domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | O Mistério de Henri Pick – Divertido Suspense Francês Surpreende no Festival Varilux

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O mercado editorial não é fácil. O número de escritores cresceu consideravelmente nas últimas décadas, mais do que o número de leitores. Conjuntamente, o preço do livro aumentou e o poder aquisitivo da população diminuiu. Isso significa que, mais do que nunca, as editoras estão querendo descobrir um novo bestseller mundial, desses que viralizam no mundo inteiro e venda sozinho o que toda a publicação do ano não consegue.



Por conta disso, Daphné Despero (Alice Isaaz), uma editora assistente em ascensão, se sente desconfortável em encorajar a carreira do namorado, Frédéric Koskas (Bastien Bouillon), cujo primeiro livro vendeu apenas 237 exemplares. Buscando alavancar sua carreira, Daphné tem uma brilhante ideia: fuxicar a Biblioteca dos Livros Rejeitados, um local a oeste da França que abriga manuscritos não publicados de todo o país. Neste passeio, ela encontra um original intitulado ‘As últimas horas de uma história de amor’, que ela descobre ter sido escrito por Henri Pick, um pizzaiolo que falecera dois anos antes e que morava no mesmo vilarejo que a família da moça. A serendipidade que fez com que a jovem editora encontrasse o manuscrito perdido é suficiente para tornar o romance um bestseller imediato.

Como tudo que faz sucesso causa inveja, o crítico literário Jean-Michel Rouche (Fabrice Luchini, excelente no cinismo), um sujeito cético e de coração gelado, cisma que toda essa história é uma farsa, e decide que vai desmascarar o novo bestseller custe o que custar. Começa aí uma jornada pessoal movida a inveja, rancor e muita atitude sem noção na busca de descobrir quem é Henri Pick.

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O roteiro hilário de Vanessa Portal e Rémi Bezançon (que também dirige o filme) equilibra bem o início cômico com a virada para o suspense no segundo ato, mas sempre pincelando com atitudes inacreditáveis dos personagens, que arrancam risadas sinceras do público. E olha que o humor francês é algo meio difícil de entender, hein. Porém, neste ‘O Mistério de Henri Pick’, os sentimentos bons e ruins dos seres humanos são colocados à prova diante do sucesso repentino de um livro, mostrando que todos nós somos passíveis de nos tornarmos obcecados com coisas que não têm explicação.

A interação da dupla RoucheJoséphine Pick (Camille Cottin), a filha do falecido autor, conduz a trama com segurança e ótima interpretação, fazendo valer o tempo do espectador no cinema. ‘O Mistério de Henri Pick’ é uma ótima comédia com suspense, um achado que o Festival Varilux 2019 traz para o Brasil.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Por conta disso, Daphné Despero (Alice Isaaz), uma editora assistente em ascensão, se sente desconfortável em encorajar a carreira do namorado, Frédéric Koskas (Bastien Bouillon), cujo primeiro livro vendeu apenas 237 exemplares. Buscando alavancar sua carreira, Daphné tem uma brilhante ideia: fuxicar a Biblioteca dos Livros Rejeitados, um local a oeste da França que abriga manuscritos não publicados de todo o país. Neste passeio, ela encontra um original intitulado ‘As últimas horas de uma história de amor’, que ela descobre ter sido escrito por Henri Pick, um pizzaiolo que falecera dois anos antes e que morava no mesmo vilarejo que a família da moça. A serendipidade que fez com que a jovem editora encontrasse o manuscrito perdido é suficiente para tornar o romance um bestseller imediato.

Como tudo que faz sucesso causa inveja, o crítico literário Jean-Michel Rouche (Fabrice Luchini, excelente no cinismo), um sujeito cético e de coração gelado, cisma que toda essa história é uma farsa, e decide que vai desmascarar o novo bestseller custe o que custar. Começa aí uma jornada pessoal movida a inveja, rancor e muita atitude sem noção na busca de descobrir quem é Henri Pick.

O roteiro hilário de Vanessa Portal e Rémi Bezançon (que também dirige o filme) equilibra bem o início cômico com a virada para o suspense no segundo ato, mas sempre pincelando com atitudes inacreditáveis dos personagens, que arrancam risadas sinceras do público. E olha que o humor francês é algo meio difícil de entender, hein. Porém, neste ‘O Mistério de Henri Pick’, os sentimentos bons e ruins dos seres humanos são colocados à prova diante do sucesso repentino de um livro, mostrando que todos nós somos passíveis de nos tornarmos obcecados com coisas que não têm explicação.

A interação da dupla RoucheJoséphine Pick (Camille Cottin), a filha do falecido autor, conduz a trama com segurança e ótima interpretação, fazendo valer o tempo do espectador no cinema. ‘O Mistério de Henri Pick’ é uma ótima comédia com suspense, um achado que o Festival Varilux 2019 traz para o Brasil.

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Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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