terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | O Menino que Queria Ser Rei – Uma Sessão da Tarde para crianças de até 12 anos

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Na falta de Harry Potter e Percy Jackson

Antes de toda a mitologia cercando os super-heróis de quadrinhos – que se traduz atualmente no néctar do cinema entretenimento – lendários personagens dominavam a cultura popular, fazendo isso basicamente através de obras literárias. Muito antes do Homem-Aranha, Batman, Vingadores ou o Superman, figuras como Tarzan, Robin Hood, Sherlock Holmes e Rei Arthur dominavam o imaginário coletivo com suas histórias, podendo ser considerados predecessores dos super-heróis (claramente inspiração para muitos).

Assim, não é de se espantar que as mais variadas mídias constantemente se voltem para eles. Com o cinema não é diferente. Ao longo de sua história, a sétima arte deu dezenas de versões para estas figuras – cada vez enfatizando mais a modernidade e favorecendo justamente a geração dos aficionados pelos heróis modernos. Os filmes mais recentes abordando tais personagens apostaram nitidamente em transformá-los nestes moldes. Robin Hood – A Origem (2018), A Lenda de Tarzan (2016), Sherlock Holmes (2009) e Rei Arthur: A Lenda da Espada (2017) são a prova disso.

Agora, estreia uma nova produção abordando a mitologia em torno do Rei Arthur, com O Menino que Queria ser Rei. Ao contrário das demais citadas, este longa é voltado unicamente ao público infantil – prometendo enfadar jovens acima, digamos, dos 12 anos de idade. Para ter uma ideia, Harry Potter e Percy Jackson soam como material proibido que seus pais não o deixariam assistir se comparados à inocência desta nova obra da Fox. Sequer menção a um interesse românico a produção contém, deixando tudo confortavelmente seguro para os pais mais preocupados.

Na trama, o pequeno Alex (Louis Ashbourne Serkis, filho do ator e diretor Andy Serkis) sofre com o abandono do pai, e é perseguido por valentões ao tentar defender o amigo Bedders (Dean Chaumoo). É justamente quando foge da dupla Lance (Tom Taylor) e Kaye (Rhianna Dorris), que o menino se depara com uma espada presa a uma pedra. Sim, esta é a lendária Excalibur, a arma do Rei Arthur – mas ao invés de uma pedra, a arma encontra-se cravada em uma pilastra demolida em uma área de construção. Não me pergunte como ela foi parar ali – e nem para o filme, pois ele não irá responder mesmo.

Assim, Alex retira a espada e começa a acreditar que a lenda é real. Ajuda o fato de logo em seguida chegar à cidade um rapaz pra lá de esquisito, revelando-se a versão rejuvenescida do mago Merlin (Angus Imrie – com seus gestos rápidos de mão, a melhor coisa do longa). No mais genérico dos enredos, uma maldição se aproxima, provida pela bruxa Morgana (em breve revelarei sua intérprete, para manter o suspense) e cabe ao relutante jovem herói reunir seus Cavaleiros da Távola Redonda (Bedders e o casal de encrenqueiros encabeçando) para evitar o ressurgimento deste mal antigo.

Por esta sinopse pode-se notar que O Menino que Queria Ser Rei não é nenhuma novidade, muito pelo contrário. Não bastasse a reciclagem da jornada do herói (do rapaz comum que se descobre “o escolhido”), reciclada na mitologia do Rei Arthur, o longa escrito e dirigido pelo outrora afiadíssimo Joe Cornish (Ataque ao Prédio), não acrescenta nada nas entrelinhas para criar empatia com o público. Nem mesmo as referências à cultura pop tentadas aqui conseguem sobreviver ao afogamento – soando muito como as piadas de um tiozão do churrasco.

Os filmes do gênero de fantasia juvenil, se feitos da maneira correta, podem render um verdadeiro filão (Harry Potter provou, Percy Jackson tentou, e Artemis Fowl vem aí). Aqui, porém, falta criatividade e carisma ao filme – permanecendo por toda a projeção no ponto de arrancar, somente para engasgar o motor. O que salva da completa ruína são os desempenhos dos meninos – todos verdadeiramente bons (em especial o citado Imrie). É de se espantar que Cornish, um diretor tão talentoso, não tenha investido mais neste projeto. Ah, e para terminar o suspense, no papel da vilã Morgana temos a estrela em ascensão Rebecca Ferguson (Missão: Impossível – Efeito Fallout), pagando seu devido mico em duas ou três cenas (algo me diz que ela quis pular fora do projeto). E terminando o elenco, o veterano Patrick Stewart vive a versão real do mago Merlin.

O Menino que Queria Ser Rei soa como aquela produção B com a qual todo grande estúdio bate ponto no ano. Uma Sessão da Tarde que não nos desafia em momento algum, mas também não ofende nossa inteligência. Uma obra correta, que parece ter mais vontade em seus intérpretes do que em seus realizadores. É claro que o público, como sempre, irá ditar se “o rei terá vida longa” como uma franquia nos cinemas…

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Assim, não é de se espantar que as mais variadas mídias constantemente se voltem para eles. Com o cinema não é diferente. Ao longo de sua história, a sétima arte deu dezenas de versões para estas figuras – cada vez enfatizando mais a modernidade e favorecendo justamente a geração dos aficionados pelos heróis modernos. Os filmes mais recentes abordando tais personagens apostaram nitidamente em transformá-los nestes moldes. Robin Hood – A Origem (2018), A Lenda de Tarzan (2016), Sherlock Holmes (2009) e Rei Arthur: A Lenda da Espada (2017) são a prova disso.

Agora, estreia uma nova produção abordando a mitologia em torno do Rei Arthur, com O Menino que Queria ser Rei. Ao contrário das demais citadas, este longa é voltado unicamente ao público infantil – prometendo enfadar jovens acima, digamos, dos 12 anos de idade. Para ter uma ideia, Harry Potter e Percy Jackson soam como material proibido que seus pais não o deixariam assistir se comparados à inocência desta nova obra da Fox. Sequer menção a um interesse românico a produção contém, deixando tudo confortavelmente seguro para os pais mais preocupados.

Na trama, o pequeno Alex (Louis Ashbourne Serkis, filho do ator e diretor Andy Serkis) sofre com o abandono do pai, e é perseguido por valentões ao tentar defender o amigo Bedders (Dean Chaumoo). É justamente quando foge da dupla Lance (Tom Taylor) e Kaye (Rhianna Dorris), que o menino se depara com uma espada presa a uma pedra. Sim, esta é a lendária Excalibur, a arma do Rei Arthur – mas ao invés de uma pedra, a arma encontra-se cravada em uma pilastra demolida em uma área de construção. Não me pergunte como ela foi parar ali – e nem para o filme, pois ele não irá responder mesmo.

Assim, Alex retira a espada e começa a acreditar que a lenda é real. Ajuda o fato de logo em seguida chegar à cidade um rapaz pra lá de esquisito, revelando-se a versão rejuvenescida do mago Merlin (Angus Imrie – com seus gestos rápidos de mão, a melhor coisa do longa). No mais genérico dos enredos, uma maldição se aproxima, provida pela bruxa Morgana (em breve revelarei sua intérprete, para manter o suspense) e cabe ao relutante jovem herói reunir seus Cavaleiros da Távola Redonda (Bedders e o casal de encrenqueiros encabeçando) para evitar o ressurgimento deste mal antigo.

Por esta sinopse pode-se notar que O Menino que Queria Ser Rei não é nenhuma novidade, muito pelo contrário. Não bastasse a reciclagem da jornada do herói (do rapaz comum que se descobre “o escolhido”), reciclada na mitologia do Rei Arthur, o longa escrito e dirigido pelo outrora afiadíssimo Joe Cornish (Ataque ao Prédio), não acrescenta nada nas entrelinhas para criar empatia com o público. Nem mesmo as referências à cultura pop tentadas aqui conseguem sobreviver ao afogamento – soando muito como as piadas de um tiozão do churrasco.

Os filmes do gênero de fantasia juvenil, se feitos da maneira correta, podem render um verdadeiro filão (Harry Potter provou, Percy Jackson tentou, e Artemis Fowl vem aí). Aqui, porém, falta criatividade e carisma ao filme – permanecendo por toda a projeção no ponto de arrancar, somente para engasgar o motor. O que salva da completa ruína são os desempenhos dos meninos – todos verdadeiramente bons (em especial o citado Imrie). É de se espantar que Cornish, um diretor tão talentoso, não tenha investido mais neste projeto. Ah, e para terminar o suspense, no papel da vilã Morgana temos a estrela em ascensão Rebecca Ferguson (Missão: Impossível – Efeito Fallout), pagando seu devido mico em duas ou três cenas (algo me diz que ela quis pular fora do projeto). E terminando o elenco, o veterano Patrick Stewart vive a versão real do mago Merlin.

O Menino que Queria Ser Rei soa como aquela produção B com a qual todo grande estúdio bate ponto no ano. Uma Sessão da Tarde que não nos desafia em momento algum, mas também não ofende nossa inteligência. Uma obra correta, que parece ter mais vontade em seus intérpretes do que em seus realizadores. É claro que o público, como sempre, irá ditar se “o rei terá vida longa” como uma franquia nos cinemas…

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