Lançado há dois dias, o streaming FIFA+ chegou ao mundo trazendo conteúdos originais relacionados ao mundo da bola e promessas de transmissões de jogos ao vivo. No momento, o principal chamariz para os assinantes dessa plataforma gratuita é o filme O Homem Mais Feliz do Mundo. Uma minibiografia original de Ronaldinho Gaúcho, um dos maiores jogadores de todos os tempos e símbolo de carisma e felicidade.
Contada de forma não linear, a história do Bruxo começa com ele nos dias atuais fazendo uma reflexão na praia sobre a felicidade. E é justamente a partir disso que a trama se desenvolve, do significado da alegria no vida do craque.
A opção da direção pela não-linearidade faz com que o filme trace paralelos interessantes sobre eventos da vida pessoal do R10, principalmente na infância, com fases gloriosas ou turbulentas de sua vida profissional no Barcelona, time pelo qual ele encantou o mundo com seu futebol mágico e hipnotizante.
Nos momentos em que aborda a relação entre Ronaldinho e Barcelona, o filme traz detalhes fantásticos sobre a transação do camisa 10, que deixava o PSG e quase fechou com o estrelado Manchester United.
Com relatos do ex-presidente blaugrana, Joan Laporta, que levou o brasileiro para o Barça, o longa se aprofunda nos processos da complicada negociação, que contou até mesmo com uma ligação pedindo ajuda ao técnico Felipão, que trabalhou com o atleta na Seleção Brasileira, para convencê-lo a ir para a Espanha em vez da Inglaterra.
Além disso, Lionel Messi faz uma participação para falar mais de sua amizade com Ronaldinho, que foi seu maior mestre nos gramados. É muito legal ver a forma como um fala do outro e relembram com orgulho e nostalgia dos anos de ouro.
Mas nem tudo são flores. Se o tema do filme é a alegria, a tristeza ocupa uma parte importante na trama. Da mesma forma que é mostrada a ascensão meteórica de Ronaldinho no Barça, sua queda e a falta de respeito com que o clube, a imprensa espanhola e a torcida conduziram sua saída também são mostrados. Esse momento de baixa coincide com a derrota traumática na Copa do Mundo FIFA 2006, que marcou toda uma geração e deu início à queda de desempenho do atleta no cenário internacional.
Da mesma forma, a perda do pai ainda na infância ocupa um espaço importante, não só pelo trauma em uma criança que ainda não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas pelo impacto que isso causou na família e como afetou nos rumos do irmão, Assis, e consequentemente no do próprio Ronaldinho.
Também há momentos voltados para a curta trajetória do craque no início de carreira no Brasil. Os relatos do pequeno Ronaldo na época do futsal são divertidíssimos e dão uma ideia do porquê ele se tornou esse craque admirado pelo futebol alegre nos quatro cantos do mundo.
Apesar de chegar a falar um pouco da polêmica envolvendo o Grêmio, clube que o revelou para o futebol, o filme não se aprofunda nessa questão. Infelizmente, o longa chega ao fim com a ida do camisa 10 para o Milan. Seria fantástico se houvesse uma sequência focada em seu retorno ao Brasil, desde a polêmica com seu ex-clube, passando pela fase em baixa, até recobrar a idolatria com a conquista inédita da Glória Eterna pelo Atlético-MG.
Com relatos divertidos e emocionantes, O Homem Mais Feliz do Mundo é uma história incrível sobre um dos maiores que o mundo já viu. É um filme indispensável para qualquer um que ame o futebol, apesar de grandes histórias do futebol brasileiro envolvendo o atleta não serem retratadas aqui. Mesmo assim, é uma obra que prende o espectador em suas quase 2h de duração.
O Homem Mais Feliz do Mundo está disponível no catálogo do FIFA+.