sábado , 2 novembro , 2024

Crítica | O Justiceiro – 2ª temporada tem muito sangue e POUCA história

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Ainda que não haja uma confirmação oficial, tudo leva a crer que a segunda temporada será a última de ‘O Justiceiro‘. A Netflix cancelou ‘Punho de Ferro‘, ‘Luke Cage‘ e ‘Demolidor‘ recentemente, e parece estar disposta a dar por encerrada sua parceria com a Marvel. Restou ‘O Justiceiro‘ e ‘Jessica Jones‘, cujo terceiro (e provável último) ano estreia ainda em 2019.

Diante deste caráter de despedida do personagem, é triste reconhecer que o Justiceiro não teve muitos momentos de brilho em sua trajetória nas séries. É curioso, inclusive, notar que o personagem brilhou mais em sua participação na segunda temporada de Demolidor do que em seus dois anos solo. E o motivo é bem simples: os realizadores não conseguiram encontrar uma narrativa boa o bastante para Frank Castle. Seus traumas, suas virtudes, sua brutalidade… Tudo já estava presente em Daredevil. O Justiceiro não apresentou nada de realmente novo ao papel.

Com isso, temos duas temporadas com bons momentos, mas com pouquíssimo desenvolvimento. Na verdade, a série até tenta avançar um pouco com o personagem neste segundo ano, oferecendo um quase relacionamento, aprofundando amizades e inserindo-o como uma espécie de estranha figura paterna, que lembra um pouco a dinâmica vista em ‘Logan‘.

Na trama, Castle (Jon Bernthal) tenta viver longe de confusões pulando de cidade em cidade no interior dos Estados Unidos. Um dia, se depara com uma jovem adolescente (Giorgia Whigham) sendo perseguida por assassinos profissionais. Ao defendê-la, o anti-herói se vê em meio a uma conspiração que envolve nomes importantes e acaba voltando ao dia a dia de violência.

A série segue basicamente duas histórias paralelas. Em uma, vemos Frank com a garota, e vamos descobrindo pouco a pouco porque existem pessoas que querem matá-la. Ao mesmo tempo, acompanhamos a recuperação de Billy (Ben Barnes), que parece não lembrar do que aconteceu com ele anteriormente. Atormentado, ele fica cada vez mais próximo de se tornar o vilão Retalho.

Amber Rose Revah e Jason R. Moore retornam como Madani e Curtis, respectivamente, enquanto que Floriana Lima e Josh Stewart são as principais novidades no elenco. A atriz de Supergirl vive a Dra. Krista Dumont, terapeuta responsável pelo tratamento de Billy e que vai desenvolvendo uma estranha relação com o paciente. Já Stewart vive John Pilgrim, um devoto religioso que persegue Castle e a garota tentando proteger um segredo de seus patrões.

A temporada lida com vários mistérios, mas demora muito para dar informações para o espectador. Levamos seis episódios para entendermos um pouco melhor o motivo da jovem estar sendo perseguida. E as motivações de John levam nove capítulos para serem explicadas. E o mesmo vale para o mistério envolvendo Dumont. A sensação que fica é que a série fica enrolando seu público ao máximo. Como de costume na parceria Marvel-Netflix, estamos diante de uma produção com episódios em excesso. Ainda é difícil entender o motivo de Demolidor, Luke Cage, O Justiceiro e companhia contarem com temporadas de 13 episódios, enquanto que Os Defensores contou com apenas oito capítulos.

Não só o número de episódios é exagerado, como estamos diante de uma duração excessiva. A média de duração é superior a 50 minutos, o que dá a sensação de que a série não está saindo do lugar. Isso sem falar na noção de que o espectador está sendo enrolado. Isso fica claro quando vemos a produção investir em narrativas já utilizadas na primeira temporada. Inclusive, toda dinâmica Castle, Madani e Billy é bastante repetitiva e desinteressante. Ao dividir o foco, o roteiro cria uma barriga enorme na trama, que prejudica até a história mais interessante, que é a relação de Frank com a menina. A verdade é que é trama de menos para quase 13 horas de série.

A procura de Castle por um sentido em suas atitudes e modo de vida é interessante, mas a série passa longe de grandes reflexões. Neste sentido, arrisca menos que na primeira temporada, que ainda tentava abordar o tema do desarmamento. Aqui, temos breves referências à políticas conservadoras, mas tudo muito sutil.

Correndo o risco de soar repetitivo, a série tinha o potencial de ser melhor se não passasse tanto tempo enrolando o espectador. Neste segundo ano, temos momentos marcantes, como um confronto na delegacia que remete ao clássico ‘Assalto ao 13º DP‘ (1976). Mas também sobram cenas descartáveis, como flashbacks envolvendo Madani e idas e vindas de Curtis.

The Punisher (no original) está longe de ser um completo desastre. As atuações são boas e a série possui mesmo uma personalidade, principalmente no que diz respeito à direção de fotografia e trilha sonora.

Se confirmado o encerramento da série, estaremos diante de uma despedida bem mediana. A lamentação fica no fato de que o personagem parecia estar chegando em algum lugar. A relação com a adolescente tornou Castle mais humano. E seria interessante ver o que viria a seguir. É esperar…

A 2ª temporada de ‘O Justiceiro‘ estreia na plataforma no dia 18 de janeiro.

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Diante deste caráter de despedida do personagem, é triste reconhecer que o Justiceiro não teve muitos momentos de brilho em sua trajetória nas séries. É curioso, inclusive, notar que o personagem brilhou mais em sua participação na segunda temporada de Demolidor do que em seus dois anos solo. E o motivo é bem simples: os realizadores não conseguiram encontrar uma narrativa boa o bastante para Frank Castle. Seus traumas, suas virtudes, sua brutalidade… Tudo já estava presente em Daredevil. O Justiceiro não apresentou nada de realmente novo ao papel.

Com isso, temos duas temporadas com bons momentos, mas com pouquíssimo desenvolvimento. Na verdade, a série até tenta avançar um pouco com o personagem neste segundo ano, oferecendo um quase relacionamento, aprofundando amizades e inserindo-o como uma espécie de estranha figura paterna, que lembra um pouco a dinâmica vista em ‘Logan‘.

Na trama, Castle (Jon Bernthal) tenta viver longe de confusões pulando de cidade em cidade no interior dos Estados Unidos. Um dia, se depara com uma jovem adolescente (Giorgia Whigham) sendo perseguida por assassinos profissionais. Ao defendê-la, o anti-herói se vê em meio a uma conspiração que envolve nomes importantes e acaba voltando ao dia a dia de violência.

A série segue basicamente duas histórias paralelas. Em uma, vemos Frank com a garota, e vamos descobrindo pouco a pouco porque existem pessoas que querem matá-la. Ao mesmo tempo, acompanhamos a recuperação de Billy (Ben Barnes), que parece não lembrar do que aconteceu com ele anteriormente. Atormentado, ele fica cada vez mais próximo de se tornar o vilão Retalho.

Amber Rose Revah e Jason R. Moore retornam como Madani e Curtis, respectivamente, enquanto que Floriana Lima e Josh Stewart são as principais novidades no elenco. A atriz de Supergirl vive a Dra. Krista Dumont, terapeuta responsável pelo tratamento de Billy e que vai desenvolvendo uma estranha relação com o paciente. Já Stewart vive John Pilgrim, um devoto religioso que persegue Castle e a garota tentando proteger um segredo de seus patrões.

A temporada lida com vários mistérios, mas demora muito para dar informações para o espectador. Levamos seis episódios para entendermos um pouco melhor o motivo da jovem estar sendo perseguida. E as motivações de John levam nove capítulos para serem explicadas. E o mesmo vale para o mistério envolvendo Dumont. A sensação que fica é que a série fica enrolando seu público ao máximo. Como de costume na parceria Marvel-Netflix, estamos diante de uma produção com episódios em excesso. Ainda é difícil entender o motivo de Demolidor, Luke Cage, O Justiceiro e companhia contarem com temporadas de 13 episódios, enquanto que Os Defensores contou com apenas oito capítulos.

Não só o número de episódios é exagerado, como estamos diante de uma duração excessiva. A média de duração é superior a 50 minutos, o que dá a sensação de que a série não está saindo do lugar. Isso sem falar na noção de que o espectador está sendo enrolado. Isso fica claro quando vemos a produção investir em narrativas já utilizadas na primeira temporada. Inclusive, toda dinâmica Castle, Madani e Billy é bastante repetitiva e desinteressante. Ao dividir o foco, o roteiro cria uma barriga enorme na trama, que prejudica até a história mais interessante, que é a relação de Frank com a menina. A verdade é que é trama de menos para quase 13 horas de série.

A procura de Castle por um sentido em suas atitudes e modo de vida é interessante, mas a série passa longe de grandes reflexões. Neste sentido, arrisca menos que na primeira temporada, que ainda tentava abordar o tema do desarmamento. Aqui, temos breves referências à políticas conservadoras, mas tudo muito sutil.

Correndo o risco de soar repetitivo, a série tinha o potencial de ser melhor se não passasse tanto tempo enrolando o espectador. Neste segundo ano, temos momentos marcantes, como um confronto na delegacia que remete ao clássico ‘Assalto ao 13º DP‘ (1976). Mas também sobram cenas descartáveis, como flashbacks envolvendo Madani e idas e vindas de Curtis.

The Punisher (no original) está longe de ser um completo desastre. As atuações são boas e a série possui mesmo uma personalidade, principalmente no que diz respeito à direção de fotografia e trilha sonora.

Se confirmado o encerramento da série, estaremos diante de uma despedida bem mediana. A lamentação fica no fato de que o personagem parecia estar chegando em algum lugar. A relação com a adolescente tornou Castle mais humano. E seria interessante ver o que viria a seguir. É esperar…

A 2ª temporada de ‘O Justiceiro‘ estreia na plataforma no dia 18 de janeiro.

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