domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | O Charlatão – Herbalista certificado ou charlatão?

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A pior punição é ter uma escolha. Representante da República Tcheca ao Oscar em 2020, O Charlatão, novo trabalho da veterana cineasta polonesa Agnieszka Holland conta partes de uma história real de um homem, sua intuição, sua fé, seu amor proibido e sua ciência que atravessou passagens da antiga Tchecoslováquia nos períodos antes da Grande Guerra, durante a ocupação nazista e a administração comunista. Atendendo centenas de pacientes por dia e taxado de Charlatão pela Imprensa e grande parte dos que desconfiavam de sua ciência, o protagonista, introspectivo, parece perdido dentro de seu egocentrismo e isso é notório nos flashbacks que chegam como preenchimentos de lacunas deixadas pelos arcos iniciais.



Na trama, conhecemos em diversas passagens de sua vida o curandeiro Jan Mikolásek (Ivan Trojan) que na adolescência, depois de ajudar a irmã que estava à beira de ter a perna direita amputada, começa a acreditar que possui um dom ou mesmo alguma habilidade quase inexplicável pelo seu conhecimento de ervas medicinais. Filho de um jardineiro, ele possui um relacionamento muito complicado com o pai que é rompido de vez quando o protagonista foge de casa e busca mais explicações para suas técnicas que se baseiam em diagnósticos por meio de análises das urinas dos que procuravam sua ajuda, técnica que lapidou com uma curandeira no início de sua fase adulta. O tempo passa e a questão da fé e também do amor começam a ganhar protagonismo na sua reclusa vida.

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O filme é denso, com arcos um pouco sonolentos que usa dos flashbacks para encontrar seu ritmo, seu dinamismo. Às vezes parece muito confuso com explicações das consequências antes de conhecermos os fatos. Traz em seu contorno a questão da fé, deixando entrelinhas implícitas das guerras internas que o protagonista travava consigo mesmo, talvez por não conseguir perdoar ou achar que estava pecando frequentemente. Até punição vemos, como nas cenas em que aparecem as marcas roxas em seus joelhos. Ligado nessa punição mencionada, sua vida amorosa ganha grande parte do filme além de seus contornos dramáticos, principalmente por viver a limitação de seu amor (correspondido) pelo seu assistente casado Frantisek (Juraj Loj) mas não podendo sair do armário.

O filme chegou aos cinemas brasileiros no mês de julho após passagens por alguns Festivais de nosso país. Herbalista certificado ou charlatão? Muitas perguntas são feitas indiretamente sobre essa ciência da não medicina clássica, nesse combate de doenças com as armas da natureza. Mas quem estava certo? Os que duvidam ou os que acreditavam? Assista ao filme e tire suas próprias conclusões.

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A pior punição é ter uma escolha. Representante da República Tcheca ao Oscar em 2020, O Charlatão, novo trabalho da veterana cineasta polonesa Agnieszka Holland conta partes de uma história real de um homem, sua intuição, sua fé, seu amor proibido e sua ciência que atravessou passagens da antiga Tchecoslováquia nos períodos antes da Grande Guerra, durante a ocupação nazista e a administração comunista. Atendendo centenas de pacientes por dia e taxado de Charlatão pela Imprensa e grande parte dos que desconfiavam de sua ciência, o protagonista, introspectivo, parece perdido dentro de seu egocentrismo e isso é notório nos flashbacks que chegam como preenchimentos de lacunas deixadas pelos arcos iniciais.

Na trama, conhecemos em diversas passagens de sua vida o curandeiro Jan Mikolásek (Ivan Trojan) que na adolescência, depois de ajudar a irmã que estava à beira de ter a perna direita amputada, começa a acreditar que possui um dom ou mesmo alguma habilidade quase inexplicável pelo seu conhecimento de ervas medicinais. Filho de um jardineiro, ele possui um relacionamento muito complicado com o pai que é rompido de vez quando o protagonista foge de casa e busca mais explicações para suas técnicas que se baseiam em diagnósticos por meio de análises das urinas dos que procuravam sua ajuda, técnica que lapidou com uma curandeira no início de sua fase adulta. O tempo passa e a questão da fé e também do amor começam a ganhar protagonismo na sua reclusa vida.

O filme é denso, com arcos um pouco sonolentos que usa dos flashbacks para encontrar seu ritmo, seu dinamismo. Às vezes parece muito confuso com explicações das consequências antes de conhecermos os fatos. Traz em seu contorno a questão da fé, deixando entrelinhas implícitas das guerras internas que o protagonista travava consigo mesmo, talvez por não conseguir perdoar ou achar que estava pecando frequentemente. Até punição vemos, como nas cenas em que aparecem as marcas roxas em seus joelhos. Ligado nessa punição mencionada, sua vida amorosa ganha grande parte do filme além de seus contornos dramáticos, principalmente por viver a limitação de seu amor (correspondido) pelo seu assistente casado Frantisek (Juraj Loj) mas não podendo sair do armário.

O filme chegou aos cinemas brasileiros no mês de julho após passagens por alguns Festivais de nosso país. Herbalista certificado ou charlatão? Muitas perguntas são feitas indiretamente sobre essa ciência da não medicina clássica, nesse combate de doenças com as armas da natureza. Mas quem estava certo? Os que duvidam ou os que acreditavam? Assista ao filme e tire suas próprias conclusões.

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