quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | O Sequestro do Voo 375 – Filme Brasileiro IMPRESSIONA por Qualidade Técnica estilo ‘Euphoria’

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O atentado do 11 de setembro foi a gota d’água para a implementação de revista de segurança e outros artifícios para impedir que episódios como esse voltassem a acontecer no mundo. Antes disso, tanto os aeroportos quanto os embarques em aviões eram realizados de maneira menos rigorosa, muitas vezes sem detector de metal ou revista física. Tal prática permitiu que eventos violentos ocorressem em voos no mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil. Uma dessas histórias reais acaba de ser adaptada em coprodução pela Star Original Productions com o filme ‘O Sequestro do Voo 375’.



Murilo (Danilo Grangheia) está de volta à VASP após dois meses afastado. Ele será o comandante do voo 375 de Confins com destino ao Rio de Janeiro, junto com o copiloto (César Mello) e sua tripulação (Wagner Santisteban, Juliana Alves, Arianne Botelho, Diego Montez). Seria um voo tranquilo como qualquer outro não fosse o fato de um passageiro, Nonato (Jorge Paz), decidir sequestrarei o avião. Como objetivo ele queria que o voo fosse desviado para Brasília e o avião fosse jogado no Palácio do Planalto, para matar o então Presidente Sarney, levando junto os mais de cem passageiros a bordo da aeronave. Diante da situação atípica, o comandante Murilo precisará tomar decisões sob pressão e comunicar a torre de controle (Roberta Gualda) passo a passo do que ocorre dentro da aeronave sem o sequestrador perceber.

Para um filme escolhido para encerrar a edição do Festival do Rio 2023, é esquisito vermos uma mensagem logo no início dizendo que os efeitos de pós-produção ainda vão ser inseridos e que a versão que vamos assistir ainda será modificada. Com previsão de estreia nos cinemas para dezembro, esperamos mesmo que a pós-produção aplique efeitos à altura do longa, uma vez que a impressão que se tem do avião voando se assemelha a estética do ‘Ultraman’.

Aparte esta questão, impressiona a qualidade técnica da produção, desde a música assinada por Plínio Profeta à construção de um cenário 360° para causar um efeito prático totalmente imersivo que, visto na tela grande do cinema, dá de mil em qualquer outro filme de tensão em um avião. Observa-se que a produção de arte se empenhou em recriar os elementos do final da década de 1980, tanto nos objetos quanto no cabelo, na maquiagem e no cenário, que ajuda o espectador a imergir num tempo em que o dinheiro brasileiro não valia nada e a inflação, altíssima, acelerou o desemprego e a fome logo após o fim dos anos de chumbo.

A trinca de atores protagonistas carrega com firmeza o nível de tensão e de entrega na triangulação dos eventos: Danilo Grangheia vai do sujeito comum ao herói no ritmo certo, na mesma medida da calma e da lucidez que Roberta Gualda apresenta para lidar com um sequestrador nervoso e desconhecido. Mas o destaque mesmo é Jorge Paz, que conseguiu atingir um nível de ingenuidade com loucura ao ponto de toda vez que a câmera do diretor Marcus Baldini o coloca em close, um arrepio perpassa o público.

Baseado numa história real de um herói que impediu uma grande tragédia, ‘O Sequestro do Voo 375’ vai da ação ao thriller com uma sequência final de tirar o fôlego. Filme pra ver na tela grande, de preferência numa sala 4DX.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Murilo (Danilo Grangheia) está de volta à VASP após dois meses afastado. Ele será o comandante do voo 375 de Confins com destino ao Rio de Janeiro, junto com o copiloto (César Mello) e sua tripulação (Wagner Santisteban, Juliana Alves, Arianne Botelho, Diego Montez). Seria um voo tranquilo como qualquer outro não fosse o fato de um passageiro, Nonato (Jorge Paz), decidir sequestrarei o avião. Como objetivo ele queria que o voo fosse desviado para Brasília e o avião fosse jogado no Palácio do Planalto, para matar o então Presidente Sarney, levando junto os mais de cem passageiros a bordo da aeronave. Diante da situação atípica, o comandante Murilo precisará tomar decisões sob pressão e comunicar a torre de controle (Roberta Gualda) passo a passo do que ocorre dentro da aeronave sem o sequestrador perceber.

Para um filme escolhido para encerrar a edição do Festival do Rio 2023, é esquisito vermos uma mensagem logo no início dizendo que os efeitos de pós-produção ainda vão ser inseridos e que a versão que vamos assistir ainda será modificada. Com previsão de estreia nos cinemas para dezembro, esperamos mesmo que a pós-produção aplique efeitos à altura do longa, uma vez que a impressão que se tem do avião voando se assemelha a estética do ‘Ultraman’.

Aparte esta questão, impressiona a qualidade técnica da produção, desde a música assinada por Plínio Profeta à construção de um cenário 360° para causar um efeito prático totalmente imersivo que, visto na tela grande do cinema, dá de mil em qualquer outro filme de tensão em um avião. Observa-se que a produção de arte se empenhou em recriar os elementos do final da década de 1980, tanto nos objetos quanto no cabelo, na maquiagem e no cenário, que ajuda o espectador a imergir num tempo em que o dinheiro brasileiro não valia nada e a inflação, altíssima, acelerou o desemprego e a fome logo após o fim dos anos de chumbo.

A trinca de atores protagonistas carrega com firmeza o nível de tensão e de entrega na triangulação dos eventos: Danilo Grangheia vai do sujeito comum ao herói no ritmo certo, na mesma medida da calma e da lucidez que Roberta Gualda apresenta para lidar com um sequestrador nervoso e desconhecido. Mas o destaque mesmo é Jorge Paz, que conseguiu atingir um nível de ingenuidade com loucura ao ponto de toda vez que a câmera do diretor Marcus Baldini o coloca em close, um arrepio perpassa o público.

Baseado numa história real de um herói que impediu uma grande tragédia, ‘O Sequestro do Voo 375’ vai da ação ao thriller com uma sequência final de tirar o fôlego. Filme pra ver na tela grande, de preferência numa sala 4DX.

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