Olivia Rodrigo veio para ficar.
Depois de se tornar mundialmente famosa ao participar da série ‘High School Musical: A Série: O Musical’, a cantora e compositora norte-americana se lançou no mundo da música com o lançamento de “drivers license”, que a eternizou como uma das precursoras do bedroom pop e um dos nomes que ficaria marcado na nova geração.
Um álbum e três estatuetas do Grammy mais tarde, Rodrigo anunciou que estava trabalhando em seu segundo compilado de originais, ‘GUTS’, do qual recebemos um breve gostinho com a impecável faixa “vampire”, que a afastou dos gêneros explorados em ‘SOUR’ para explorar a nostalgia do pop-rock e do pop-punk. Agora, ela retorna com o lançamento da aguardada “bad idea right?”, cuja estrutura nos leva de volta ao final dos anos 1990 e começo dos anos 2000, puxando elementos do pop-rock e do power-pop explorado por nomes como Avril Lavigne e Holy Moly & The Crackers, por exemplo.
Novamente, Olivia retoma parceria com Dan Nigro, cujo trabalho feito com a performer provavelmente lhe renderá uma indicação ao Grammy de Produtor do Ano e, quiçá, a merecida estatueta. É notável como ambos nutrem de uma sinergia invejável, construindo investidas saudosistas mergulhadas no melhor do camp e do teatral, seja no fraseamento e na cadência vocal dos versos falados, seja na transição exuberante para um refrão que, com certeza, ficará marcado na nossa memória.
Durante breves três minutos, Rodrigo fala sobre se reconectar com um ex-namorado, despertando inúmeras teorias dos fãs sobre para quem a música estava direcionada. Mais do que isso, a artista tem uma capacidade invejável de dialogar nos mais diferentes níveis com um público diverso, universalizando temas intrínsecos a todos nós (como recaídas com antigos amores e o provável arrependimento que virá com isso) de modo bem-humorado e que reitera sua versatilidade. E, como se não bastasse, é bastante perceptível a bagagem cultural que Olivia carrega consigo para garantir que a canção desperte uma narcótica familiaridade sem perder o brilho de sua singularidade.