domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | O Rei Leão falha em capturar a magia do original

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Mesmo com um visual caprichado, trilha sonora arrebatadora e uma sensação de grandiosidade, o novo O Rei Leão deve dividir opiniões…

Com um arsenal gigantesco de animações à sua disposição, já ficou bem claro que a Disney está optando por transformar os seus maiores sucessos em versões live-action. Começamos com Cinderella em 2015, depois A Bela e Fera em 2017, e em 2019 o estúdio chegou com três adaptações de seus filmes clássicos na sua grade de lançamento. E assim, ao trazer de volta uma de suas produções mais importantes (e lucrativas!) do seu catálogo, a Disney nos entrega uma nova versão de O Rei Leão em um filme visualmente espectacular, mas que deve dividir opiniões e gerar discussões acaloradas por aí…



O longa tem Jon Favreau na direção, o mesmo que comandou o outro filme com animais do estúdio, Mogli: O Menino Lobo lá em 2016. Com a experiência, o diretor usa a expertise adquirida para recontar a história da animação de 1994, mas com poucas mudanças, onde a Disney parece ter aprovado o projeto sabendo das dificuldades em desenvolver a adaptação para os cinemas, principalmente pela importância do longa com a memória afetiva das pessoas. E mesmo querendo ganhar dinheiro com isso, o estúdio acabou por optar pelo famoso não mexer em time que está ganhando… Assim, já avisamos, não esperem muitas mudanças na estrutura narrativa do longa. O Rei Leão continua com o mesmo jeitão, aquele mesmo tom shakespeariano que vimos lá na animação.

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Voltamos a ver a história de um leão e sua jornada, cheia de percalços e Hakuna Matata para se tornar um rei, e assumir seu lugar no grande círculo da vida. A nova versão honra a animação clássica ao manter muitas das coisas que fizeram sucesso na época, seja arcos narrativos em zig-zag, as músicas, ou personagens carismáticos, modificando poucas passagens da história, usando como artifício para apresentar o filme para um novo público.

Para os espectadores que cresceram com a animação, o sentimento de estranhamento deve ser mais gritante, como a voz das hienas famintas. É uma produção com um tom muito mais realista, bastante adulto, e que infelizmente perde muito da magia vista na animação – o que deve incomodar algumas pessoas.

Não é ruim, mas não chega aos pés do original. O roteiro de Jeff Nathanson tenta contar a história de um jeito mais pé no chão, trazendo um toque de sobriedade para o filme muito maior que a animação teve. Tudo isso se dá pelo fato que os personagens e os efeitos especiais não tem as mesmas sutilezas, nem mesmo os traços tão marcantes que vimos no desenho.

Na animação, as cores vibrantes e o jeito que os animais se movimentavam em tela ajudavam a contar a história, e esses detalhes faziam, efetivamente, parte da trama, ainda mais se levarmos em consideração o filme ser sobre animais falantes em plena África.

A Disney não poupou dinheiro em criar, trabalhar e deixar os personagens em suas versões mais aproximadas dos animais que encontraríamos nas savanas africanas, com efeitos especiais de deixar o espectador com os olhos grudados em tela, babando na busca pelos detalhes que são amplificados na telona e que vão desde dos pêlos dos animais, para as patas e jubas, e até mesmo, para os olhos que tentam ajudar na expressão dos personagens. O trabalho de desenvolvimento estético e de criação tanto dos leões, quanto dos outros animais, seja o pássaro Zazu (voz de John Oliver, hilário), as hienas, ou o babuíno Rafiki (voz de John Kani) estão realmente espectaculares, e realmente são o maior ponto positivo que o filme tem.

O Rei Leão‘ também nos entrega paisagens belíssimas que são beneficiadas com tomadas em plano aberto e que mostram a magnitude e a vastidão do continente africano, onde parece estarmos dentro de um documentário do NatGeo (que agora faz parte do catálogo da Disney após fusão com a 20th Century Fox).

E tudo isso vem embalado pela a marcante e icônica trilha sonora da animação, agora desenvolvida com outras batidas e arranjos – outro ponto que deve causar polêmica. As novas versões das músicas combinam com o que é apresentado pelo filme, e acabam por ficarem mais sérias e contidas. Na versão original, e legendada, a trilha sonora faz os olhos dos espectador brilharem, quando os instrumentais das músicas super conhecidas começam a serem tocados diversos momentos chaves do filme. Os destaques ficam para Can You Feel The Love Tonight, cantada por Donald Glover e Beyoncé, que dão muito o tom para os personagens em suas versões adultas dos leões Simba e Nala, respectivamente, onde a dupla entrega um charme para o longa com suas vozes marcantes e graves.

Spirit, uma música inédita de Beyoncé feita para o filme, definitivamente será impulsionada pelo estúdio para a temporada de prêmios, afinal, a versão de 1994 levou o Oscar em duas categorias musicais. E não podemos deixar de citar, a divertida e cativante Hakuna Matata, da dupla imbatível de animais Timão e Pumba (nas vozes dos sensacionais Billy Eichner e Seth Rogen). Eles roubam todas as cenas e entregam um humor certeiro que funciona tanto para os adultos quanto para crianças.

Já o grande vilão do filme, o vingativo Scar, ganha até mais tempo em tela do que na animação, e talvez, seja o ponto que tenha tido a maior mudança em relação ao original, onde a voz de Chiwetel Ejiofor ajuda a deixar o vilão um pouco mais ameaçador do que na outra versão, se preparem.

Lançado com a maior pompa e tratado como o blockbuster das férias do ano, O Rei Leão deve gerar uma certa discussão entre o público, apenas por mexer com algo tão enraizado no coletivo das pessoas, mas deve ser mais um filme da Disney para entrar na casa do bilhão, onde o apelo para a nostalgia deverá levar um batalhão de pessoas ao cinema.

Desde do primeiro acorde de Circle of Life, nós temos a sensação de ver o clássico novamente nos cinemas, independente das pequenas mudanças que a nova versão oferece. Ainda rende um turbilhão de emoções, mas no final fica aquela sensação agridoce: não foi tão bom quando deveria, ou a nostalgia atrapalhou a oportunidade de curtir tanto quanto o original?

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Mesmo com um visual caprichado, trilha sonora arrebatadora e uma sensação de grandiosidade, o novo O Rei Leão deve dividir opiniões…

Com um arsenal gigantesco de animações à sua disposição, já ficou bem claro que a Disney está optando por transformar os seus maiores sucessos em versões live-action. Começamos com Cinderella em 2015, depois A Bela e Fera em 2017, e em 2019 o estúdio chegou com três adaptações de seus filmes clássicos na sua grade de lançamento. E assim, ao trazer de volta uma de suas produções mais importantes (e lucrativas!) do seu catálogo, a Disney nos entrega uma nova versão de O Rei Leão em um filme visualmente espectacular, mas que deve dividir opiniões e gerar discussões acaloradas por aí…

O longa tem Jon Favreau na direção, o mesmo que comandou o outro filme com animais do estúdio, Mogli: O Menino Lobo lá em 2016. Com a experiência, o diretor usa a expertise adquirida para recontar a história da animação de 1994, mas com poucas mudanças, onde a Disney parece ter aprovado o projeto sabendo das dificuldades em desenvolver a adaptação para os cinemas, principalmente pela importância do longa com a memória afetiva das pessoas. E mesmo querendo ganhar dinheiro com isso, o estúdio acabou por optar pelo famoso não mexer em time que está ganhando… Assim, já avisamos, não esperem muitas mudanças na estrutura narrativa do longa. O Rei Leão continua com o mesmo jeitão, aquele mesmo tom shakespeariano que vimos lá na animação.

Voltamos a ver a história de um leão e sua jornada, cheia de percalços e Hakuna Matata para se tornar um rei, e assumir seu lugar no grande círculo da vida. A nova versão honra a animação clássica ao manter muitas das coisas que fizeram sucesso na época, seja arcos narrativos em zig-zag, as músicas, ou personagens carismáticos, modificando poucas passagens da história, usando como artifício para apresentar o filme para um novo público.

Para os espectadores que cresceram com a animação, o sentimento de estranhamento deve ser mais gritante, como a voz das hienas famintas. É uma produção com um tom muito mais realista, bastante adulto, e que infelizmente perde muito da magia vista na animação – o que deve incomodar algumas pessoas.

Não é ruim, mas não chega aos pés do original. O roteiro de Jeff Nathanson tenta contar a história de um jeito mais pé no chão, trazendo um toque de sobriedade para o filme muito maior que a animação teve. Tudo isso se dá pelo fato que os personagens e os efeitos especiais não tem as mesmas sutilezas, nem mesmo os traços tão marcantes que vimos no desenho.

Na animação, as cores vibrantes e o jeito que os animais se movimentavam em tela ajudavam a contar a história, e esses detalhes faziam, efetivamente, parte da trama, ainda mais se levarmos em consideração o filme ser sobre animais falantes em plena África.

A Disney não poupou dinheiro em criar, trabalhar e deixar os personagens em suas versões mais aproximadas dos animais que encontraríamos nas savanas africanas, com efeitos especiais de deixar o espectador com os olhos grudados em tela, babando na busca pelos detalhes que são amplificados na telona e que vão desde dos pêlos dos animais, para as patas e jubas, e até mesmo, para os olhos que tentam ajudar na expressão dos personagens. O trabalho de desenvolvimento estético e de criação tanto dos leões, quanto dos outros animais, seja o pássaro Zazu (voz de John Oliver, hilário), as hienas, ou o babuíno Rafiki (voz de John Kani) estão realmente espectaculares, e realmente são o maior ponto positivo que o filme tem.

O Rei Leão‘ também nos entrega paisagens belíssimas que são beneficiadas com tomadas em plano aberto e que mostram a magnitude e a vastidão do continente africano, onde parece estarmos dentro de um documentário do NatGeo (que agora faz parte do catálogo da Disney após fusão com a 20th Century Fox).

E tudo isso vem embalado pela a marcante e icônica trilha sonora da animação, agora desenvolvida com outras batidas e arranjos – outro ponto que deve causar polêmica. As novas versões das músicas combinam com o que é apresentado pelo filme, e acabam por ficarem mais sérias e contidas. Na versão original, e legendada, a trilha sonora faz os olhos dos espectador brilharem, quando os instrumentais das músicas super conhecidas começam a serem tocados diversos momentos chaves do filme. Os destaques ficam para Can You Feel The Love Tonight, cantada por Donald Glover e Beyoncé, que dão muito o tom para os personagens em suas versões adultas dos leões Simba e Nala, respectivamente, onde a dupla entrega um charme para o longa com suas vozes marcantes e graves.

Spirit, uma música inédita de Beyoncé feita para o filme, definitivamente será impulsionada pelo estúdio para a temporada de prêmios, afinal, a versão de 1994 levou o Oscar em duas categorias musicais. E não podemos deixar de citar, a divertida e cativante Hakuna Matata, da dupla imbatível de animais Timão e Pumba (nas vozes dos sensacionais Billy Eichner e Seth Rogen). Eles roubam todas as cenas e entregam um humor certeiro que funciona tanto para os adultos quanto para crianças.

Já o grande vilão do filme, o vingativo Scar, ganha até mais tempo em tela do que na animação, e talvez, seja o ponto que tenha tido a maior mudança em relação ao original, onde a voz de Chiwetel Ejiofor ajuda a deixar o vilão um pouco mais ameaçador do que na outra versão, se preparem.

Lançado com a maior pompa e tratado como o blockbuster das férias do ano, O Rei Leão deve gerar uma certa discussão entre o público, apenas por mexer com algo tão enraizado no coletivo das pessoas, mas deve ser mais um filme da Disney para entrar na casa do bilhão, onde o apelo para a nostalgia deverá levar um batalhão de pessoas ao cinema.

Desde do primeiro acorde de Circle of Life, nós temos a sensação de ver o clássico novamente nos cinemas, independente das pequenas mudanças que a nova versão oferece. Ainda rende um turbilhão de emoções, mas no final fica aquela sensação agridoce: não foi tão bom quando deveria, ou a nostalgia atrapalhou a oportunidade de curtir tanto quanto o original?

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