quinta-feira , 14 novembro , 2024

Crítica | O Segredo: Ouse Sonhar – Netflix lança o filme que vai ajudar a levantar seu astral

Baseado no livro de sucesso ‘O Segredo’, de Rhonda Byrne – que já ganhou adaptação audiovisual em 2006, com filme de mesmo nome –, chega agora aos (poucos) cinemas reabertos do Brasil ‘O Segredo: Ouse Sonhar’, longa igualmente inspirado no livro best-seller.

Miranda (Katie Holmes, em atuação pouquíssimo convincente) é uma jovem viúva, mãe de três filhos: Missy (Sarah Hoffmeister), Greg (Aidan Pierce Brennan) e Bess (Chloe Lee). A família está super endividada, mas Miranda vê em seu relacionamento com Tucker (Jerry O’Connell) uma tábua de salvação. Como tudo que está ruim sempre pode piorar, a chegada de um terrível furacão destrói parcialmente a casa da família, e, ainda por cima, Miranda bate no carro de Bray (Josh Lucas). Porém, o que ela não esperava era que Bray não só não se zangasse com ela, como também a ajudasse a consertar seu carro – e a sua vida.



A adaptação de Bekah Brunstetter conseguiu extrair a essência de ‘O Segredo’ e transpô-la para o argumento do filme, que propõe ao expectador a reflexão sobre como reagir nos momentos de adversidade – que, em todos os desafios da vida, podemos sempre aprender com eles e enfrentá-los de maneira a não nos permitirmos nos aborrecer tanto. Com diversas frases de efeito e lições de moral – majoritariamente presentes nos diálogos dos personagens – o conceito de “se você mentalizar muito uma coisa, o universo conspira a seu favor” se faz presente desde a primeira cena, através do personagem Bray – o grande salvador da pátria neste longa.

Entretanto, embora ‘O Segredo: Ouse Sonhar’ seja extremamente motivacional e inspirador, o roteiro de Rick Parks e Andy Tennant força demaaaais a barra, principalmente em insistir em transformar o personagem Bray em herói da história. Bray, o inabalável, tem a resposta certa para tudo e consegue de primeira, por exemplo, convencer uma adolescente de dezesseis anos que está abalada porque uma outra colega vai dar uma festa do mesmo dia que ela, com food trucks e tudo o mais, Bray, o milagroso, e fazer essa adolescente mudar de ideia e entender que “mais importante que duzentos amigos no instagram é ter cinco amigos de verdade na realidade”. Fala sério! E a adolescente simplesmente aceita isso e decide que sua festa vai ser super mais legal se ela apenas estiver com sua família e seus cinco amigos ao redor do fogo fazendo doces juntos. Ah sim, porque todo adolescente aceita as coisas tão facilmente assim…

Não bastasse o roteiro que abusa em transformar o homem como único capaz de solucionar os problemas (a vida de Miranda quando tinha marido era ótima, mas, depois que ficou viúva, ficou uma droga; a única forma de Miranda se reerguer na vida é casando com um homem, mesmo que não o ame; a pessoa que consegue fazer Miranda enxergar a beleza na vida e voltar a ser feliz é um homem), a direção de Andy Tennant é bastante condescendente com a produção, por exemplo, ao inserir uma mulher misteriosa na vida de Bray e vir com uma explicação super esdrúxula e nada convincente no final, justamente para forçar que as pontas se amarrem mesmo que o longa não estivesse caminhado nessa direção.

Apesar da estrutura problemática, o que importa em ‘O Segredo: Ouse Sonhar’ é a mensagem, a sensação de bem-estar que o filme produz no espectador, que, em tempos tão difíceis como os que estamos passando em 2020, se torna fundamental. Portanto, se você for de coração aberto ao cinema para receber uma boa dose motivacional, ‘O Segredo: Ouse Sonhar’ será o combustível certo para encher o seu coração de esperança.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Miranda (Katie Holmes, em atuação pouquíssimo convincente) é uma jovem viúva, mãe de três filhos: Missy (Sarah Hoffmeister), Greg (Aidan Pierce Brennan) e Bess (Chloe Lee). A família está super endividada, mas Miranda vê em seu relacionamento com Tucker (Jerry O’Connell) uma tábua de salvação. Como tudo que está ruim sempre pode piorar, a chegada de um terrível furacão destrói parcialmente a casa da família, e, ainda por cima, Miranda bate no carro de Bray (Josh Lucas). Porém, o que ela não esperava era que Bray não só não se zangasse com ela, como também a ajudasse a consertar seu carro – e a sua vida.

A adaptação de Bekah Brunstetter conseguiu extrair a essência de ‘O Segredo’ e transpô-la para o argumento do filme, que propõe ao expectador a reflexão sobre como reagir nos momentos de adversidade – que, em todos os desafios da vida, podemos sempre aprender com eles e enfrentá-los de maneira a não nos permitirmos nos aborrecer tanto. Com diversas frases de efeito e lições de moral – majoritariamente presentes nos diálogos dos personagens – o conceito de “se você mentalizar muito uma coisa, o universo conspira a seu favor” se faz presente desde a primeira cena, através do personagem Bray – o grande salvador da pátria neste longa.

Entretanto, embora ‘O Segredo: Ouse Sonhar’ seja extremamente motivacional e inspirador, o roteiro de Rick Parks e Andy Tennant força demaaaais a barra, principalmente em insistir em transformar o personagem Bray em herói da história. Bray, o inabalável, tem a resposta certa para tudo e consegue de primeira, por exemplo, convencer uma adolescente de dezesseis anos que está abalada porque uma outra colega vai dar uma festa do mesmo dia que ela, com food trucks e tudo o mais, Bray, o milagroso, e fazer essa adolescente mudar de ideia e entender que “mais importante que duzentos amigos no instagram é ter cinco amigos de verdade na realidade”. Fala sério! E a adolescente simplesmente aceita isso e decide que sua festa vai ser super mais legal se ela apenas estiver com sua família e seus cinco amigos ao redor do fogo fazendo doces juntos. Ah sim, porque todo adolescente aceita as coisas tão facilmente assim…

Não bastasse o roteiro que abusa em transformar o homem como único capaz de solucionar os problemas (a vida de Miranda quando tinha marido era ótima, mas, depois que ficou viúva, ficou uma droga; a única forma de Miranda se reerguer na vida é casando com um homem, mesmo que não o ame; a pessoa que consegue fazer Miranda enxergar a beleza na vida e voltar a ser feliz é um homem), a direção de Andy Tennant é bastante condescendente com a produção, por exemplo, ao inserir uma mulher misteriosa na vida de Bray e vir com uma explicação super esdrúxula e nada convincente no final, justamente para forçar que as pontas se amarrem mesmo que o longa não estivesse caminhado nessa direção.

Apesar da estrutura problemática, o que importa em ‘O Segredo: Ouse Sonhar’ é a mensagem, a sensação de bem-estar que o filme produz no espectador, que, em tempos tão difíceis como os que estamos passando em 2020, se torna fundamental. Portanto, se você for de coração aberto ao cinema para receber uma boa dose motivacional, ‘O Segredo: Ouse Sonhar’ será o combustível certo para encher o seu coração de esperança.

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