quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Crítica | O Manicômio – Uma tentativa frustrada de ‘A Bruxa de Blair’ de 2018

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Em 1999, o filme de Daniel Myrick (Força Especial) e Eduardo Sánchez (V/H/S/2) chamado A Bruxa de Blair foi considerado uma quebra de paradigma dentro do gênero do terror. A produção contava com três estudantes que entraram na Floresta Maryland para gravar um documentário sobre a Bruxa de Blair e desapareceram deixando apenas as filmagens para trás. Dezenove anos depois, Michael David Pate (Gefällt mir) lança O Manicômio, que no Brasil tem estreia marcada para o dia 3 de janeiro, que conta com uma abordagem semelhante ao longa-metragem de 1999. A diferença é que o alemão não chega nem perto em quesitos de qualidade.

Imagina colocar seis jovens com problemas particulares entre si dentro de uma clínica supostamente mal-assombrada… Pois é. Dirigido por Pate e roteirizado pelo mesmo juntamente a Ecki Ziedrich (Singles), o longa conta a história de alguns jovens vloggers que decidem visitar a antiga clínica de Heilstätten, perto de Berlim. Eles se desafiam a permanecer no local durante 24 horas, mas o que começa como diversão acaba em tormento.



A narrativa do longa-metragem supostamente se encaixa no gênero de terror, mas mais provoca risadas em quem assiste do que assusta verdadeiramente. Filmado, muitas vezes, sob a perspectiva de qual personagem está segurando a câmera no momento, com alguns ângulos das filmadoras que eles (personagens) instalaram no local, a produção trabalha com a ideia de montagem de A Bruxa de Blair, entretanto, com um roteiro que se perde do início ao fim da história.

Os jump scares não são provocativos o suficiente e algumas cenas se encaixam facilmente no quesito trash do audiovisual. A trama ainda trabalha com um plot twist que poderia acrescentar em positivo para o filme, senão fosse a pressa para finalizar o longa-metragem, juntamente à segunda virada de roteiro, já no final, em que a produção não se dá ao esforço de construir adequadamente. É como se eles quisessem fazer um filme x, mas decidiram mudar no meio do caminho e quando viram já não dava mais tempo e/ou orçamento para voltar atrás.

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Além disso, os personagens que compõem a narrativa não criam identidade com o público facilmente ou são agradáveis. Se algo acontecer ou não com eles, o telespectador que está assistindo não será afetado, afinal, não existe um elo afetivo. Betty (Nilam Farooq), Vanessa (Farina Flebbe), Emma (Lisa-Marie Koroll), Charly (Emilio Sakraya), Theo (Tim Oliver Schultz) e Finn (Timmi Trinks), o grupo de protagonistas, possuem uma química razoável entre si e o máximo que arrancam do espectador são algumas risadas em uns poucos diálogos que criticam os vloggeiros da atualidade.

A direção de arte realiza um trabalho de acordo com o que é oferecido pelo roteiro e até convence na construção da clínica com suas instalações caindo aos pedaços e equipamentos antigos, entretanto, o sangue é de longe acreditável. Por outro lado, a direção cinematográfica nada acrescenta de novo dando apenas a sensação de que já foi assistido esse filme antes em algum lugar ou momento da vida. É, basicamente, juntar os clichês básicos do terror em um só local.

No geral, O Manicômio é um longa-metragem para assistir sem esperar absolutamente nada a respeito e preparar para rir mais do que ficar aterrorizado. Se você quer levar susto, procure outra coisa para conferir, mas se busca diversão, pode ir na fé, porque a produção está recheada de clichês para fazer gargalhar.

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Em 1999, o filme de Daniel Myrick (Força Especial) e Eduardo Sánchez (V/H/S/2) chamado A Bruxa de Blair foi considerado uma quebra de paradigma dentro do gênero do terror. A produção contava com três estudantes que entraram na Floresta Maryland para gravar um documentário sobre a Bruxa de Blair e desapareceram deixando apenas as filmagens para trás. Dezenove anos depois, Michael David Pate (Gefällt mir) lança O Manicômio, que no Brasil tem estreia marcada para o dia 3 de janeiro, que conta com uma abordagem semelhante ao longa-metragem de 1999. A diferença é que o alemão não chega nem perto em quesitos de qualidade.

Imagina colocar seis jovens com problemas particulares entre si dentro de uma clínica supostamente mal-assombrada… Pois é. Dirigido por Pate e roteirizado pelo mesmo juntamente a Ecki Ziedrich (Singles), o longa conta a história de alguns jovens vloggers que decidem visitar a antiga clínica de Heilstätten, perto de Berlim. Eles se desafiam a permanecer no local durante 24 horas, mas o que começa como diversão acaba em tormento.

A narrativa do longa-metragem supostamente se encaixa no gênero de terror, mas mais provoca risadas em quem assiste do que assusta verdadeiramente. Filmado, muitas vezes, sob a perspectiva de qual personagem está segurando a câmera no momento, com alguns ângulos das filmadoras que eles (personagens) instalaram no local, a produção trabalha com a ideia de montagem de A Bruxa de Blair, entretanto, com um roteiro que se perde do início ao fim da história.

Os jump scares não são provocativos o suficiente e algumas cenas se encaixam facilmente no quesito trash do audiovisual. A trama ainda trabalha com um plot twist que poderia acrescentar em positivo para o filme, senão fosse a pressa para finalizar o longa-metragem, juntamente à segunda virada de roteiro, já no final, em que a produção não se dá ao esforço de construir adequadamente. É como se eles quisessem fazer um filme x, mas decidiram mudar no meio do caminho e quando viram já não dava mais tempo e/ou orçamento para voltar atrás.

Além disso, os personagens que compõem a narrativa não criam identidade com o público facilmente ou são agradáveis. Se algo acontecer ou não com eles, o telespectador que está assistindo não será afetado, afinal, não existe um elo afetivo. Betty (Nilam Farooq), Vanessa (Farina Flebbe), Emma (Lisa-Marie Koroll), Charly (Emilio Sakraya), Theo (Tim Oliver Schultz) e Finn (Timmi Trinks), o grupo de protagonistas, possuem uma química razoável entre si e o máximo que arrancam do espectador são algumas risadas em uns poucos diálogos que criticam os vloggeiros da atualidade.

A direção de arte realiza um trabalho de acordo com o que é oferecido pelo roteiro e até convence na construção da clínica com suas instalações caindo aos pedaços e equipamentos antigos, entretanto, o sangue é de longe acreditável. Por outro lado, a direção cinematográfica nada acrescenta de novo dando apenas a sensação de que já foi assistido esse filme antes em algum lugar ou momento da vida. É, basicamente, juntar os clichês básicos do terror em um só local.

No geral, O Manicômio é um longa-metragem para assistir sem esperar absolutamente nada a respeito e preparar para rir mais do que ficar aterrorizado. Se você quer levar susto, procure outra coisa para conferir, mas se busca diversão, pode ir na fé, porque a produção está recheada de clichês para fazer gargalhar.

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