sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos – Animação fora do mainstream para crianças

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Não se engane: à primeira vista, ‘O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos’ pode parecer uma cópia de ‘Frozen’, maaaaaas não é. As semelhanças entre ambas as produções se dão pelo fato das duas terem as mesmas fontes inspiradoras – as histórias nórdicas de princesas e fadas, como o conto do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, ‘A Rainha da Neve’ – porém, tirando a leve referência estética utilizada no marketing, as semelhanças param por aí.



Entretanto, ‘O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos’ pede conhecimento prévio: é que este é, na verdade, o quarto filme da franquia. Sim, é isso mesmo. Esta animação, que pode parecer novidade para a maioria do público, já teve três histórias anteriores lançadas no Brasil: ‘O Reino Gelado’ (2012), ‘O Reino Gelado 2’ (2014) e ‘O Reino Gelado: Fogo e Gelo’ (2016).

É preciso dizer tudo isso porque em ‘O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos’ todos esses pontos são importantes. A trama começa com Gerda (novamente dublada pela jovem Larissa Manoela) numa sequência de ação já na primeira cena, sentindo-se frustrada porque seus pais e seu irmão possuem poderes mágicos e ela não. Ainda estamos sentindo pena da frustração da menina quando somos apresentados ao rei Harald, que, aparentemente sem nenhuma explicação, tem raiva de todos os mágicos de seu reino e decide montar uma armadilha para isolar todos eles na Terra dos Espelhos, onde já está presa a Rainha da Neve.

Por que o rei fez isso? Bom, esta e outras explicações estão nos filmes anteriores, inclusive há cenas que fazem linkagem direta com escolhas tomadas na sequência anterior que tem consequências diretas no filme atual, o que deixa um buraco na experiência do espectador que não tiver visto ou não se lembrar de todos os detalhes (algo bastante comum para o público alvo). A escolha de amarrar a história em pontos chave da franquia torna o roteiro de Aleksey TsitsilinRobert LenceAleksey ZamyslovAndrey KorenkovVladimir Nikolaev com um gostinho de “poderia ter sido melhor”, embora construa uma trama recheada de aventuras e com cenas de ação que certamente vão encantar os pequenos.

No papel do troll Orm, João Côrtes volta a emprestar sua voz ao carismático personagem. Aliás, a dublagem e a tradução dão show, atualizando as expressões da realidade brasileira e arrancando gargalhadas sinceras em momentos inesperados.

No geral, a produção russa ‘O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos’ cumpre seu papel de entreter especialmente aos pequenos, que não estão tão preocupados com a linearidade dos acontecimentos. A técnica utilizada para a animação é bem feitinha, dando fluidez aos movimentos de maneira convincente, com pegada steampunk e fofinha ao mesmo tempo; e a história é tão dinâmica que, com quarenta minutos parece até que o filme já acabou. Porém, é desses filmes que só faz sentido se você já tiver visto todos os outros – o que é uma pena, pois, em se tratando de desenho animado, o legal seria que a proposta fosse de sempre querer aumentar o público, e não restringi-lo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Entretanto, ‘O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos’ pede conhecimento prévio: é que este é, na verdade, o quarto filme da franquia. Sim, é isso mesmo. Esta animação, que pode parecer novidade para a maioria do público, já teve três histórias anteriores lançadas no Brasil: ‘O Reino Gelado’ (2012), ‘O Reino Gelado 2’ (2014) e ‘O Reino Gelado: Fogo e Gelo’ (2016).

É preciso dizer tudo isso porque em ‘O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos’ todos esses pontos são importantes. A trama começa com Gerda (novamente dublada pela jovem Larissa Manoela) numa sequência de ação já na primeira cena, sentindo-se frustrada porque seus pais e seu irmão possuem poderes mágicos e ela não. Ainda estamos sentindo pena da frustração da menina quando somos apresentados ao rei Harald, que, aparentemente sem nenhuma explicação, tem raiva de todos os mágicos de seu reino e decide montar uma armadilha para isolar todos eles na Terra dos Espelhos, onde já está presa a Rainha da Neve.

Por que o rei fez isso? Bom, esta e outras explicações estão nos filmes anteriores, inclusive há cenas que fazem linkagem direta com escolhas tomadas na sequência anterior que tem consequências diretas no filme atual, o que deixa um buraco na experiência do espectador que não tiver visto ou não se lembrar de todos os detalhes (algo bastante comum para o público alvo). A escolha de amarrar a história em pontos chave da franquia torna o roteiro de Aleksey TsitsilinRobert LenceAleksey ZamyslovAndrey KorenkovVladimir Nikolaev com um gostinho de “poderia ter sido melhor”, embora construa uma trama recheada de aventuras e com cenas de ação que certamente vão encantar os pequenos.

No papel do troll Orm, João Côrtes volta a emprestar sua voz ao carismático personagem. Aliás, a dublagem e a tradução dão show, atualizando as expressões da realidade brasileira e arrancando gargalhadas sinceras em momentos inesperados.

No geral, a produção russa ‘O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos’ cumpre seu papel de entreter especialmente aos pequenos, que não estão tão preocupados com a linearidade dos acontecimentos. A técnica utilizada para a animação é bem feitinha, dando fluidez aos movimentos de maneira convincente, com pegada steampunk e fofinha ao mesmo tempo; e a história é tão dinâmica que, com quarenta minutos parece até que o filme já acabou. Porém, é desses filmes que só faz sentido se você já tiver visto todos os outros – o que é uma pena, pois, em se tratando de desenho animado, o legal seria que a proposta fosse de sempre querer aumentar o público, e não restringi-lo.

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