sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | O Espírito do Natal – Porta dos Fundos Aposta no TERROR em seu Especial de Natal

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Uma nova tradição veio se formando na vida dos jovens adultos brasileiros: é que em todo fim de ano passou a ser comum assistir a um especial de Natal do grupo Porta dos Fundos, sempre carregado de humor e um bocado de crítica social. Oriundos do Youtube, de lá para cá seus especiais de Natal recentemente se envolveram em polêmicas, principalmente por tratarem com ironia de temáticas cristãs e católicas – o que acabou aborrecendo muitos praticantes dessa crença. Então, neste 2022 – talvez por conta de tantas polêmicas, que acabaram ofuscando a qualidade de suas histórias, ou talvez por causa da pandemia, que limitou as produções em quantidade de atores e profissionais envolvidos – o Porta dos Fundos deu uma guinada de 360 graus, mudando completamente sua linha de produção neste tipo de vídeo, lançando, a partir do dia 21 de dezembro na plataforma da Paramount+, o especial ‘O Espírito do Natal’, voltado para o gênero do terror.



É véspera de Natal. Enquanto muitas famílias querem se reunir para celebrar a data com muita confraternização e lavagem de roupa suja, este ano seis amigos decidiram deixar tudo isso para trás e assumir uma verdade inconveniente: nenhum deles gosta do Natal. Por isso o grupo resolve embarcar em uma viagem para longe do centro urbano, e ficar os dias de recesso em uma casa alugada no Airbnb isolada de tudo e de todos. Ainda que não se conheçam profundamente, o grupo – formado por dois casais e dois solteiros héteros – começa a interagir para ganhar intimidade. Porém, o que era para ser uma fuga das convenções religiosas e mercadológicas acaba se transformando no pior pesadelo dos seis quando criaturas malignas passam a ameaçar a vida deles.

Dada as condições em que foi pensado e gravado (ou seja, durante a pandemia), a produção encontra boas soluções para criar uma história que envolvesse poucos atores e cenários reduzidos, de modo a garantir a saúde da equipe. Então, o roteiro parte da clássica aventura do grupo de amigos que aluga uma casa isolada da civilização – vividos por Fábio Porchat, Antonio Tabet, Thati Lopes, Evelyn Castro, Raphael Logam e Rafael Portugal – imersos num contexto natalino envolto no terror, no qual personagens do imaginário de fim de ano aparecem como ameaça à vida desses personagens. E é aí que rola a grande diversão do roteiro: para além das piadas já esperadas do elenco (que são poucas, é verdade), o que se intensifica mesmo no especial ‘O Espírito do Natal’ é a carga dramática das cenas, reforçando um lado pouco explorado desses rostinhos tão conhecidos pela comédia.

O diretor Rodrigo Van Der Put acerta em cheio na construção do terror, com caracterização convincente e repaginação de personagens clássicos com ares psicopatas. Bem feito, o maior prejuízo do especial é sua duração (pouco mais de trinta minutos), o que acaba afetando o desenvolvimento do por que de as coisas estarem acontecendo – que, por fim, não é explicado. Entretanto, dado o sucesso certo que ‘O Espírito do Natal’ vai fazer por mirar no terror (um dos gêneros favoritos do público jovem), e dada a cena final do especial, tudo leva a crer que teremos um novo especial em 2023, mas dessa vez para a Páscoa.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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É véspera de Natal. Enquanto muitas famílias querem se reunir para celebrar a data com muita confraternização e lavagem de roupa suja, este ano seis amigos decidiram deixar tudo isso para trás e assumir uma verdade inconveniente: nenhum deles gosta do Natal. Por isso o grupo resolve embarcar em uma viagem para longe do centro urbano, e ficar os dias de recesso em uma casa alugada no Airbnb isolada de tudo e de todos. Ainda que não se conheçam profundamente, o grupo – formado por dois casais e dois solteiros héteros – começa a interagir para ganhar intimidade. Porém, o que era para ser uma fuga das convenções religiosas e mercadológicas acaba se transformando no pior pesadelo dos seis quando criaturas malignas passam a ameaçar a vida deles.

Dada as condições em que foi pensado e gravado (ou seja, durante a pandemia), a produção encontra boas soluções para criar uma história que envolvesse poucos atores e cenários reduzidos, de modo a garantir a saúde da equipe. Então, o roteiro parte da clássica aventura do grupo de amigos que aluga uma casa isolada da civilização – vividos por Fábio Porchat, Antonio Tabet, Thati Lopes, Evelyn Castro, Raphael Logam e Rafael Portugal – imersos num contexto natalino envolto no terror, no qual personagens do imaginário de fim de ano aparecem como ameaça à vida desses personagens. E é aí que rola a grande diversão do roteiro: para além das piadas já esperadas do elenco (que são poucas, é verdade), o que se intensifica mesmo no especial ‘O Espírito do Natal’ é a carga dramática das cenas, reforçando um lado pouco explorado desses rostinhos tão conhecidos pela comédia.

O diretor Rodrigo Van Der Put acerta em cheio na construção do terror, com caracterização convincente e repaginação de personagens clássicos com ares psicopatas. Bem feito, o maior prejuízo do especial é sua duração (pouco mais de trinta minutos), o que acaba afetando o desenvolvimento do por que de as coisas estarem acontecendo – que, por fim, não é explicado. Entretanto, dado o sucesso certo que ‘O Espírito do Natal’ vai fazer por mirar no terror (um dos gêneros favoritos do público jovem), e dada a cena final do especial, tudo leva a crer que teremos um novo especial em 2023, mas dessa vez para a Páscoa.

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