sábado , 22 fevereiro , 2025

Crítica | O Festival do Amor – Woody Allen comanda comédia romântica com astros de ‘Élite’ e ‘La Casa de Papel’


Woody Allen é um dos maiores diretores de cinema do mundo. Não é mistério para ninguém que, tal como o espanhol Pedro Almodóvar, Woody faz com que seus filmes circulem sempre sobre o mesmo tema, e seus protagonistas invariavelmente se assemelham ao próprio diretor – seja na estética, na religião, na profissão, etc. Assim, não é nenhuma surpresa o mote de ‘O Festival do Amor’, seu mais novo filme com lançamento em território nacional, cujas sessões foram antecipadas no Festival do Rio 2021 e que entra no circuito das salas de cinema brasileiras na semana do Natal.

festival do amor 1



Mort (Wallace Shawn) está acompanhando sua esposa, Sue (Gina Gershon), no Festival de Cinema de San Sebastián, ao norte da Espanha. Sue é assessora de imprensa do famoso diretor Philippe (Louis Garrel), que é a mais nova sensação do momento, o diretor mais requisitado do evento. Enquanto Sue acompanha Phillippe para cima e para baixo, Mort tenta ocupar seu tempo passeando pela cidade, enquanto sua mente projeta mil e uma formas como sua esposa pode estar traindo-o com o diretor de cinema – e, a cada nova ideia, Mort sente um sintoma diferente de alguma doença. Até ele conhecer a Dra. Jo Rojas (Elena Anaya), que parece ter a solução de todos os seus problemas – de saúde e de amor.

Filmado na belíssima San Sebastián, um dos pontos altos de ‘O Festival do Amor’ é justamente a locação. As tomadas com a praia paradisíaca ao fundo ou na entrada do charmosíssimo hotel onde se passa o tal festival são tão pulsantes, que faz qualquer um incluir a cidade praiana na lista de locais para conhecer antes de morrer. Entretanto, não estamos falando de um filme turístico, mas sim de uma ficção, e, portanto, a locação não deveria ser o ponto alto.

festivaldoamor


O protagonista Mort, como bem dito algumas vezes ao longo do filme (inclusive por ele mesmo), é um chato. Pior: é maçante, pedante, soberbo e paranoico. Bom, em se tratando de Woody Allen, um protagonista paranoico já é de se esperar, porém, Mort é simplesmente aquele cara com quem você não quer encontrar em um evento: nem ele gosta de si mesmo. Em sua crise existencial – o longa começa com ele em uma sessão de análise, refletindo sobre o ocorrido na viagem –, qualquer personagem se torna mais interessante que ele, incluindo o amigo Tomás Lopez (Enrique Arce, o Arturito de ‘La Casa de Papel’), que faz uma participação no longa. Aliás, a presença de Tomás e de Georgina Amorós, de ‘Élite’, no filme, mostra o quanto Woody Allen está antenado nas produções espanholas e na nova geração de atores oriundos do conteúdo pop da Netflix – iniciado em ‘Um Dia de Chuva em Nova York’, seu projeto anterior, com Timothée Chalamet, Selena Gomez e Elle Fanning. Pode ser um sinal de novos tempos na carreira do diretor, buscando cativar os novos espectadores.

Em mais um filme de ficção semibiográfico, ‘O Festival do Amor’ é agradável, ainda que com um protagonista nem um pouco cativante. É uma mostra de que Woody Allen continua contando a mesma história, tentando vencer fronteiras trazendo queridinhos da cultura pop para seu elenco e descentrando sua história de Nova York. Ainda assim, ‘O Festival do Amor’ faz bela homenagem a grandes mestres do cinema mundial, especialmente os europeus, com cenas recriadas e inspiradas em famosos filmes de Bergman e outros cineastas, e, portanto, se torna filme obrigatório para todo bom cinéfilo.

festivaldoamor1


IMPERDÍVEL! Você vai VICIAR nessa história de Vingança à moda antiga....

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Mort (Wallace Shawn) está acompanhando sua esposa, Sue (Gina Gershon), no Festival de Cinema de San Sebastián, ao norte da Espanha. Sue é assessora de imprensa do famoso diretor Philippe (Louis Garrel), que é a mais nova sensação do momento, o diretor mais requisitado do evento. Enquanto Sue acompanha Phillippe para cima e para baixo, Mort tenta ocupar seu tempo passeando pela cidade, enquanto sua mente projeta mil e uma formas como sua esposa pode estar traindo-o com o diretor de cinema – e, a cada nova ideia, Mort sente um sintoma diferente de alguma doença. Até ele conhecer a Dra. Jo Rojas (Elena Anaya), que parece ter a solução de todos os seus problemas – de saúde e de amor.

Filmado na belíssima San Sebastián, um dos pontos altos de ‘O Festival do Amor’ é justamente a locação. As tomadas com a praia paradisíaca ao fundo ou na entrada do charmosíssimo hotel onde se passa o tal festival são tão pulsantes, que faz qualquer um incluir a cidade praiana na lista de locais para conhecer antes de morrer. Entretanto, não estamos falando de um filme turístico, mas sim de uma ficção, e, portanto, a locação não deveria ser o ponto alto.

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O protagonista Mort, como bem dito algumas vezes ao longo do filme (inclusive por ele mesmo), é um chato. Pior: é maçante, pedante, soberbo e paranoico. Bom, em se tratando de Woody Allen, um protagonista paranoico já é de se esperar, porém, Mort é simplesmente aquele cara com quem você não quer encontrar em um evento: nem ele gosta de si mesmo. Em sua crise existencial – o longa começa com ele em uma sessão de análise, refletindo sobre o ocorrido na viagem –, qualquer personagem se torna mais interessante que ele, incluindo o amigo Tomás Lopez (Enrique Arce, o Arturito de ‘La Casa de Papel’), que faz uma participação no longa. Aliás, a presença de Tomás e de Georgina Amorós, de ‘Élite’, no filme, mostra o quanto Woody Allen está antenado nas produções espanholas e na nova geração de atores oriundos do conteúdo pop da Netflix – iniciado em ‘Um Dia de Chuva em Nova York’, seu projeto anterior, com Timothée Chalamet, Selena Gomez e Elle Fanning. Pode ser um sinal de novos tempos na carreira do diretor, buscando cativar os novos espectadores.

Em mais um filme de ficção semibiográfico, ‘O Festival do Amor’ é agradável, ainda que com um protagonista nem um pouco cativante. É uma mostra de que Woody Allen continua contando a mesma história, tentando vencer fronteiras trazendo queridinhos da cultura pop para seu elenco e descentrando sua história de Nova York. Ainda assim, ‘O Festival do Amor’ faz bela homenagem a grandes mestres do cinema mundial, especialmente os europeus, com cenas recriadas e inspiradas em famosos filmes de Bergman e outros cineastas, e, portanto, se torna filme obrigatório para todo bom cinéfilo.

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