terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | O Retorno de Ben – Julia Roberts em uma de suas melhores atuações

YouTube video

Filmes que falam sobre dependência química parecem mesmo ter ganhado destaque em Hollywood. Depois do drama Querido Menino – protagonizado pela dupla Steve Carell e Timothée Chalamet -, o assunto vem novamente à tona em O Retorno de Ben, com Julia Roberts e Lucas Hedges comandando a trama. Nele, a temática por si só já é responsável por criar toda uma atmosfera de tensão no público, mas o desespero da mãe vivida por Roberts é, sem dúvidas, o que faz o espectador se transportar para a história e não desgrudar os olhos da tela durante os 102 minutos do longa.

Dirigido por Peter Hedges – pai do protagonista na vida real, que inclusive foi convencido por Julia Roberts a aceitar o papel na trama -, Ben is Back (título original) fala sobre a volta de Ben Burns (Lucas Hedges) para a casa da família na noite de Natal. Por causa do seu vício em drogas, o jovem estava internado em uma clínica de reabilitação, mas tem a chance de passar 24h ao lado dos seus para tentar, ao menos nas festas de final de ano, recuperar um pouco do tempo perdido. A princípio, apenas a mãe e os dois irmãos pequenos é que o recebem com alegria – já que o padrasto (Courtney B. Vance) e a sua irmã Ivy (Kathryn Newton) ainda não tinham superado as recordações ruins das últimas vezes em que estiveram todos juntos. No entanto, ao longo da trama, a menina também começa a se alegrar com o retorno do irmão e a acreditar na real possibilidade dele contradizer as más expectativas e estar, de fato, recuperado.

Até que uma invasão na casa da família seguida pelo sequestro do cachorro enquanto todos estavam na igreja para o evento de Natal traz à tona a ideia de que Ben sempre vem acompanhado por problemas (para o padrasto, ao menos; e para o próprio, que se culpa por colocar quem ama em apuros ) e faz com que ele comece uma jornada para acertar contas do passado e recuperar o animal de estimação – ao mesmo tempo em que corre o risco de ter uma recaída que, dependendo da intensidade, pode lhe custar a vida. A partir daí, Holly Burns, a mãe do jovem, passa a viver seu pior pesadelo ao começar a conhecer um pouco o universo obscuro do filho (incluindo um envolvimento com um professor de História do colégio em troca de remédios para se drogar), e Julia Roberts, quem dá forma à ela, entrega uma de suas melhores performances dramáticas no cinema.

Das horas em que sente alegria por ver o filho de volta aos momentos em que fica ao seu lado temendo uma nova recaída, Roberts coloca a força de sua atuação no olhar e no modo como se movimenta. Nunca relaxada, nunca confortável (mesmo nas horas em que sorri e tudo parece bem), a atriz transmite para a tela toda a tensão de uma mãe que vive com medo de perder quem ama para as drogas. Difícil não se emocionar ao ver sua reação ao ter o filho de volta ou sentir seu desespero quando, no provador do shopping, Ben insinua que tem entorpecentes escondidos no tênis que ela esqueceu de checar e quando ele a deixa na loja de conveniência e segue sozinho na arriscada jornada em busca do cachorro sequestrado. Aparecendo como verdadeira protagonista da história, não é exagero dizer que a estrela É o filme.

Mas, apesar de todo esse destaque da atriz de Uma Linda Mulher, vale dizer que Lucas Hedges também cumpre muito bem o seu papel e comove na pele de Ben Burns. Um dos pontos altos de sua atuação, inclusive, acontece na noite de Natal na igreja – quando, ao olhar para a irmã cantando no coral, ele solta lágrimas que nos fazem sentir toda a sua dor e arrependimento por tudo o que viveu e fez a família passar. Junto com Boy Erased: Uma Verdade Anulada, O Retorno de Ben vem para comprovar que, muito longe de ser apenas um rostinho bonito, o jovem ator tem a promessa de uma carreira bem promissora pela frente. Para quem já tinha acompanhado seu trabalho em filmes como Lady Bird e Manchester À Beira-Mar, o amadurecimento no drama fica ainda mais evidente por aqui.

E assim, com a força das atuações dos protagonistas e todo o apelo emocional do enredo, a produção de Peter Hedges aparece como um filme sobre drogas que não apela para o drama exagerado para prender a atenção do espectador e comover. Com um ritmo que pode até ser considerado meio lento por alguns, ele cria uma atmosfera de tensão através de diálogos e olhares – principalmente entre mãe e filho, que, apesar de tudo, ainda conseguem manter uma certa cumplicidade. No fim, seguindo o que aparece na última cena em aberto, ele deixa um sopro de esperança para quem acompanhou a jornada de quem sempre fez de tudo para salvar seu filho. Não dizem que mães são heroínas? Julia Roberts, certamente, acabou de interpretar uma de suas maiores guerreiras…

YouTube video

Mais notícias...

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Crítica | O Retorno de Ben – Julia Roberts em uma de suas melhores atuações

YouTube video

Filmes que falam sobre dependência química parecem mesmo ter ganhado destaque em Hollywood. Depois do drama Querido Menino – protagonizado pela dupla Steve Carell e Timothée Chalamet -, o assunto vem novamente à tona em O Retorno de Ben, com Julia Roberts e Lucas Hedges comandando a trama. Nele, a temática por si só já é responsável por criar toda uma atmosfera de tensão no público, mas o desespero da mãe vivida por Roberts é, sem dúvidas, o que faz o espectador se transportar para a história e não desgrudar os olhos da tela durante os 102 minutos do longa.

Dirigido por Peter Hedges – pai do protagonista na vida real, que inclusive foi convencido por Julia Roberts a aceitar o papel na trama -, Ben is Back (título original) fala sobre a volta de Ben Burns (Lucas Hedges) para a casa da família na noite de Natal. Por causa do seu vício em drogas, o jovem estava internado em uma clínica de reabilitação, mas tem a chance de passar 24h ao lado dos seus para tentar, ao menos nas festas de final de ano, recuperar um pouco do tempo perdido. A princípio, apenas a mãe e os dois irmãos pequenos é que o recebem com alegria – já que o padrasto (Courtney B. Vance) e a sua irmã Ivy (Kathryn Newton) ainda não tinham superado as recordações ruins das últimas vezes em que estiveram todos juntos. No entanto, ao longo da trama, a menina também começa a se alegrar com o retorno do irmão e a acreditar na real possibilidade dele contradizer as más expectativas e estar, de fato, recuperado.

Até que uma invasão na casa da família seguida pelo sequestro do cachorro enquanto todos estavam na igreja para o evento de Natal traz à tona a ideia de que Ben sempre vem acompanhado por problemas (para o padrasto, ao menos; e para o próprio, que se culpa por colocar quem ama em apuros ) e faz com que ele comece uma jornada para acertar contas do passado e recuperar o animal de estimação – ao mesmo tempo em que corre o risco de ter uma recaída que, dependendo da intensidade, pode lhe custar a vida. A partir daí, Holly Burns, a mãe do jovem, passa a viver seu pior pesadelo ao começar a conhecer um pouco o universo obscuro do filho (incluindo um envolvimento com um professor de História do colégio em troca de remédios para se drogar), e Julia Roberts, quem dá forma à ela, entrega uma de suas melhores performances dramáticas no cinema.

Das horas em que sente alegria por ver o filho de volta aos momentos em que fica ao seu lado temendo uma nova recaída, Roberts coloca a força de sua atuação no olhar e no modo como se movimenta. Nunca relaxada, nunca confortável (mesmo nas horas em que sorri e tudo parece bem), a atriz transmite para a tela toda a tensão de uma mãe que vive com medo de perder quem ama para as drogas. Difícil não se emocionar ao ver sua reação ao ter o filho de volta ou sentir seu desespero quando, no provador do shopping, Ben insinua que tem entorpecentes escondidos no tênis que ela esqueceu de checar e quando ele a deixa na loja de conveniência e segue sozinho na arriscada jornada em busca do cachorro sequestrado. Aparecendo como verdadeira protagonista da história, não é exagero dizer que a estrela É o filme.

Mas, apesar de todo esse destaque da atriz de Uma Linda Mulher, vale dizer que Lucas Hedges também cumpre muito bem o seu papel e comove na pele de Ben Burns. Um dos pontos altos de sua atuação, inclusive, acontece na noite de Natal na igreja – quando, ao olhar para a irmã cantando no coral, ele solta lágrimas que nos fazem sentir toda a sua dor e arrependimento por tudo o que viveu e fez a família passar. Junto com Boy Erased: Uma Verdade Anulada, O Retorno de Ben vem para comprovar que, muito longe de ser apenas um rostinho bonito, o jovem ator tem a promessa de uma carreira bem promissora pela frente. Para quem já tinha acompanhado seu trabalho em filmes como Lady Bird e Manchester À Beira-Mar, o amadurecimento no drama fica ainda mais evidente por aqui.

E assim, com a força das atuações dos protagonistas e todo o apelo emocional do enredo, a produção de Peter Hedges aparece como um filme sobre drogas que não apela para o drama exagerado para prender a atenção do espectador e comover. Com um ritmo que pode até ser considerado meio lento por alguns, ele cria uma atmosfera de tensão através de diálogos e olhares – principalmente entre mãe e filho, que, apesar de tudo, ainda conseguem manter uma certa cumplicidade. No fim, seguindo o que aparece na última cena em aberto, ele deixa um sopro de esperança para quem acompanhou a jornada de quem sempre fez de tudo para salvar seu filho. Não dizem que mães são heroínas? Julia Roberts, certamente, acabou de interpretar uma de suas maiores guerreiras…

YouTube video

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS