domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | O Nome da Morte – Filme nacional denuncia a impunidade no país

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Matador de Aluguel

Logo na primeira cena, O Nome da Morte já mostra a que veio. Num virtuoso plano-sequência, o protagonista Julio foge pela vizinhança após ser descoberto por seu último crime – o que inclui pulos em telhados e subidas em muros enquanto, em sua direção, tiros são disparados. O nível de adrenalina é alto e digno de superprodução, marcando uma das melhores aberturas já criadas na história do cinema nacional.

Tal nível de tensão é mantido ao longo de toda a projeção, mesmo quando os trechos apresentam uma falsa calmaria.



O Nome da Morte é baseado no livro do jornalista Klester Cavalcanti, escrito ao longo de sete anos, nos quais o autor entrevistou e conviveu com Julio Santana, o matador de aluguel retratado no longa.

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A surpresa para o escritor foi o fato de uma personalidade tão única e controversa, que lida com a morte de maneira tão resolvida, nunca ter sido capturada, mesmo sendo responsável por quase 500 assassinatos. Julio se encontra livre até hoje.

Dando estofo a esta história mais incrível que qualquer ficção, o cineasta Henrique Goldman – de Jean Charles (2009) – utiliza recursos narrativos de forma criativa, brinca com a cronologia e confecciona cenas verdadeiramente nervosas, nas quais nunca deciframos ao certo seu decorrer. A cada novo plano de morte, a cada detalhe propício a dar errado, a cada nova investida do matador, o público mergulha numa espiral de insanidade e frenesi junto ao personagem.

Na trama, Julio é um menino vivendo no interior, parte de uma família muito humilde, sem grandes perspectivas de vida. Um retrato comum em nosso vasto e rico, mas também muito pobre, país. A alegria é ponderada com as visitas do tio Cícero, policial da cidade grande. Quando leva o menino e o acolhe debaixo de sua asa, o dúbio agente da lei logo o ensina sua arte secreta: matar pessoas por dinheiro.

O Nome da Morte marca a estreia de Marco Pigossi, astro das telenovelas, no cinema. O ator vive o protagonista de forma empenhada e, apesar de certa descrença inicial, recebeu elogios do autor – numa espécie de síndrome de Anne Rice e Tom Cruise em Entrevista com o Vampiro. Pigossi realmente entrega, não é demagogia. Dando respaldo, uma parceira de tela do nível de Fabiula Nascimento (grande nome do cinema nacional na atualidade) e um elenco de apoio dos sonhos, vide André Mattos, Matheus Nachtergale, Augusto Madeira, Martha Nowill e Tony Tornado. Todos ganhando devida atenção em momentos chave.

O Nome da Morte é um caso raro de cinema nacional cuja qualidade técnica e empenho das atuações sobressaem certo didatismo de se contar uma biografia. É cinema autoral palatável ao grande público, pronto para ser vendido e fazer carreira, inclusive, no exterior – onde estampa seu título “492”, referência ao número de mortes creditados ao criminoso protagonista.

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Logo na primeira cena, O Nome da Morte já mostra a que veio. Num virtuoso plano-sequência, o protagonista Julio foge pela vizinhança após ser descoberto por seu último crime – o que inclui pulos em telhados e subidas em muros enquanto, em sua direção, tiros são disparados. O nível de adrenalina é alto e digno de superprodução, marcando uma das melhores aberturas já criadas na história do cinema nacional.

Tal nível de tensão é mantido ao longo de toda a projeção, mesmo quando os trechos apresentam uma falsa calmaria.

O Nome da Morte é baseado no livro do jornalista Klester Cavalcanti, escrito ao longo de sete anos, nos quais o autor entrevistou e conviveu com Julio Santana, o matador de aluguel retratado no longa.

A surpresa para o escritor foi o fato de uma personalidade tão única e controversa, que lida com a morte de maneira tão resolvida, nunca ter sido capturada, mesmo sendo responsável por quase 500 assassinatos. Julio se encontra livre até hoje.

Dando estofo a esta história mais incrível que qualquer ficção, o cineasta Henrique Goldman – de Jean Charles (2009) – utiliza recursos narrativos de forma criativa, brinca com a cronologia e confecciona cenas verdadeiramente nervosas, nas quais nunca deciframos ao certo seu decorrer. A cada novo plano de morte, a cada detalhe propício a dar errado, a cada nova investida do matador, o público mergulha numa espiral de insanidade e frenesi junto ao personagem.

Na trama, Julio é um menino vivendo no interior, parte de uma família muito humilde, sem grandes perspectivas de vida. Um retrato comum em nosso vasto e rico, mas também muito pobre, país. A alegria é ponderada com as visitas do tio Cícero, policial da cidade grande. Quando leva o menino e o acolhe debaixo de sua asa, o dúbio agente da lei logo o ensina sua arte secreta: matar pessoas por dinheiro.

O Nome da Morte marca a estreia de Marco Pigossi, astro das telenovelas, no cinema. O ator vive o protagonista de forma empenhada e, apesar de certa descrença inicial, recebeu elogios do autor – numa espécie de síndrome de Anne Rice e Tom Cruise em Entrevista com o Vampiro. Pigossi realmente entrega, não é demagogia. Dando respaldo, uma parceira de tela do nível de Fabiula Nascimento (grande nome do cinema nacional na atualidade) e um elenco de apoio dos sonhos, vide André Mattos, Matheus Nachtergale, Augusto Madeira, Martha Nowill e Tony Tornado. Todos ganhando devida atenção em momentos chave.

O Nome da Morte é um caso raro de cinema nacional cuja qualidade técnica e empenho das atuações sobressaem certo didatismo de se contar uma biografia. É cinema autoral palatável ao grande público, pronto para ser vendido e fazer carreira, inclusive, no exterior – onde estampa seu título “492”, referência ao número de mortes creditados ao criminoso protagonista.

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