e trash, bem estilo festival de cinema na sessão da meia-noite. Não chega a assustar, mas emerge o espectador em uma história absurda que nos faz torcer pelos protagonistas hiper carismáticos.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Lupita (Adriana Barraza) é uma senhora desbocada que sempre foi muito ativa em seu bairro, Oaks Springs: conhece cada morador, toma conta da vida de todo mundo e se interessa por tudo que acontece por ali, desde as dificuldades pessoais até grandes intervenções na vizinhança. Sua maior diversão é participar e organizar o bingo local com seus amigos Dolores (L. Scott Caldwell, de ‘Lost‘), Morris (Clayton Landey), Yolanda (Bertila Damas) e Clarence (Grover Coulson), onde disputam pequenos prêmios em prol da comunidade. Quando, da noite para o dia, um novo bingo aparece em Oaks Springs, cheio de luzes neon e prometendo prêmios milionários, Lupita e seus amigos terão que unir forças para preservar a estrutura e a essência do seu bairro.

Definitivamente uma das coisas mais legais de ‘O Bingo Macabro’ (Bingo Hell) é ver um monte de atores acima da faixa dos sessenta anos participando de um filme de terror, realizando cenas com sangue para todos os lados, geleca estilo slime e protagonizando situações que comumente são dadas a atores mais jovens. Em determinado ponto do filme chega a ser divertido imaginar a cara desses atores lendo o roteiro e descobrindo o que seus personagens vão fazer na trama.

Embora seja filme de terror estilo trash, a história elaborada por Shane McKenzie e Gigi Saul Guerrero (que também dirigiu o longa) traz também um pano de fundo com debate social: através da roupagem fantasiosa do embate contra o capetalismo (com o perdão do trocadilho) a produção joga luz sobre o profundo impacto que as modernidades e a política neoliberal causam nas pequenas comunidades familiares, que se firmaram especificamente no território estadunidense através de uma geração de imigrantes que foram para os EUA em busca de uma nova vida e, por conta do amor e gratidão que sentem por aquele país em que venceram na vida, dedicaram boa parte de seus esforços a devolver à comunidade aquilo que receberam. Essa geração, hoje já na terceira idade, vem sendo jogada para escanteio em prol do desenvolvimento econômico, e ‘O Bingo Macabro’ presta uma bonita homenagem a estes indivíduos, pois é inspirado numa história real.

A construção da ambientação do terror é feita de maneira cômica para provocar asco no espectador, de modo que estas cenas, protagonizada pela galera dos cabelos brancos, se tornam ainda mais especiais e engraçadas, ainda mais quando pensamos que o ponto de conflito-chave do longa é a disputa por um bingo.

O Bingo Macabro’ é um filme divertido e trash, bem estilo festival de cinema na sessão da meia-noite. Não chega a assustar, mas emerge o espectador em uma história absurda que nos faz torcer pelos protagonistas hiper carismáticos.

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