domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | O Retorno de Arquivo X – 1º e 2º Episódio

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Quando a espera empolga mais do que a chegada

É de conhecimento popular que Arquivo X (1993) foi um dos principais divisores de água na esfera das séries televisivas americanas. Twin Peaks (1990) já havia quebrado algumas amarras de linguagem e seguido caminhos mais ousados que as demais anteriormente, no entanto o showrunner Chris Carter trouxe novidades temáticas, expandiu o material e popularizou mundialmente o seguimento. Por outro lado o show também sofreu com o tempo, durando exaustivas nove temporadas e tendo um final bem aquém dos tempos áureos. Ainda que com o encerramento a importância da produção nunca deixou de ser lembrada, sempre conquistando novos fãs a fim de conferir o porquê do tal fenômeno.

E agora que antigos seriados como 24 Horas (2001) e Prison Break (2005) estão ganhando novos revivals, é claro que teríamos também a volta dos clássicos agentes Fox Mulder e Dana Scully. Retorno este comandado pelo próprio Chris Carter e felizmente estrelado pela dupla David Duchovny e Gillian Anderson. Além de outros bons nomes do elenco que vão de Mitch PileggiWilliam B. Davis. É bom lembrar que já havíamos tido esse gostinho no filme Arquivo X: Eu Quero Acreditar (2008), que pôde ser conferido nos cinemas brasileiros, mesmo não agradando a maioria.



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Mas a grande pergunta é se valeu a pena continuar com a série após 13 anos do final daquela apagada 9ª temporada? Podemos dizer que notamos no novo piloto, chamado de My Struggle, um certo frescor nos temas que foram remodelados e atualizados, em pontos sociais e políticos – nada de muita complexidade. Vemos agora a vigilância e comando total do Governo americano em diversos lugares, que segundo a trama esconde segredos ainda mais obscuros que àqueles esclarecidos nos anos anteriores. E que os produtores focaram bastante em criar um paralelo com esta época agora clássica, recheando essa nova empreitada com frases e tiradas conhecidas, deixando o fan service falar mais alto.

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O que de certo modo pode ter sido uma escolha exagerada por causar estranheza e trazer problemas à narrativa. São diversos cenas e diálogos expositivos pouco inspirados, alguns até mal escritos. Vemos também tentativas de plot twists que não funcionam como forma de impacto. A trama central – que deve ser o foco de toda temporada – soa requentada em certos aspectos se comparadas a outras obras, pois em outros pontos parece ousada ao informar que tudo aquilo que eles descobriram são novas mentiras. Outro ponto que pouco convenceu foi a volta do casal (a relação ainda é um dos pontos fortes) com a reabertura dos Arquivos X, um órgão que trouxe infinitos problemas não apenas para o Governo/FBI como a todos os envolvidos, inacreditavelmente sendo reativado por um fato aparentemente simples.

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Ou seja, o capítulo de estreia escrito e dirigido por Carter tem seus altos e baixos, ainda que a nostalgia vença inicialmente estes problemas citados. Mas a surpresa ficou por conta do segundo episódio, Founder’s Mutation, que é mais um daqueles típicos “casos da semana” e não diferente dos anteriores envolve e diverte o espectador. Temos a abordagem de um evento deveras curioso que nos faz pensar que há alguma ligação com o tema principal.

Mas o grande destaque do novo material, agora comandado por James Wong, é o clima de tensão e suspense que imediatamente nos transporta para a atmosfera cheia de mistério tão explorada em outrora. Mesmo que alguns andamentos como os flashbacks (ou sonhos) de Scully e Mulder sejam artifícios bregas e ineficientes, desperdiçando tempo de tela.

arquivox_serie_11

É bem verdade que o reencontro emocionou e matou as saudades e a vontade dos antigos fãs, e que os produtores direcionaram a série para um novo rumo – mesmo seguindo a antiga formula. Mas este foi também um retorno morno ou agridoce, vide que muitos aguardavam e apontavam como a grande retomada do show. Como já foi citado, o segundo capítulo deixou uma melhor impressão – e talvez tenha sido por isso que o canal exibiu os dois seguidamente. Mas vamos aguardar o caminhar da trama e torcer por uma notável melhora de modo geral.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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E agora que antigos seriados como 24 Horas (2001) e Prison Break (2005) estão ganhando novos revivals, é claro que teríamos também a volta dos clássicos agentes Fox Mulder e Dana Scully. Retorno este comandado pelo próprio Chris Carter e felizmente estrelado pela dupla David Duchovny e Gillian Anderson. Além de outros bons nomes do elenco que vão de Mitch PileggiWilliam B. Davis. É bom lembrar que já havíamos tido esse gostinho no filme Arquivo X: Eu Quero Acreditar (2008), que pôde ser conferido nos cinemas brasileiros, mesmo não agradando a maioria.

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Mas a grande pergunta é se valeu a pena continuar com a série após 13 anos do final daquela apagada 9ª temporada? Podemos dizer que notamos no novo piloto, chamado de My Struggle, um certo frescor nos temas que foram remodelados e atualizados, em pontos sociais e políticos – nada de muita complexidade. Vemos agora a vigilância e comando total do Governo americano em diversos lugares, que segundo a trama esconde segredos ainda mais obscuros que àqueles esclarecidos nos anos anteriores. E que os produtores focaram bastante em criar um paralelo com esta época agora clássica, recheando essa nova empreitada com frases e tiradas conhecidas, deixando o fan service falar mais alto.

O que de certo modo pode ter sido uma escolha exagerada por causar estranheza e trazer problemas à narrativa. São diversos cenas e diálogos expositivos pouco inspirados, alguns até mal escritos. Vemos também tentativas de plot twists que não funcionam como forma de impacto. A trama central – que deve ser o foco de toda temporada – soa requentada em certos aspectos se comparadas a outras obras, pois em outros pontos parece ousada ao informar que tudo aquilo que eles descobriram são novas mentiras. Outro ponto que pouco convenceu foi a volta do casal (a relação ainda é um dos pontos fortes) com a reabertura dos Arquivos X, um órgão que trouxe infinitos problemas não apenas para o Governo/FBI como a todos os envolvidos, inacreditavelmente sendo reativado por um fato aparentemente simples.

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Ou seja, o capítulo de estreia escrito e dirigido por Carter tem seus altos e baixos, ainda que a nostalgia vença inicialmente estes problemas citados. Mas a surpresa ficou por conta do segundo episódio, Founder’s Mutation, que é mais um daqueles típicos “casos da semana” e não diferente dos anteriores envolve e diverte o espectador. Temos a abordagem de um evento deveras curioso que nos faz pensar que há alguma ligação com o tema principal.

Mas o grande destaque do novo material, agora comandado por James Wong, é o clima de tensão e suspense que imediatamente nos transporta para a atmosfera cheia de mistério tão explorada em outrora. Mesmo que alguns andamentos como os flashbacks (ou sonhos) de Scully e Mulder sejam artifícios bregas e ineficientes, desperdiçando tempo de tela.

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É bem verdade que o reencontro emocionou e matou as saudades e a vontade dos antigos fãs, e que os produtores direcionaram a série para um novo rumo – mesmo seguindo a antiga formula. Mas este foi também um retorno morno ou agridoce, vide que muitos aguardavam e apontavam como a grande retomada do show. Como já foi citado, o segundo capítulo deixou uma melhor impressão – e talvez tenha sido por isso que o canal exibiu os dois seguidamente. Mas vamos aguardar o caminhar da trama e torcer por uma notável melhora de modo geral.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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